segunda-feira, março 22, 2004

UM VELHO

parecia pousar no perfíl
mesmo na beira do sinal
com os olhos vazios
cheio de fome.cheio de nada.

era um só
sábio traste sem vaidade parece que apenas queria
companhia para verter voláteis vozes vazias.


pouco sabereis do nada que sabia
não deixou gosto amargo
tão pouco trama guardada
quem sabe se um dia
ao percorrer zéfiro no largo
descubra o vazio deixado.

ESPERANÇA INGÉNUA

fúria cresce desespera intestinal solidão guardada floresce poderia perpetuar esperança ingénua volátil desejo altruísta



rumos por aqui começo
desnorte por aqui avanço
palavras frias
sentidos certos
poderemos sem certeza continuar por este caminho que nos leva até ao último fôlego trajando corpos sôfregos desiguais.
corpos fartos da sua utilidade.
manta que aquece a alma
sem referências ao divino
continua a servir de retábulo para memórias que teimam em não te deixar
processo ferido de morte
derrama o teu interior
nas correntes que com o tempo te levarão para o mais que certo lugar
cremado e não esquecido
poderias pelo menos agora deixar as feridas sarar.
verdade sem oposto
coisa difícil de encontrar
se desse poço eu bebesse
o coração rebatesse
tudo tomaria o devido lugar.
foi duvidoso este comêço
pior será não o tomar.
tal é a vontade de saber
nem sem por onde começar.

REFÚGIO

refúgio: Zona livre de barreiras no horizonte.
Aqui a contemplação está ao dispor e dispõe,
nada de elos de corrente, nós ou âncora.
Apenas um imenso horizonte.
O mar que nos liberta.

domingo, março 21, 2004

segue dentro de momentos