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domingo, março 27, 2022

Brutal

 Um sinal de que as línguas vivas estão em constante mudança pode, nos dias de hoje, ser facilmente verificado pela alta incidência do uso do termo  Brutal , sendo quase só usado com o seu significado na forma informal. Será a informalidade o que domina o progresso? Sem dúvida! Então, há que aceitar que a progressão é coisa boa e deixar de lutar contra os necessários acordos ortográficos, onde esse progresso fica normalizado. Ou será que a normalização é só contrária ao progresso que faz avançar a Língua, colocando-lhe barreiras?

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 Em Blog da Sagrada Família
Blogues do SAPO

"brutal", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/brutal [consultado em 27-03-2022].

sábado, novembro 07, 2020

Geringonças



By Krd - Own work, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=74929363



Em Berlim, tal como aconteceu em 2015 em Portugal, o Governo estadual é apoiado por uma coligação R2G (Rot-rot-Grün ), traduzido para vermelho-vermelho-verde, ou seja, Socialistas, Bloquistas/Comunistas, Verdes. Em Portugal chama-se Geringonça ao que aqui se designa por R2G. Num país longamente habituado a coligações de governo, quer a nível estadual quer a nível federal, é de salientar a diversidade nas soluções encontradas. Há no entanto um leque de coligações que ainda nunca se verificou: toda e qualquer uma que conte ou precise do apoio do partido de extrema direita, o AFD.

Ainda não se verificou mas já esteve quase. No estado federado da Turíngia, Thomas Kemmerich, líder local dos liberais do FDP, chegou a ser eleito com 45 votos contra 44, apoiado pelas bancada do partido de Merkel, CDU e pela bancada do AFD, liderado por Björn Höcke, ou seja, a extrema direita. Traduzindo, uma coligação entre Liberais, Democratas Cristãos e Nacionalistas/Populistas de extrema direita aliou-se contra a esquerda para apoiar a formação de um governo regional. A esquerda não se conseguiu entender com os verdes e o centro direita fechou os olhos ao que aí vinha.

Kemmerich chegou a ser empossado no parlamento regional como Primeiro Ministro e daí resultou a famosa foto do aperto de mão a Höcke, prontamente comparada a uma outra foto do passado. Durou três dias no cargo, acabando por se demitir, o que levou à marcação de novas eleições.

As razões para a sua demissão são fáceis de compreender. Em primeiro lugar a Alemanha entrou em convulsão após a quebra do cordão sanitário que tornava impossível alguém sequer pensar em formar coligações com a extrema direita que, saliente-se, é não só a terceira força política no Bundestag, parlamento federal, como ainda a primeira força da oposição, o que em termos de folclore democrático tem a sua importância.

Segundo, e sem estar a ordenar as razões por qualquer ordem de valor ou importância, a até então líder eleita da CDU, Annegret Kramp-Karrenbauer, escolha quase pessoal e direta de Merkel para a suceder no partido e com elevada probabilidade de vir a ser a próxima Chanceler federal, demitiu-se da liderança do seu partido. Desempenha actualmente as funções de Ministra da Defesa no Governo de Merkel. Angela Merkel tinha já decidido não se recandidatar e pôr fim à sua carreira política a nível interno. Traçou um plano para a sua sucessão no partido e pensou levá-lo a eleições.

Neste momento, e continuando a viagem na tormenta, a CDU continua com um processo não planeado de escolha do seu futuro líder que conta com pelo menos três candidatos, todos homens. No seu último episódio, o congresso marcado para Dezembro teve de ser adiado devido à Pandemia. As eleições federais para a escolha da sucessão e Merkel serão também em 2021.

Numa nota mais pessoal, e por forma a dar algum do tom com que se viveram esses dias por terras germânicas, a possibilidade de haver um governo regional eleito e apoiado pela extrema direita fez soar as campainhas do "vamos embora para outro país que isto está a aquecer", ao que eu, deitando alguma água na fervura, respondi: "calma, que nós vivemos em Berlim e aqui os ventos são outros".

É verdade que no estado federado de Berlim, que corresponde à própria cidade com os seus 4,3 milhões de habitantes, ainda se respira a liberdade. No entanto, Berlim é também a capital e na capital as coisas são sempre diferentes.

Annegret Kramp-Karrenbauer bem o pode dizer. Mostrou a muitos que há portas que não se podem abrir quando antecipadamente sabemos quem está do outro lado. A sua enorme demonstração de grandeza política é merecedora de uma estátua no meu panteão pessoal imaginário. Tinha tudo para vir a ser uma das mulher mais poderosas do mundo mas, por razões para muitos difíceis de entender quase que se pode dizer que abdicou do poder. Tiro-lhe o meu chapéu.


sábado, dezembro 29, 2018

Há uma nova República


Quase sem que mais se tenha dito nasceu uma nova república. A República da Catalunha. Foi proclamada no dia 10 de Outubro de 2017  depois de os 72 deputados independentistas terem aprovado numa declaração intitulada Declaração dos Representantes da Catalunha o texto de uma moção proclamatória. Como tal não tem valor legal mas não deixa de ser uma declaração de proclamação de uma República. Já o líder do Governo regional, Puigdemont, anunciou a criação da República da Catalunha como estado independente e a seguir anunciou que estava suspensa a sua efectividade por forma a permitir o diálogo.  Nasceu quase muda. Foi como que sussurrada aos nossos ouvidos. O estado espanhol incorpora um Reino e dentro desse reino há uma república.

É como se o rei fosse rei de uma monarquia mas também de uma república.

Se seguirem com a criação da Federação do Reino de Espanha e da República da Catalunha podem bem vir a ter como chefe de estado o rei de Espanha que assim será Rei e Presidente da República bem como da Federação. Será uma República sem presidente eleito e por isso uma singularidade. Mas também, para que presisam os catalães de um Presidente? A menos que criem a figura do Presidente da Federação que representará como chefe de estado tanto a Catalunha como o resto da Espanha. Não parece fácil. Mas se ambicionarmos por uma federação na Europa, não será isso que irá acontecer? Não iremos todos eleger um presidente para uma federação?

E se ficarem pela proclamação da República da Catalunha, com governo e parlamento autónomos e sem chefe de estado ou depondo nas mãos do Rei de Espanha o direito de representação? Completa autonomia dos sistemas judiciários e de segurança interna e externa podendo delegar e para isso pagar a quem o assuma; França é uma hipótese assim como Espanha não o deixa de ser.

E sim, a função de chefe de estado é uma função paga. Nisto, as monarquias não são diferentes das repúblicas e vice versa.

domingo, maio 27, 2018

Art

I could not imagine a work of art that would prompt a person to do something bad. There can be no talk of art in relation to films like 'The Exterminator'. 

My purpose as far as possible is to make films that will help people to live, even if they sometimes cause unhappiness— and I don't mean the sort of tears that 'Kramer vs. Kramer' produces.

Perhaps you have noticed that the more pointless people's tears during a film, the more profound the reason for those tears.

I am not talking about sentimentality, but about how art can reach to the depths of the human soul and leave man defenseless against good.

 —Andrei Tarkovsky.

segunda-feira, maio 21, 2018

Squalor


squalor

[skwol-er, skwaw-ler]

noun

  1. the condition of being squalid; filth and misery.


Origin of squalor

1615–25; < Latin squālor dirtiness, equivalent to squāl(ēre) to be dirty, encrusted + -or -or1

Synonyms

wretchedness


Antonyms

splendor.

The problem of Rent:
Rent has three characteristics differentiating it from other forms of expenditure:
(i) Rent varies markedly from one part of the country to another,
(ii) Rent varies markedly as between different families of the same size in the same part of the country,
(iii) Expenditure on rent cannot be reduced during a temporary interruption of earning as that on clothing, fuel or light can.

Sir William Beveridge, Social Insurance 
and Allied Services Report



Excerto de The New Poverty, de Stephen Armstrong. Verso
Chapter 6: Squalor, pp. 127-132

"That afternoon I visited the city’s wet centre: a day hostel that allows homeless people to walk in drunk or on drugs. As I arrived, staff were struggling to help a man suffering from the violent hallucinations and sweeping emotional changes brought on by the synthetic cannabinoid Black Mamba. He was howling, his body shaking and his eyes blank. ‘It’s cheap and it’s strong,’ Hiley explains. ‘It’s sweeping through prisons and the homeless and the effects are brutal. People are using it to find oblivion.’ Back in the main building – a walk-in and advice centre in a spruced up old school – I met Jas Singh, one of Inclusion’s regulars and a local lad. He’s fresh-faced and handsome – he looks a little like Stone Roses singer Ian Brown, right down to his jagged mop-top hair – but he totters into the room on crutches with his foot strapped up in a large webbing-and-plastic sandal. Singh studied art at St Martins and graduated in 2012, moving to Kingston upon Thames where a friend secured him a protection-by-occupation residency in a large empty house. He was on the verge of the next stage in his life – interning with an art dealer on Pimlico Road. ‘It was unpaid but I’d get fed and into all the art exhibitions for free, and some champagne parties,’ he grins. ‘I started to meet a few people – like Terry O’Neill, the photographer, and I was starting to put my own work together … mainly sound installations.’ And then, running up the stairs at the art dealer’s house in 2014, Jas slipped and whacked his leg on the corner of a stair and damaged his peroneal nerve, which provides feeling to the front and side of the legs and the top of the feet. A damaged peroneal nerve causes a condition known as foot drop, where the muscles that hold the foot in place stop working and the patient’s foot effectively dangles uselessly at the end of their leg. He couldn’t walk without crutches and couldn’t keep working with the art dealer. When the house he was legally squatting finally got sold, he was out – just as his dad phoned to tell him his mum was ill, asking him to come back to Leicester to help out. ‘So I came back for a while,’ he explains. ‘I was here for about six months when, ironically, I was giving a homeless person a few bits of change and got mugged, whacked on the back of my head – I was knocked out, unconscious for a while. I’m still not clear on everything that happened after that. Apparently I discharged myself and went back to my family with my head still bleeding. We had a huge row – I can’t remember what about … I was drinking at that time though I’m sober now. But the atmosphere was tense.’ Mood swings, anger and tears are textbook behaviours after a head injury – although Singh blames long-running family tension for the rows that simmered at home. After two weeks, he slipped on the stairs again and fractured the same foot. An ambulance took him to hospital and his last words to his dad were – ‘I’ll call you as soon as I’m done.’ After his foot was treated, he stood outside Leicester General Hospital waiting for his dad when he got a tap on his shoulder. ‘It’s two police and it’s like – are you Mr Singh?’ he recalls, shaking his head. ‘I’m thinking – why are the police asking if I’m Mr Singh?’ He pauses for a moment and looks away, then back. ‘And I get arrested by the police – they say they’ve a restraining order because of my aggression at my dad’s house … and I’m kind of baffled because I just had a conversation with my dad and I thought he was coming to pick me up … but it turns out suddenly I’m homeless.’ After a night at Euston Police Station, a squad car dropped him off at the Dawn Centre, Leicester’s last remaining homeless hostel – the council has closed three other hostels in the past few years, offering supported accommodation instead but effectively reducing the number of beds available to rough sleepers. Still a little dazed – and with a few belongings in a plastic bag – he was hoping to get to a bed early to rest and recover a little. But the Dawn Centre was full and the hotels he could walk to only had rooms for £70 a night, so he went to an off-licence, bought a few cans of Kronenberg and slipped into a hotel car park where he lay down behind a parked van – ‘and drank and drank and tried to sleep,’ he shivers. ‘It was February and I was freezing so I thought I’d knock myself out with alcohol. But when you try and sleep outside, you think you’ve slept and then you look at your phone and it’s been three minutes.’He was so exhausted and dirty he thought he couldn’t do another night like that so he booked in to the hotel using his bank card to guarantee the room. He had a shower and got his head down for a couple of hours. When he woke, his phone battery was running low, he had no money and everything he owned was at his parents’ house. He walked on his crutches over to Leicester City Council housing office, where they said he wasn’t eligible for help as his parents’ house, his last address, stands just outside the city limits in Leicestershire. He managed to get an appointment with Oadby and Wigston Borough Council on the same day, got to the bus stop and realised he just had a few coppers and a little bit of change. He showed the bus driver all he had, and told him where he was going. The driver just took a few of the coppers and let him on, which still brings tears to his eyes when he tells the story. At Oadby and Wigston, a housing officer called Heidi hunted out a bed at the Action Homeless hostel, run by a local charityin the city centre. She lent him £3 to get the bus, he made it to Victoria Park and was given a bed on the first floor of a brick townhouse. He made friends sharing tobacco and Rizla – ‘it was like school or a prison’, he says. ‘I hadn’t got my own cup so they wouldn’t give me tea. People were kicking off over dinner and I almost wished I was outside again, instead of having to climb the stairs to get to my room with the noise of someone kicking off every half an hour.’They moved him around a couple of times. First into shared accommodation and finally into a single room in a quieter house. The bureaucracy of the homeless system proved endlessly baffling. One advisor told him he wasn’t entitled to housing in Leicester because his family lived outside, but if he filled out a form saying he was estranged from his family that would see him clear. So he did that and got a letter back saying he wasn’t eligible because he had no local connections. He’d have to wait in limbo for two years before he became a resident of Leicester.‘It’s crazy,’ he explains. ‘There’s housing I can get for £385 per month, and the council is paying my hostel over £780 for a single room with a shared kitchen. On top of that, I pay the hostel £104 a month, so they’re clearing £900 per month. Every now and then, someone says they may force me back to London, because I have connections there. But how am I going to get on a waiting list in Kingston upon Thames of all places?’He was sleeping badly, and hugely sensitive to noise and light, which eventually drove him to Inclusion looking for something to help. There he met a Dr Maxwell, who talked to him for half an hour and was shocked that he’d not been treated for his head injury. She helped sort out some medication, got the in-house physiotherapist to look at his leg and wrote a few letters to Action Homeless explaining his illness and asking that he be moved to a less noisy building. She also connected him with Headway, a charity dealing with people with head injuries, who secured him an assessment for the Employment and Support Allowance – the benefit paid to disabled people. Initially the interview was scheduled in Nottingham. ‘I told them I had problems with my leg and I suffer from anxiety,’ he shrugs. ‘Does it make sense to send me to Nottingham? And because I’m band four – as in, I’m not drinking or doing drugs – I’m a long way down the list for any better accommodation. So if I get myself an "addiction I’d get housed. I’d be better off if I started taking drugs.’The days pass slowly, he says – he’s got a scrapbook and tries doodling and sketching in it. He’s got a few ideas but they don’t quite come out right. And he’s started to help out at a homeless charity Open Hands.‘They’re all charities aren’t they? It’s funny that. The thing is – it can happen to anyone. I see people buying all these lottery tickets and it’s like – you’ve got more chance of being homeless than winning the lottery you know? I was working towards an okay life before – interning and organising exhibitions in Pimlico and Chelsea. Now everything’s stripped away. Some people do help out – but most people think I don’t look homeless enough.’





quinta-feira, abril 12, 2018

O Pescador

Por entre um mar de palavras
caneta de pesca lançada.
O pescador faminto rabisca o peixe
que não passa de um torto poema.


domingo, março 25, 2018

No Taxation Without representation


  • Cada vez mais me convenço de que há pessoas que não sabem interpretar o significado de "Fiscal" dito em Inglês. Confunde-se Orçamento com imposto. "Fiscal Austerity", significa controlo Orçamental e não tem nada a ver com Fisco, Impostos ou taxas. Claro que uma coisa está relacionada com a outra mas, em Inglês existe também o termo "Taxation", quando se pretende falar de impostos. Há aquela famosa frase: "no taxation without representation" que levou a uma revolução. Depois temos que recordar um senhor deputado que três legislaturas atrás, pedia um choque fiscal como terapia para a economia. Falava em revolução nas taxas de impostos, IRS, IRC, etc. Citava estudos em que o termo utilizado era "Fiscal Shock", significando alterações na composição do Orçamento, ou seja, uma modificação estrutural na forma de administrar o país. A sua cegueira ideológica, lembre-se que corriam os anos da cavalgada dos neo-liberais, pela Europa e EUA, que levou entre outras coisas à intervenção no Iraque, dias após a fotografia dos Açores que tanto nos deve envergonhar, como Povo. Era a época da desregulamentação da economia que levou ao Caos financeiro e económico começado em 2008. Parece que hoje, passados quase oito anos, alguém devia ensinar um pouco mais de Inglês, já para não dizer de Política, a alguns deputados que pretendem jogar na arena dos tubarões. É que quando se sai, por Badajoz, Vilar Formoso, Portela ou Sá Carneiro, da Lusitânia, deixa-se imediatamente de falar Português e adopta-se a Língua dos Tubarões. Agora, não esquecer: Fiscal Shock means Investment and Public Policies that favor growth. Tax Policies means "get away from my money" or " Give me your money, now!

quarta-feira, março 21, 2018

"Palhaço"

M.S.T. falou sobre um "Palhaço" em Belém?
E depois?
Arrependeu-se?
Também eu.
o empreendedor

de jovem pastor de cabras a aspirante a golfista no belas clube de campo.

a realidade é necessariamente outra.


esquemas do empreendedor para vencer.

a moral do empreendedor.

o que cabe na realidade do empreen.

o jovem liberal defensor do privado

dois tipos de empreendedores.

há o pastor de cabras e depois há o jovem trump.
aquele que começa com o pequeno empréstimo do papá.

o alvo é a afirmação: os portugueses estão pior mas o país está muito melhor.

que maior elogio ao modelo chines.



A china é o melhor exemplo da cristalização desta ideia. O país está muito melhor mas para lá chegar foram atropelados os direitos fundamentais de muitos cidadãos. O bem comum é uma máquina de terraplanagem. Nada se pode interpor que resista a ficar tão fino como a camada de poeira.

"Vivemos sufocados pelo presente." diz Ana Cristina Leonardo, in Expresso, 12/11/2016.



O Big Boom de Margareth Thatcher


To me, consensus seems to be
the process of abandoning all beliefs, principles, values and policies.
So it is something in which no one believes and to which no one objects.

Margaret Thatcher

Margareth Tatcher tinha 20 anos quando a Guerra acabou. Nascida em  Grantham, uma localidade de 34.592 habitantes no condado de Lincolnshire, 42 km ao sul da cidade de Lincoln e aproximadamente 39 km a leste de Nottingham, alguma coisa esta terra poderá ter para nos dizer acerca da pessoa.

Em 2004 o condado era considerada uma região pobre. Em relação a um valor médio na União Europeia igual a cem, Lincolnshire apresentava um valor de noventa e três e meio, (93,5). Era por isso (como fatalmente ainda hoje será) uma pobre região, como que uma ilha. Apenas por comparação, o valor apresentado pela região onde nasceu uma dama de ferro tinha em 2004 uma riqueza igual à das Canárias ou da Região Autónoma da Madeira. Penso que o nível de riqueza seja o único ponto de contacto. Não consta que o Sol radie entre Lincoln e Nottingham como na região semi-tropical em que se encontram os arquipélagos atlânticos. A costa de África fica próxima e o mar é profundo.

A produtividade dos Lincolnshirenses era considerada uma região pouco produtiva em termos da nação Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte e a perspectiva de crescimento económico era reduzido segundo os melhores pactuados critérios económicos e financeiros conhecidos à data da saída de cena da dama de ferro. Desde 1979 até aos dias do ano de 1990, foi longa a sua passagem pelo poder, e marcante o seu legado político. Entre eles recordo-me de um acontecimento retumbante com ecos no presente.

A taxa de desemprego de longa duração estava, para 2005, estimada em 25%, bastante acima da taxa de desemprego total, a rondar os três por cento. Algo no passado terá deixado a região parada no tempo, que é sempre um tempo de angustia, o do desemprego. Estando um quarto dos seus conterrâneos condenados ao paro forçado, uma região pode tornar-se depressiva e deprimida. A menos que algum palhaço por lá passasse.

Por falta de verdadeiro divertimento, os jovens tinham abandonado, em boa parte, a região, que outra parte foi mesmo o terem deixado de lá nascer crianças. Era assim uma terra envelhecida, mais do que o habitual para as terras britânicas. Em 2005, ou seja, cerca de vinte cinco anos depois de Thatcher deixar o poder, a região contava com os piores indicadores sociais relativos a Educação Superior, tendo no entanto valores melhores do que a vizinhança relativos a educação de nível médio. Tendencialmente, mais pessoas completavam os níveis elementares de educação.

Alguns dos indicadores da estratégia de Lisboa aqui apresentados revelam a posição relativa da região onde a dama de ferro nasceu. Referem-se os valores a alturas de 2004 e, ou 2005. Vinte e cinco anos depois de ter chegado ao poder e quinze primaveras depois de o deixar. Toda a pessoa a quem as circunstancias da vida colocam numa posição de poder por tanto tempo, devem ao menos ambicionar a que no futuro a sua memória seja de boa circunstancia para os que viverem depois.

Alguém já disse que uma pessoa é sempre fruto das suas circunstancias e também das suas circundancias. O ambiente que nos rodeia quando crianças é por certo marcante, pelas boas e pelas menos felizes razões, para sempre e acima de tudo no futuro, que se espera distante, da longa velhice a que todos devem poder aspirar.

Um fraco político será sempre esquecido ao passo que um político de má memória ter-lhe-à sempre associados os seus erros. Os resultados e a sua avaliação serão sempre melhor feitos com mais tempo para a análise.

domingo, outubro 29, 2017

O Puxão


Quando puxam para baixo, não deixa que o levem.
Depois, sofre pela sua fraqueza.
Não pelo puxão.

Quando o puxarem para baixo,
Quer resistir a ser puxado.
Deve resistir ao puxão.

Não puxando em sentido contrário,
Respondendo sim com a razão.

Coloca assim o coração em baixo
E em cima a Razão.

Difícil será modelar força de razão
maior ou igual à intensidade do puxão.

Aplica-se a qualquer troca de comentários.

luz para o passado





Cada nova ideia, novo pensamento, cada nova forma de ver é como um foco de luz que se lança para o passado, estando ele no presente e nas proximidades do futuro.

A imagem de uma pessoa rodeada de traços e raios de luz nos limites da sua sombra, em grande velocidade e a apontar na direção do futuro é aquela que me ocorre.

Para trás lança a sua luz. Para o passado.

Aprender é aprender o passado. Se aprendemos é porque já foi pensado e exposto à controvérsia e ao debate. Não interessa tanto a ideia ser nova mas sim se suscita o debate acerca de si. Apenas de si e nunca da pessoa. Fazer, produzir algo é dar volume ao futuro ou lançá-lo numa nova, adicional direção.

A validade da ideia é sempre apreciada no futuro.

O Progresso ou a sua ideia não pode deixar de ser constantemente avaliada. Não como força de atrito ou de bloqueio ao seu desenrolar, mas de uma forma crítica sobre o seu valor hoje, de hoje e de futuro.

Olhando muito de perto podemos perder a noção mais alargada do tempo em que os progressos de ontem se encontram em cacos e pisados como folhas de outono.

Pouca ou coisa nenhuma se pode dizer que veio para ficar.

Os regressos a práticas do passado com roupagens de ultra progressista podem não ser mais do que derrotas atuais de conquistas passadas.

Era comum pensar que trabalhar a um sábado tinha sido genericamente abolido.

Ou vivemos tempos de excecionalidade e o percebemos racionalmente ou teremos de assumir o progresso como uma derrota.

Direitos Humanos, direitos laborais, direitos civis podem deixar de o ser se por eles não lutarmos.

Nada é adquirido, pelo contrário tudo é, neste tempo, de uma enorme efemeridade.

sexta-feira, outubro 28, 2016

Perigos de contágio ou a amargura de Wolfgang Schäuble



A União Europeia é vendida como um projeto de paz e, de facto, tem-no sido na medida em que quase conseguiu acabar com a guerra civil com que nos entretemos de quando em vez.

Uma consequência da cordial convivência entre chefes de Estado e membros de Governo com regularidade bastante elevada é que se tratem uns aos outros já quase pelo nome próprio. Essa proximidade e o facto de em algumas ocasiões até lutarem por objectivos comuns leva a dissipar os antagonismos do passado, colocou algumas querelas na esfera da politiquice de nível europeu, o que por sua vez, ocasiona alguns perigos de contágio de uma esfera para a outra; da europeia para a nacional e vice-versa.

Temos assistido a várias ataques de foice, por parte de Wolfgang Schäuble e na forma de comentários públicos nada pertinentes, em seara lusitana. Parece já um vício do ministro mas também denota alguma preocupação quanto ao seu legado político. Schäuble antevê o seu fim como poderoso ministro federal das finanças alemão e talvez gostasse de ser recordado por algo de positivo, num futuro nada distante.

Digamos que o actual rumo político levado a cabo pela coligação parlamentar que apoia o governo de António Costa, contrário aos seus desejos, tem a capacidade de influenciar outras soluções governativas de incidência parlamentar, isto é, tem elevado poder de contágio, até em terras germânicas.

Não nos esqueçamos que uma coligação Rot-Rot-Grün (vermelho-vermelho-verde), ou seja SPD-Die Linke-Die Grünen, tem a capacidade de ser viável já amanhã, colocando, por exemplo, o actual vice-chanceler, Sigmar Gabriel na cadeira de Merkel.

Talvez ainda mais do que querer fazer vingar a T.I.N.A., Wolfgang Schäuble abomine aquela possibilidade. A maturidade democrática de parte do povo alemão era bem capaz de aceitar tal solução, que de resto está prestes a entrar em vigor no estado de Berlim.

Há quem se esqueça de que afinal todos eles são políticos que lutam pela sua sobrevivência ou manutenção no poder. São políticos, com maiores ou menores convicções ideológicas, presos sobretudo aos seus problemas internos, isto é, nacionais e respondem apenas perante o seu eleitorado.

Se não é esta uma boa razão para desejar menos intergovernamentalismo e mais federalismo então não sei que outra o seja.

domingo, outubro 18, 2015

Idade maior na Política?

Aproxima-se o dia da primeira decisão presidencial, subsequente às eleições de 4 de Outubro. Poderá ser a sua última decisão relevante para a História da política portuguesa, ou a penúltima. Ou seja, estamos quase a saber quem vai formar Governo e com que estabilidade e grau de consenso.


A razão das eleições legislativas no quadro constitucional de uma Democracia Representativa é: eleger o órgão Legislativo, aquele que vota e aprova as Leis.


Essa votação ficará a cargo dos Deputados, representantes dos eleitores, que falam e agem em nome do povo, de acordo com a organização em facções partidárias.



Figura 1 – Distribuição de Deputados pelas facções partidárias.


A votação apurada converteu-se na distribuição de Deputados representada na figura 1. O significado do número de votos de cada força partidária, da abstenção, dos brancos ou nulos, deste ou daquele círculo são pouco relevantes para a questão em causa. Os números acima são os que têm agora relevância.


Existirão no Parlamento sete diferentes Partidos que se organizarão em seis grupos parlamentares e em duas, três ou quatro facções políticas. O PAN ao eleger apenas um Deputado não formará grupo parlamentar. As facções políticas poderão vir a ser: direita e esquerda; direita, PS e esquerda; e por último direita, PS, Bloco e CDU.

Em qualquer dos casos, o deputado do PAN não alterará por si só as contas. Fora do quadro das facções qualquer acordo é possível, em teoria.

Algumas consequências deste novo alinhamento são:

I.            A coligação de direita, PAF, só o é enquanto dela emanar o Governo. Caso contrário, o PSD e o PP terão bancadas parlamentares independentes uma da outra. Mas, para que aquilo aconteça precisam do apoio do PS. Ou seja, a relevância do PP está nas mãos do PS.

II.            O PS de António Costa poderá formar Governo com o apoio da direita, só do PSD, ou com apoio da restante esquerda. Tem portanto mais hipóteses, todas legitimas, de ser Governo.

 

                       



O PSD só tem uma solução para ser Governo que é convidar o PS para fazer parte desse mesmo Governo (cenários Y e Z nas figuras, diferentes entre si mas iguais na substância já que a presença do PP é acessória). É a solução madura, alemã, que visa garantir a estabilidade governativa. A falta desse convite expresso justifica a dureza na posição negocial do PS. Se pode ser Governo com a esquerda por que razão haveria o PS de viabilizar um Governo de direita que teima em o excluir?

A excessiva pessoalização das campanhas tornou este cenário em algo de muito complicado. Acusações do tipo: mentiroso, Lobo-mau, e outras que tais devem estar ainda a queimar as orelhas. O desenlace deste cenário pode estar, não nas mãos de Costa, mas sim, nas mãos do PS sem António Costa como Secretário-Geral.

Ao afirmar que não seria maioria negativa, António Costa estava desde logo a abrir a possibilidade de estabelecer um acordo de Governo com os partidos à sua esquerda mas também a deixar aberta a porta para a direita. Não se inviabiliza um governo minoritário sem uma solução alternativa.

III.            O PS, o BE, e o PEV juntos somam 107 deputados. O PCP pode roer a corda mas dar o lugar ao PEV para entrar no Governo. Com ou sem PCP, é possível um Governo à esquerda (cenário X).



Consequência de um tão sui generis Governo seria a emancipação dos Verdes. A falta em Portugal de um verdadeiro eleitorado Ecologista do tipo Europeu levanta no entanto algumas dúvidas quanto ao futuro reservado ao PEV. O BE ficaria dependente do curso da Legislatura para solidificar a sua posição e o PCP ficaria sempre como o último reduto de escape para o descontentamento social, mais ou menos organizado, mas sem nunca retirar o tapete ao PS, como aconteceu em 2011. A Política portuguesa atingiria assim a sua maioridade.

Neste cenário poder-se-ia pensar no deputado do PAN. Desempata os 107 deputados da direita com os 107 deputados de PS, BE e PEV juntos. Este é o cenário mais exótico e depende sempre da vontade do PCP.

Se o objectivo é retirar o poder à direita, o PAN não tem hipóteses de dar a maioria à coligação PAF. Daí, nem o ter considerado graficamente.

Uma governação com a esquerda coligada é a solução que garante maior estabilidade política e social para os próximos quatro anos.


Se o PS viabilizar o Governo de direita pode ser o início do seu fim; o BE é quem tem mais a perder com a realização de eleições antecipadas. Um Governo minoritário de direita implica outro líder no PS, possivelmente o seu último líder. Ao BE e ao PCP só lhes resta uma hipótese: fazer parte da solução.


O Desaparecimento do PS significará, em primeiro lugar, uma perpetuação da direita no poder por muitos e muitos anos. Jerónimo de Sousa já afirmou por várias vezes: O PS só não forma Governo se não quiser, mas para isso precisa do PCP.

Caso, ainda assim, o Presidente insista em convidar a direita minoritária no Parlamento para formar Governo, tratar-se-á de uma pueril perda de tempo.

Neste momento de alta Política, os interesses da Politics são condicionados pela Polity, daí resultando a qualidade das Policies. Haja Políticos.