sexta-feira, outubro 02, 2009

O Falcão

Hoje trago uma grande mágoa.
Fui guloso e comecei pela queijada. Seguida pelo café em chávena grande.
Nos mercados há regras. -"Só pode entrar às 7!"
- Começamos todos ao mesmo tempo? Mesmo sendo o primeiro? Ninguém com vontade de comprar tesouros! Eu não posso comprá-los?
Agora sim! Está tudo a postos.
Todos prontos para servir os prazeres que pessoas como eu procuram.
As cenouras parecem bonitas, estão demasiado bonitas, aliás.
Comprava uma couve, ali do meio do corredor.
Tenho comprado boas uvas. Irei, pois, procurar por boas uvas e baratas.
O fiscal é como o Falcão que afugenta os Pombos da pista.
Ningém vende nada, ninguém compra nada.
Levo daqui um pimento, um queijo, um pão, uvas.

Caminho

Abro uma porta.
Não vejo nada.
Encontro-me numa sala,
sem tecto.

De cima entra uma luz tão limpa e clara,
branca,
como o branco das ondas a desfazerem-se na areia.

Não se vê nada.
Sinto o crepitar do fogo preso nas velas,
que iluminam o chão,
delimitando o caminho a percorrer.