«A bandeira reflecte a paisagem imunda e a nossa gíria abafa o som do tambor.
«Nos centros alimentaremos a mais cínica prostituição. massacraremos as revoltas lógicas.
«Às terras aromáticas e dóceis! _ ao serviço das mais monstruosas explorações industriais ou militares.
«Até mais ver!, não importa onde. Recrutas do próprio querer, teremos a filosofia feroz; inaptos para a ciência, esgotados para o conforto; e que os outros rebentem. Este é o caminho. Em frente, marcha!»
tra-i-du-ção de Mário Cesariny, do poema DÉMOCRATIE, de Jean-Arthur RIMBAUD
sexta-feira, julho 03, 2009
quarta-feira, maio 20, 2009
Precários
Talvez esta imagem da realidade europeia ajude a perceber por que razão, em Espanha, o desemprego disparou para quase 20%. Quando a economia não cresce imagine quem desempenha o papel de mexilhão? A mobilidade não é só entre empregos. Muitas vezes é entre ter ou não ter.
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sábado, fevereiro 07, 2009
Esperanças concretas em sistemas que se mudam por dentro?
Desde o tempo das tragédias gregas que a transmissão de ideias é feita enquanto se entretém. Há algo de sublime nesta verdadeira estratégia de contágio. Sentem-nos. Que se faça escuro. Deixemo-los confortáveis e disponíveis. Agora, como quem embala uma criança, vão-se contando as novidades e abrindo as mentes. Processo antigo e a que hoje se chama cultura. Poderoso e perigoso nas mãos erradas. Podemos encontrar sociedades pujantes onde se valoriza a cultura. Podemos nas outras? Afinal o Renascimento só nos trouxe os mestres antigos e calados por instituições de divulgação cultural mais seguras nas trevas da ignorância.
Talvez o conhecimento do que significa a mudança ajudasse para compreender ao que se alude quando de mudança se fala. Aliás era bom saber que a mudança já aconteceu. Como seria possível a eleição de alguém sem o apoio de um partido e sobretudo sem a legal ajuda de financiamentos interessados nas suas causas particulares, que minam a saúde das democracias? Neste caso parece que se deve à esperança.
Para quem vota e sobretudo para quem vota num improvável vencedor é mesmo, a esperança, a única coisa que se pode ter numa democracia. Discutem-se ideias sendo estas opostas por vezes, parecidas noutras, sendo sempre igual o objectivo. O debate que interessa, é o das ideias. A medida do acomodamento ao sistema em vigor vê-se bem pela falta destas.
O caminho das ideias é muito comprido. Para uma boa parte a carga tornou-se demasiado pesada tendo lançado fora o lastro do conhecimento. Também há quem diga que nestes tempos confusos o mais sensato será mesmo repetir as ideias afirmadas no passado, para evitar enganos de trajectória. Goste-se ou não da ideia de democracia, quem nos garante que ela está para ficar? Quantas constituições foram postas na gaveta para dar lugar à escuridão da arbitrariedade e ao abismo da guerra? É sensato defender o menos mau dos sistemas.
É possível melhorar todo e qualquer sistema pelo simples facto de ser uma construção humana. A selecção natural fê-lo por nós.
Se não for pelo sentido de responsabilidade, a que ninguém está obrigado, pode ser pelo desejo de viver, pelo instinto de sobrevivência. A história pode-se prestar às mais variadas leituras mas saibamos que o passado pesa tanto mais quanto mais fundo se escava. Tenho uma forte e cândida esperança em que a consciência do passado não se tenha apagado nesta geração que cresceu com os diversos saneamentos da história. Posso questionar uma leitura mas isso nunca apagará o passado.
O nosso tempo é caracterizado pela falta de memória aos mais diversos níveis. Alguns de nós têm acesso a um mundo de informação, ilusoriamente imaginado como eternamente ao alcance de um clique. Já não vamos a bibliotecas, já não memorizamos nada. Se ainda temos essa capacidade porque não a usamos? Ainda nos arriscamos a ficar conhecidos como a época do esquecimento.
Talvez o conhecimento do que significa a mudança ajudasse para compreender ao que se alude quando de mudança se fala. Aliás era bom saber que a mudança já aconteceu. Como seria possível a eleição de alguém sem o apoio de um partido e sobretudo sem a legal ajuda de financiamentos interessados nas suas causas particulares, que minam a saúde das democracias? Neste caso parece que se deve à esperança.
Para quem vota e sobretudo para quem vota num improvável vencedor é mesmo, a esperança, a única coisa que se pode ter numa democracia. Discutem-se ideias sendo estas opostas por vezes, parecidas noutras, sendo sempre igual o objectivo. O debate que interessa, é o das ideias. A medida do acomodamento ao sistema em vigor vê-se bem pela falta destas.
O caminho das ideias é muito comprido. Para uma boa parte a carga tornou-se demasiado pesada tendo lançado fora o lastro do conhecimento. Também há quem diga que nestes tempos confusos o mais sensato será mesmo repetir as ideias afirmadas no passado, para evitar enganos de trajectória. Goste-se ou não da ideia de democracia, quem nos garante que ela está para ficar? Quantas constituições foram postas na gaveta para dar lugar à escuridão da arbitrariedade e ao abismo da guerra? É sensato defender o menos mau dos sistemas.
É possível melhorar todo e qualquer sistema pelo simples facto de ser uma construção humana. A selecção natural fê-lo por nós.
Se não for pelo sentido de responsabilidade, a que ninguém está obrigado, pode ser pelo desejo de viver, pelo instinto de sobrevivência. A história pode-se prestar às mais variadas leituras mas saibamos que o passado pesa tanto mais quanto mais fundo se escava. Tenho uma forte e cândida esperança em que a consciência do passado não se tenha apagado nesta geração que cresceu com os diversos saneamentos da história. Posso questionar uma leitura mas isso nunca apagará o passado.
O nosso tempo é caracterizado pela falta de memória aos mais diversos níveis. Alguns de nós têm acesso a um mundo de informação, ilusoriamente imaginado como eternamente ao alcance de um clique. Já não vamos a bibliotecas, já não memorizamos nada. Se ainda temos essa capacidade porque não a usamos? Ainda nos arriscamos a ficar conhecidos como a época do esquecimento.
Há oito anos vivia-se a crise da bolha especulativa Nasdaquiana. O financiamento das TIC, muito em voga à data, permitiu o rápido crescimento de empresas baseadas em conhecimento. O rebentar dessa bolha de especulação aliado à entrada da China nos mercados globais (de forma mais alargada), veio por a nu as fragilidades de algumas economias. O que erra é sempre a política. A economia não existe para tornar a vida difícil a uns quantos de nós, ela existe porque a vida nunca foi fácil. Gerir a escassez? Claro. As opções não referendadas, ou pior, não anunciadas, deixou alguns desprotegidos e pouco preparados para perceber o que está a acontecer. Queixarmo-nos de políticos é fácil mas, a propósito, qual é a queixa concreta que tem a apontar? Qual foi a decisão que teria impedido? Difícil de apontar por certo.
Ouvi em tempos a tese de só terem ocorrido duas verdadeiras revoluções com implicações na vida social, a passagem para a idade do cobre, e a revolução industrial. De comum percebe-se o cariz tecnológico associado à mudança. Escrever, ler, ouvir, são coisas que podemos fazer há muito tempo, usando agora computadores e a rede.
Se um mundo novo surgir desta crise, talvez seja pelo potencial de utilização de outras fontes de energia, que permitem e podem transformar a sociedade. Não tenhamos dúvidas de que essa escolha será feita pelos que elegermos. Será todo um mundo novo mas não ainda o que Ridley Scott projecta para 2019. As possibilidades de progresso não nos levarão, para já, a habitar outros planetas mas a “reforma infalível” de alguns usos, pode estar mais próxima.
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sexta-feira, fevereiro 06, 2009
sábado, janeiro 31, 2009
The Great Illusion
The Great Illusion
By PAUL KRUGMAN
Published: August 14, 2008
So far, the international economic consequences of the war in the Caucasus have been fairly minor, despite Georgia’s role as a major corridor for oil shipments. But as I was reading the latest bad news, I found myself wondering whether this war is an omen — a sign that the second great age of globalization may share the fate of the first.
If you’re wondering what I’m talking about, here’s what you need to know: our grandfathers lived in a world of largely self-sufficient, inward-looking national economies — but our great-great grandfathers lived, as we do, in a world of large-scale international trade and investment, a world destroyed by nationalism.
Writing in 1919, the great British economist John Maynard Keynes described the world economy as it was on the eve of World War I. “The inhabitant of London could order by telephone, sipping his morning tea in bed, the various products of the whole earth ... he could at the same moment and by the same means adventure his wealth in the natural resources and new enterprises of any quarter of the world.”
And Keynes’s Londoner “regarded this state of affairs as normal, certain, and permanent, except in the direction of further improvement ... The projects and politics of militarism and imperialism, of racial and cultural rivalries, of monopolies, restrictions, and exclusion ... appeared to exercise almost no influence at all on the ordinary course of social and economic life, the internationalization of which was nearly complete in practice.”
But then came three decades of war, revolution, political instability, depression and more war. By the end of World War II, the world was fragmented economically as well as politically. And it took a couple of generations to put it back together.
So, can things fall apart again? Yes, they can.
Consider how things have played out in the current food crisis. For years we were told that self-sufficiency was an outmoded concept, and that it was safe to rely on world markets for food supplies. But when the prices of wheat, rice and corn soared, Keynes’s “projects and politics” of “restrictions and exclusion” made a comeback: many governments rushed to protect domestic consumers by banning or limiting exports, leaving food-importing countries in dire straits.
And now comes “militarism and imperialism.” By itself, as I said, the war in Georgia isn’t that big a deal economically. But it does mark the end of the Pax Americana — the era in which the United States more or less maintained a monopoly on the use of military force. And that raises some real questions about the future of globalization.
Most obviously, Europe’s dependence on Russian energy, especially natural gas, now looks very dangerous — more dangerous, arguably, than its dependence on Middle Eastern oil. After all, Russia has already used gas as a weapon: in 2006, it cut off supplies to Ukraine amid a dispute over prices.
And if Russia is willing and able to use force to assert control over its self-declared sphere of influence, won’t others do the same? Just think about the global economic disruption that would follow if China — which is about to surpass the United States as the world’s largest manufacturing nation — were to forcibly assert its claim to Taiwan.
Some analysts tell us not to worry: global economic integration itself protects us against war, they argue, because successful trading economies won’t risk their prosperity by engaging in military adventurism. But this, too, raises unpleasant historical memories.
Shortly before World War I another British author, Norman Angell, published a famous book titled “The Great Illusion,” in which he argued that war had become obsolete, that in the modern industrial era even military victors lose far more than they gain. He was right — but wars kept happening anyway.
So are the foundations of the second global economy any more solid than those of the first? In some ways, yes. For example, war among the nations of Western Europe really does seem inconceivable now, not so much because of economic ties as because of shared democratic values.
Much of the world, however, including nations that play a key role in the global economy, doesn’t share those values. Most of us have proceeded on the belief that, at least as far as economics goes, this doesn’t matter — that we can count on world trade continuing to flow freely simply because it’s so profitable. But that’s not a safe assumption. Angell was right to describe the belief that conquest pays as a great illusion. But the belief that economic rationality always prevents war is an equally great illusion. And today’s high degree of global economic interdependence, which can be sustained only if all major governments act sensibly, is more fragile than we imagine.
By PAUL KRUGMAN
Published: August 14, 2008
So far, the international economic consequences of the war in the Caucasus have been fairly minor, despite Georgia’s role as a major corridor for oil shipments. But as I was reading the latest bad news, I found myself wondering whether this war is an omen — a sign that the second great age of globalization may share the fate of the first.
If you’re wondering what I’m talking about, here’s what you need to know: our grandfathers lived in a world of largely self-sufficient, inward-looking national economies — but our great-great grandfathers lived, as we do, in a world of large-scale international trade and investment, a world destroyed by nationalism.
Writing in 1919, the great British economist John Maynard Keynes described the world economy as it was on the eve of World War I. “The inhabitant of London could order by telephone, sipping his morning tea in bed, the various products of the whole earth ... he could at the same moment and by the same means adventure his wealth in the natural resources and new enterprises of any quarter of the world.”
And Keynes’s Londoner “regarded this state of affairs as normal, certain, and permanent, except in the direction of further improvement ... The projects and politics of militarism and imperialism, of racial and cultural rivalries, of monopolies, restrictions, and exclusion ... appeared to exercise almost no influence at all on the ordinary course of social and economic life, the internationalization of which was nearly complete in practice.”
But then came three decades of war, revolution, political instability, depression and more war. By the end of World War II, the world was fragmented economically as well as politically. And it took a couple of generations to put it back together.
So, can things fall apart again? Yes, they can.
Consider how things have played out in the current food crisis. For years we were told that self-sufficiency was an outmoded concept, and that it was safe to rely on world markets for food supplies. But when the prices of wheat, rice and corn soared, Keynes’s “projects and politics” of “restrictions and exclusion” made a comeback: many governments rushed to protect domestic consumers by banning or limiting exports, leaving food-importing countries in dire straits.
And now comes “militarism and imperialism.” By itself, as I said, the war in Georgia isn’t that big a deal economically. But it does mark the end of the Pax Americana — the era in which the United States more or less maintained a monopoly on the use of military force. And that raises some real questions about the future of globalization.
Most obviously, Europe’s dependence on Russian energy, especially natural gas, now looks very dangerous — more dangerous, arguably, than its dependence on Middle Eastern oil. After all, Russia has already used gas as a weapon: in 2006, it cut off supplies to Ukraine amid a dispute over prices.
And if Russia is willing and able to use force to assert control over its self-declared sphere of influence, won’t others do the same? Just think about the global economic disruption that would follow if China — which is about to surpass the United States as the world’s largest manufacturing nation — were to forcibly assert its claim to Taiwan.
Some analysts tell us not to worry: global economic integration itself protects us against war, they argue, because successful trading economies won’t risk their prosperity by engaging in military adventurism. But this, too, raises unpleasant historical memories.
Shortly before World War I another British author, Norman Angell, published a famous book titled “The Great Illusion,” in which he argued that war had become obsolete, that in the modern industrial era even military victors lose far more than they gain. He was right — but wars kept happening anyway.
So are the foundations of the second global economy any more solid than those of the first? In some ways, yes. For example, war among the nations of Western Europe really does seem inconceivable now, not so much because of economic ties as because of shared democratic values.
Much of the world, however, including nations that play a key role in the global economy, doesn’t share those values. Most of us have proceeded on the belief that, at least as far as economics goes, this doesn’t matter — that we can count on world trade continuing to flow freely simply because it’s so profitable. But that’s not a safe assumption. Angell was right to describe the belief that conquest pays as a great illusion. But the belief that economic rationality always prevents war is an equally great illusion. And today’s high degree of global economic interdependence, which can be sustained only if all major governments act sensibly, is more fragile than we imagine.
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sexta-feira, janeiro 30, 2009
Boletim Meteorológico
diz que está tanto frio que os três graus parecem menos um!
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Desacordo semântico?
ponho um ponto
canto um canto
pranto um pranto
começo no começo
sossego no sossego
parece e pareço
estudo o estudo
falo a fala
caminho o caminho
gosto do gosto
testo o texto
vejo-o o tejo
canto um canto
pranto um pranto
começo no começo
sossego no sossego
parece e pareço
estudo o estudo
falo a fala
caminho o caminho
gosto do gosto
testo o texto
vejo-o o tejo
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Um mundo de Paz
se a crise vem da medicina,
se o doente requer um médico
que a cura saiba para nos salvar,
então como esperar
que os remédios existentes possam servir para esta doença?
pensar. é preciso de novo pensar.
não quero remédio velho para crise nova.
mas se a crise é velha então prenda-se o médico.
ou estamos perante um caso de pura imprudência mundial.
globalizada que está a economia e global que se estende a crise.
ou procuramos uma solução global honesta e clara
ou caímos nas velhos remédios. Não se lembram?
1939-1945
antes amar.
se voltamos a cair nessa, juro que vou para outro mundo.um mundo de paz.
se o doente requer um médico
que a cura saiba para nos salvar,
então como esperar
que os remédios existentes possam servir para esta doença?
pensar. é preciso de novo pensar.
não quero remédio velho para crise nova.
mas se a crise é velha então prenda-se o médico.
ou estamos perante um caso de pura imprudência mundial.
globalizada que está a economia e global que se estende a crise.
ou procuramos uma solução global honesta e clara
ou caímos nas velhos remédios. Não se lembram?
1939-1945
antes amar.
se voltamos a cair nessa, juro que vou para outro mundo.um mundo de paz.
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Pensionário
Guerra - quem ama é mais justo na guerra.
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Pensionário
Crise - momento para amar intensamente.
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Fantasia
os poemas de amor são patéticos.
em parte por serem sempre verdade.
o amor é universal.
se disser que a minha nuvem se aclara quando penso no teu amor.
não é nada de original.
não é fácil sê-lo.
no amor nada é novo e nem é preciso inventar.
preciso é só amar. amar. ser verdadeiro.
não ter medo de nada.
gostar de dentro para fora. gostar por inteiro.
gostar tanto.
gostar até ter frio só de em ti pensar.
sobe o sangue ao coração e aí permanece.
deixa de dar calor à minha mão que a pensar em ti escreve.
pensar que de novo te posso sonhar é remédio para a maior crise.
se no fim for apenas fantasia, que seja a de um conto de amor.
em parte por serem sempre verdade.
o amor é universal.
se disser que a minha nuvem se aclara quando penso no teu amor.
não é nada de original.
não é fácil sê-lo.
no amor nada é novo e nem é preciso inventar.
preciso é só amar. amar. ser verdadeiro.
não ter medo de nada.
gostar de dentro para fora. gostar por inteiro.
gostar tanto.
gostar até ter frio só de em ti pensar.
sobe o sangue ao coração e aí permanece.
deixa de dar calor à minha mão que a pensar em ti escreve.
pensar que de novo te posso sonhar é remédio para a maior crise.
se no fim for apenas fantasia, que seja a de um conto de amor.
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EU JÁ NÃO SEI
Domingos Gonçalves Costa / Carlos Rocha
Eu já não sei
Se fiz bem ou se fiz mal
Em pôr um ponto final
Na minha paixão ardente
Eu já não sei
Porque quem sofre de amor
A cantar sofre melhor
As mágoas que o peito sente
Quando te vejo e em sonhos sigo os teus passos
Sinto o desejo de me lançar nos teus braços
Tenho vontade de te dizer frente a frente
Quanta saudade há do teu amor ausente
Num louco anseio, lembrando o que já chorei
Se te amo ou se te odeio
Eu já não sei
Eu já não sei
Sorrir como então sorria
Quando em lindos sonhos via
A tua adorada imagem
Eu já não sei
Se deva ou não deva querer-te
Pois quero às vezes esquecer-te
Quero, mas não tenho coragem
Eu já não sei
Se fiz bem ou se fiz mal
Em pôr um ponto final
Na minha paixão ardente
Eu já não sei
Porque quem sofre de amor
A cantar sofre melhor
As mágoas que o peito sente
Quando te vejo e em sonhos sigo os teus passos
Sinto o desejo de me lançar nos teus braços
Tenho vontade de te dizer frente a frente
Quanta saudade há do teu amor ausente
Num louco anseio, lembrando o que já chorei
Se te amo ou se te odeio
Eu já não sei
Eu já não sei
Sorrir como então sorria
Quando em lindos sonhos via
A tua adorada imagem
Eu já não sei
Se deva ou não deva querer-te
Pois quero às vezes esquecer-te
Quero, mas não tenho coragem
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shlenk
Entre a dor e o nada
Dói-me.
O pé dói-me tanto!
É naquele sítio do calcanhar já a subir para a perna.
Quando o pé acaba.
Dói-me o fim do pé e o fim da perna.
Dói-me o pé.
Dói-me a perna.
Dói-me tanto!
Parece que apenas tenho o fim do pé e o fim da perna.
Nem sinto mais corpo.
Já me dói tudo.
Tanto!
Não tivesse esta dor no fim do pé.
Não tivesse esta dor no fim da perna.
Não tinha mais corpo.
Não tinha nada.
Vivo ligado a um fim de pé e um fim de perna que me doem.
Não me doesse nada e nada era.
Era apenas aquele fim de fronteira.
Era a dor.
-Era tudo?
-Sim, era.
A perna agarrada a mim faz-me doer.
O pé que ali começa anda a doer-me.
A dor que ali trago prolonga-me.
Do pé para a perna vamos andando.
O pé dói-me tanto!
É naquele sítio do calcanhar já a subir para a perna.
Quando o pé acaba.
Dói-me o fim do pé e o fim da perna.
Dói-me o pé.
Dói-me a perna.
Dói-me tanto!
Parece que apenas tenho o fim do pé e o fim da perna.
Nem sinto mais corpo.
Já me dói tudo.
Tanto!
Não tivesse esta dor no fim do pé.
Não tivesse esta dor no fim da perna.
Não tinha mais corpo.
Não tinha nada.
Vivo ligado a um fim de pé e um fim de perna que me doem.
Não me doesse nada e nada era.
Era apenas aquele fim de fronteira.
Era a dor.
-Era tudo?
-Sim, era.
A perna agarrada a mim faz-me doer.
O pé que ali começa anda a doer-me.
A dor que ali trago prolonga-me.
Do pé para a perna vamos andando.
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quarta-feira, janeiro 07, 2009
adn
Há noites em que é tudo o que eu queria.
perdido no fundo do meu exílio.
sinto dor é um martírio
como quando não sabia o que fazia.
Ai! Era a alma que me doía
Tornaste-te para nós num círio
onde encontramos o único sitio
que pelos dias anónimos nos seguia.
Os amigos ou a música nos chamam
Isto não é para os que não amam
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De olhos abertos
Eu transcendo. Nada transcende. Os conceitos
não me deixam transcender. Liberto-me
pela transcendência. Pela transcendência
sou o poder. Criador de novos significados
respigados pela imaginação, quando
liberto dos poderosos grilhões olimpicos.
A minha transcendência é intransmissivel.
Sempre que vejo a lua, porque se interpõe
entre mim e o infinito, petrifico.
Transcendo. Quando acompanhados
apreciamos o nascer do dia, cada um
transcende individualmente. tu transcendes.
Eu transcendo. Nós transcendemos.
Nada no mundo transcende fora de nós.
A transcendência é aquela experiencia
de sair para fora de nós. Eu gostava de
transcender pelas palavras, pairar no intervalo
entre dois impulsos eléctricos cerebrais e
assim como que sentir-lhes o fluxo e
dominar as suas linhas de força e frear
ou acelerar a corrente. Depois temos que
regressar a nós, a casa. Eu transcendo a
ideia de um espelho de água calmo e
sereno quando mergulho e abro os olhos
debaixo de água. Mas de olhos abertos
transcendo.
não me deixam transcender. Liberto-me
pela transcendência. Pela transcendência
sou o poder. Criador de novos significados
respigados pela imaginação, quando
liberto dos poderosos grilhões olimpicos.
A minha transcendência é intransmissivel.
Sempre que vejo a lua, porque se interpõe
entre mim e o infinito, petrifico.
Transcendo. Quando acompanhados
apreciamos o nascer do dia, cada um
transcende individualmente. tu transcendes.
Eu transcendo. Nós transcendemos.
Nada no mundo transcende fora de nós.
A transcendência é aquela experiencia
de sair para fora de nós. Eu gostava de
transcender pelas palavras, pairar no intervalo
entre dois impulsos eléctricos cerebrais e
assim como que sentir-lhes o fluxo e
dominar as suas linhas de força e frear
ou acelerar a corrente. Depois temos que
regressar a nós, a casa. Eu transcendo a
ideia de um espelho de água calmo e
sereno quando mergulho e abro os olhos
debaixo de água. Mas de olhos abertos
transcendo.
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Monotonia
Tenho uma página rasgada.
Será apenas neste livro?
Dia após dia encontro novas páginas que quero rasgar. De novo encontro páginas em branco que me fazem querer escrever. Quero escrever nas suas almas. É isso acima de tudo o que me dá prazer. Nem as loucuras que se arrastam, nem o cansaço do dia nem mais nada. Só ler e isto, escrever nas almas de pessoas singulares, estimulantes e por vezes fugazes.
Na tentativa de encontrar a alma inerente a cada página.
De forma a quebrar a monotonia, sentida por uma página, cheia de linhas por preencher, continuo a escrever.
Agora, devido ao medo que sinto dos dias monótonos e insignificantes começo a ganhar a coragem para sair deste lugar sem lugar para mim.
Preciso de reunir as condições urgentemente. Ainda acredito na minha ideia.
Será apenas neste livro?
Dia após dia encontro novas páginas que quero rasgar. De novo encontro páginas em branco que me fazem querer escrever. Quero escrever nas suas almas. É isso acima de tudo o que me dá prazer. Nem as loucuras que se arrastam, nem o cansaço do dia nem mais nada. Só ler e isto, escrever nas almas de pessoas singulares, estimulantes e por vezes fugazes.
Na tentativa de encontrar a alma inerente a cada página.
De forma a quebrar a monotonia, sentida por uma página, cheia de linhas por preencher, continuo a escrever.
Agora, devido ao medo que sinto dos dias monótonos e insignificantes começo a ganhar a coragem para sair deste lugar sem lugar para mim.
Preciso de reunir as condições urgentemente. Ainda acredito na minha ideia.
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Sem terceira via
"Desejo contém futuro. É por isso uma boa palavra.
A fragilidade das relações humanas torna as pessoas mais sóbrias."
David Grossman
Acrescento eu, amargas.
A coragem de se colocar no papel do nosso adversário e aí analisar a versão contraria à nossa, dá-nos a verdadeira e completa realidade.
A nossa e a outra.
A fragilidade das relações humanas torna as pessoas mais sóbrias."
David Grossman
Acrescento eu, amargas.
A coragem de se colocar no papel do nosso adversário e aí analisar a versão contraria à nossa, dá-nos a verdadeira e completa realidade.
A nossa e a outra.
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O seu a seu dono
"Pensar é um perigo. Para o mundo capitalista."
Tom Zé
9-05-06
Tom Zé
9-05-06
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