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quarta-feira, março 21, 2018

um amigo confunde ou pretende confundir ou deixa-se confundir face à diferenca entre populismo demagógico xenófobo e chauvinista e, do outro lado, o que recuso à partida, demagogia da esquerda radical.

Compreendo o meu amigo. É pai, tem uma vida estável e é avesso a qualquer alteração do estado de coisas.

Papá, quem é Dilma Roussef?

O melhor a deixar para o futuro é o que possamos escrever sobre o hoje. O presente.

Por exemplo, eu posso escrever um livro dirigido à minha filha ao tentar responder às suas perguntas.
E que perguntas vão ser essas? Não sei. Mas posso tentar preparar-me para elas. Como é que eu lhe posso responder se ela me perguntar:
- "O que é...?",
- Ou então, se a pergunta for - Papá, quem é Dilma Roussef? - Ao que eu provavelmente responderia, perguntando-me em vós alta quem era Dilma Roussef? -Quem é  Dilma Roussef, então filha, Dilma Roussef é uma senhora, que nasceu no Brasil, e que até já foi Presidente. Pior seria se a seguir ela me perguntasse, por que razão eu dizia "que até já foi". Mas poderia apenas perguntar se a senhora já era velha? Não me parece que eu lhe fosse responder, que era uma mulher, que nasceu num país chamado Brasil antiga presidente da república. Pelo menos, se a encontrasse ou se me a apresentassem, estou certo que iria dirigir-me a ela com - "Senhora Dilma! Olá senhora Dilma" - ou então -"Prazer, senhora Dilma". Portanto, parece-me bem que a minha resposta seria essa. Que é uma senhora que nasceu no Brasil, que até já foi presidente.
- "Foi", continuaria eu, - "tenho quase a certeza, a primeira mulher a ser presidente nesse país. No Brasil. Foi presidente depois de Lula da Silva. Eram ambos do PT, partido dos trabalhadores.

 nascidaDilma Vana Rousseff is a Brazilian economist and politician who was the 36th President of Brazil from 2011 until her impeachment and removal from office on 31 August 2016, becoming the first ... Wikipedia

domingo, outubro 29, 2017

luz para o passado





Cada nova ideia, novo pensamento, cada nova forma de ver é como um foco de luz que se lança para o passado, estando ele no presente e nas proximidades do futuro.

A imagem de uma pessoa rodeada de traços e raios de luz nos limites da sua sombra, em grande velocidade e a apontar na direção do futuro é aquela que me ocorre.

Para trás lança a sua luz. Para o passado.

Aprender é aprender o passado. Se aprendemos é porque já foi pensado e exposto à controvérsia e ao debate. Não interessa tanto a ideia ser nova mas sim se suscita o debate acerca de si. Apenas de si e nunca da pessoa. Fazer, produzir algo é dar volume ao futuro ou lançá-lo numa nova, adicional direção.

A validade da ideia é sempre apreciada no futuro.

O Progresso ou a sua ideia não pode deixar de ser constantemente avaliada. Não como força de atrito ou de bloqueio ao seu desenrolar, mas de uma forma crítica sobre o seu valor hoje, de hoje e de futuro.

Olhando muito de perto podemos perder a noção mais alargada do tempo em que os progressos de ontem se encontram em cacos e pisados como folhas de outono.

Pouca ou coisa nenhuma se pode dizer que veio para ficar.

Os regressos a práticas do passado com roupagens de ultra progressista podem não ser mais do que derrotas atuais de conquistas passadas.

Era comum pensar que trabalhar a um sábado tinha sido genericamente abolido.

Ou vivemos tempos de excecionalidade e o percebemos racionalmente ou teremos de assumir o progresso como uma derrota.

Direitos Humanos, direitos laborais, direitos civis podem deixar de o ser se por eles não lutarmos.

Nada é adquirido, pelo contrário tudo é, neste tempo, de uma enorme efemeridade.

sábado, novembro 30, 2013

Adeus - sinal de que alguém fica

Les Cousins Fous and Negra Neblina feature:

Adeus (Farewell) - a sign that someone stays .

Poetry reading by Sandro Marques.
From Homer to Brecht, Bocage to Ary dos Santos.
In Portuguese and German.

If there was a time when the song was a weapon,  were the words their bullets;
Because, the poet's words are always directed to the hearts.




Les Cousins Fous e Negra Neblina apresentam:

Adeus – sinal de que alguém fica.

Leitura de poesia por Sandro Marques.
De Homero a Brecht, de Bocage a Ary dos Santos.
Em português e alemão.

Se houve um tempo em que a canção era uma arma, eram as palavras as suas balas;
Porque as palavras dos poetas dirigem-se sempre aos corações.



Freitag, 13. Dezember 2013 um 21.00 Uhr

Friday, December 13, 2013 at 21:00

Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2013 às21:00

Winsstraße 9, 10405 Berlim

quinta-feira, julho 11, 2013

A NÁUSEA


Gezi Park, Istanbul 2013




Através dos social media recebi este relato de um académico a viver em Istambul. O relato foi escrito e lançado ao mundo da Internet nos primeiros dias do levantamento de Istambul. Penso estar certo se disser que foi lançado no primeiro fim de semana após o levantamento.

"In Ankara, tweets and two very brave television channels reported the police have been using rubber bullets. The injuries are said to be severe. We kept on communicating (mainly through the social media) to know what was happening.
In Istanbul, crowds took over Taksim Square on Saturday afternoon after a day of being sprayed. The police retreated, but there was a tense lull since protesters were still being sprayed in other neighborhoods throughout Istanbul, mainly Beşiktas.
The prime minister declared that he would not back down on his plans for the transformation of everything under the sun into malls and upper-class residences."

Fui tirando notas e armazenando fotografias provindas das mesmas redes sociais, lembrando-me dos acontecimentos do Egipto, em 2011. A benigna inundação de informação foi uma das principais novidades desse fenómeno revolucionário. Os acontecimentos foram gravados, fotografados, escritos e depois divulgados pelas redes sociais.

A par das redes sociais, a Internet permitia também ter acesso aos meios de comunicação social disponíveis então. Dos tradicionais, os jornais de referência a nível mundial, as televisões que assim se difundem e as agências noticiosas faziam e fazem ainda parte do meu leque de canais informativos.

Em 2011, as filmagens e emissão em direto pela Aljazeera dos acontecimentos foram uma das principais fontes. Por si esse fenómeno foi de certa forma um marco histórico. A Revolução Egípcia foi, a seu modo, a primeira a ser vista pela televisão através da Internet. Em direto e em emissão quase contínua. Outras, dos anos 80 principalmente, tinham sido já emitidas em pequenos diretos, com repórteres na rua, mas ainda com poucos diretos. Eram essencialmente imagens gravadas e depois enviadas para as redações. Ainda que emitidas no mesmo dia, eram sempre emitidas em diferido, nos serviços noticiosos das programações.

Agora, as edições especiais, em televisão, acontecem a qualquer hora, acompanhando os acontecimentos e sublinhando-os com comentários. Para lá dos irritantes e distratores rodapés com publicidade ou informação extra sobre o que acontece no mundo das artes, do desporto, da economia, entretanto. Aqueles comentários são difundidos por um grupo de fazedores de opinião. São um grupo muito restrito e constituido por académicos, por jornalistas e por ex-responsáveis políticos, na maior parte a exercer funções privadas em empresas que antes tutelaram. São dadas três leituras por três formas distintas de olhar para o mundo.

Sendo um comentário, é sempre um ponto de vista baseado na informação que detêm antes e durante os acontecimentos. Os académicos são conhecedores de estatísticas, da história, da cultura, da língua e da sua evolução. Dão-nos o seu olhar diacrónico e distanciado, tanto quanto a paixão que os move na acumulação desse conhecimento lhes permite. Os jornalistas dão-nos o seu olhar mais ou menos sincrónico de acordo com a sua idade. Dão-nos ainda o seu olhar ideológico do mundo. Já os políticos, dão-nos o seu conhecimento pessoal e próximo dos atores políticos, funcionando muitas vezes como correias de transmissão do que públicamente esses atores não nos dizem privadamente. Já para não falar dos interesses dos accionistas das empresas em que desempenham funções.

Os comentadores são sempre aqueles que o canal informativo convida. Ou porque tem acesso, o seu contacto, ou porque faz parte do leque de influências privadas no canal de comunicação. Raramente os canais tradicionais alargam o leque de peritos , de influências e de favores, ou alteram esse mesmo leque.

É por isso de suspeitar que os interesses que suportam e coincidem com a posição dos detentores do canal sejam os mesmos em 2011 e agora. Não consta que a Aljazeera tenha mudado de dono. Muito menos que a ideologia de quem a suporta se tenha alterado ou mudado de intérprete. Concluo-o por tanto que a Aljazeera que nos mostrou o Egipto era a mesma que nos deu Taksim, Istambul, Ankara, a Turquia em 2013.

No bloco "Opinião", ao dia 12 de Junho desse ano, um artigo da autoria de Ali Murat Yel e Alparslan Nas tem por título: Taksim Square is not Tahrir Square; e como subtítulo: The main actors in Turkey's ongoing protests are motivated by reactionary ideology, not environmental concerns. Antes disso temos que ir até ao dia 5 do mesmo mês, uma semana antes, para encontrar a opinião de que Taksim não é Tahrir Square. Existem similaridades mas não é ainda uma revolução: ...but they are not yet a revolution.


Lembrando-me eu também de Tahrir Square, lá fui ver as emissões da cadeia Árabe. Foi um choque o contraste entre aquilo que as redes sociais mostravam em Livestream, por fotografia e por escrito em comparação com o que era mostrado, comentado e relatado acerca dos acontecimentos desse início de mês na Turquia. O choque provocou-me alguma náusia própria do marujo que enjoa em alto mar.


Os relatos em direto eram telefónicos, com as imagens em fundo a desmentir em tempo real aquilo que os jornalistas nos relatavam, num completo desacerto com a realidade. O momento mais nauseante foi quando a jornalista começou a falar em feridos e acabou a perder a ligação com o direto no estúdio. Estava a dar um relato que saía fora do enquadramento que a estação nos quiz mostrar. Os restantes relatos foram todos dentro desse enquadramento e por isso não foram prejudicados pela precariedade das ligações.

De Londres, um comentador mostrava-se agastado com os protestos de rua, não próprios de uma democracia. Sugeria que os manifestantes se contentassem com um pedido de desculpas. Colocava-se no papel de defesa da atuação policial, não sendo ela a respnsável pelo queimar de carros.

No momento, comecei a escrever este post e ainda só via o acontecido segundo o ponto de vista da censura:

Depois destas perguntas, a Aljazeera continua com a ronda de entrevistados, de Londres, de Istambul, e de um terceiro lugar. No momento em que o último entrevistado vai dizendo que a Imprensa não está a ser livre de reportar o que vai acontecendo a pivot interrompe o entrevistado devido a falta de tempo. A falta de tempo em televisão pode por vezes funcionar como o lápis azul da censura.
Nesta altura a Aljazeera reporta um alerta do ministro do interior acerca de ataques a edifícios públicos. A corse of revoltion but no violence.
…Próxima história,

E assim mudei a minha fotografia de perfil, mostrando o motivo da minha profunda náusea.

terça-feira, maio 28, 2013

A Maria

À porta de casa,

Maria
bateu com a boca
no vidro
da janela
fechada
do carro.

Álvaro,
sentado,
no lado de dentro,
ao volante,
tinha esticado o braço,
levando a mão à frente,
para com o dedo abrir a porta.

O seu gesto
foi,
por Maria,
entendido
como
o pedido de lambidela
carinhoso.

terça-feira, maio 07, 2013

A Presidência Tripartida


A Presidência tripartida.






Actualmente o Conselho da União muda de figuras a cada seis meses. Numa presidência tripartida, cada estado estaria por um ano e meio no centro das decisões. Por se fazer a presidência de forma tripartida, ganhava-se rotina de trabalhar em conjunto em busca de uma mesma estratégia. A cada cinco anos um estado fazia parte da Presidência pelo menos uma vez, por um período de ano e meio. Isso mudaria muita coisa. As políticas ganhavam uma cara, senão três. A rotatividade faria-nos aumentar se não ainda criar laços de conhecimento. Isto numa atmosfera de bastante entusiasmo. Todos os resultados teriam um horizonte histórico ao qual reportar. A prestação de contas seria assim constante. Nem que fosse por uma questão de dignidade ética aquando da passagem da presidência.

sábado, dezembro 22, 2012

Anatomia do medo


A nossa sorte é que o medo acaba a seguir à fronteira da austeridade. A terapia de choque deu-nos uma palavra anestesiante. Crise. A crise acaba quando deixarmos de ter medo! Medo de quê? Da vida?





Anatomia do medo

Visitando o Congresso Internacional do Medo, de Carlos Drummond de Andrade, poderia estar tudo dito: “provisoriamente não cantaremos o amor, que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos, cantaremos o medo, que esteriliza os abraços”. O medo, amigo próximo da resignação. Resignação, amiga irmã da crise em que o país foi afundado. Seria assim o começo de um texto sobre o fim de 2011. Poderíamos mesmo avançar mais nuns versos do poeta – “cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas, cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos de medo e sobre os nossos túmulos nascerão flores amarelas medrosas”.
O medo dos cortes, o medo das ameaças, o medo da chantagem, o medo de nos levarem muito para lá dos anéis, o medo do amanhã, o medo da falta de pão, o medo de não ter futuro. O medo. 

Veio 2012. Mais cortes, mas ameaças, mais chantagem, mais de tudo. Mas não veio mais resignação. Aqueles que aceitavam a chuva, o desemprego e a injustiça, porque sozinhos, viram que a rua era enorme, muito maior do que esperavam. E houve retrocessos, se os houve. Voltou a ser crime distribuir panfletos. Diz-se que é pouco patriótico não aceitar o destino do empobrecimento, mal-agradecidos. O primeiro ministro confessa que 2012 foi o pior ano desde 1974, mas volta a mostrar uma inabalável confiança nos progressos de 2013. Cá estaremos. 

O ano que está agora a terminar foi mesmo difícil. Isso partilhamos. A dúvida é sobre quem vai ter a palavra final no ano que está agora mesmo à porta. 2012 mostrou que a resignação não tem de ser o nosso destino. Mostrou que o que se julga fatal não vem de sempre e não tem de durar para sempre. Esse foi o dado mais imprevisível. Houve centenas, houve milhares, houve um milhão. Houve ruas enormes. Não é fácil encontrar boas notícias em 2012. Um ano de um governo e, para as nossas vidas, quase que rimava com eternidade. Mas aprendemos todos/as que a resignação não dura para sempre. O medo acabou? Não, não acabou. O medo nestas circunstâncias é legítimo. Mas este ano mostrou-nos que há mais mundo para além do medo. E essa é a promessa de 2013.

Anatomia do medo


Visitando o Congresso Internacional do Medo, de Carlos Drummond de Andrade, poderia estar tudo dito: “provisoriamente não cantaremos o amor, que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos, cantaremos o medo, que esteriliza os abraços”. O medo, amigo próximo da resignação. Resignação, amiga irmã da crise em que o país foi afundado. Seria assim o começo de um texto sobre o fim de 2011. Poderíamos mesmo avançar mais nuns versos do poeta – “cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas, cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos de medo e sobre os nossos túmulos nascerão flores amarelas medrosas”.
O medo dos cortes, o medo das ameaças, o medo da chantagem, o medo de nos levarem muito para lá dos anéis, o medo do amanhã, o medo da falta de pão, o medo de não ter futuro. O medo.

Veio 2012. Mais cortes, mas ameaças, mais chantagem, mais de tudo. Mas não veio mais resignação. Aqueles que aceitavam a chuva, o desemprego e a injustiça, porque sozinhos, viram que a rua era enorme, muito maior do que esperavam. E houve retrocessos, se os houve. Voltou a ser crime distribuir panfletos. Diz-se que é pouco patriótico não aceitar o destino do empobrecimento, mal-agradecidos. O primeiro ministro confessa que 2012 foi o pior ano desde 1974, mas volta a mostrar uma inabalável confiança nos progressos de 2013. Cá estaremos.

O ano que está agora a terminar foi mesmo difícil. Isso partilhamos. A dúvida é sobre quem vai ter a palavra final no ano que está agora mesmo à porta. 2012 mostrou que a resignação não tem de ser o nosso destino. Mostrou que o que se julga fatal não vem de sempre e não tem de durar para sempre. Esse foi o dado mais imprevisível. Houve centenas, houve milhares, houve um milhão. Houve ruas enormes. Não é fácil encontrar boas notícias em 2012. Um ano de um governo e, para as nossas vidas, quase que rimava com eternidade. Mas aprendemos todos/as que a resignação não dura para sempre. O medo acabou? Não, não acabou. O medo nestas circunstâncias é legítimo. Mas este ano mostrou-nos que há mais mundo para além do medo. E essa é a promessa de 2013.
Gosto ·  ·  · Promover · há 16 minutos · 

terça-feira, dezembro 04, 2012

À espera de Godot!

Assim se destrói um País. Só me ocorre uma pergunta: Mas ninguém no Ministério Público viu isto? Não me interessa qualquer inquérito parlamentar ou processo interno de averiguação. O Ministério Público tem a obrigação de intervir. Não pode haver qualquer tipo de impunidade para os envolvidos. Como é que se desvia mais de um milhão de Euros por ano por cada Escola privada? Se numa escola ninguém trabalha de graça, se todos os dias são necessários materiais que se gastam, como giz, papel higiénico, pagar contas de luz ou água, como pode então um estabelecimento de ensino dar lucro? Mas estão a brincar? Acham mesmo que somos todos parvos? Que rede de interesses e com interesses é esta que se espalha por todos os cantos do país? Que as coisas vão mal já nós estamos fartos de perceber e de sentir. Agora, roubar assim atrás da fachada de um estabelecimento de ensino é pior do que roubar uma igreja. É pior do que roubar um supermercado. É pior do que pregar um calote. É bem pior do que assaltar um banco.

Para que uma inspecção aprove um estabelecimento de ensino como estes, é necessário que alguém feche os olhos perante esta realidade. Para que esses olhos se fechem é necessário que o inspetor o consinta. Ou o consentimento é fruto de um pagamento chorudo a seu favor, as luvas, ou o dito consentimento é imposto. Se é imposto então há alguém com esse, suposto, poder para o impor. Essa imposição, ou é fruto de luvas ou é um favor político. Quem pode exercer uma benesse política são os homens políticos.

Um inquérito por parte do Ministério Público só pode começar por estes homens políticos, mas passando também pelo que impôs o consentimento, pelo que fechou os olhos, pelo inspector, e por todos ligados ao colégio. Toda esta rede de implicados pode, até, não ter ganho nada com o caso. Mas que o estabelecimento retirou do bolso de todos uma boa frota automóvel isso é inegável. E se se der o caso de que isto se multiplique por todos os outros estabelecimentos de ensino privados, ou por todos os hospitais privados, ou por todos os serviços prestados por privados mas que têm um carácter obrigatório? Não precisamos de nenhuma reforma ou refundação, precisamos mesmo é de uma REVOLUÇÃO. Vejam com os vossos próprios olhos. Parem
tudo por uns minutos e pensem bem no que acabaram de ver.

 veja o vídeo desta reportagem.

quarta-feira, junho 08, 2011

Europe's New Road to Serfdom

Weekend Edition

June 3 / 5, 2011


Trichet Threatens Greece with Iron Heel

Europe's New Road to Serfdom


By MICHAEL HUDSON

Soon after the Socialist Party won Greece’s national elections in autumn 2009, it became apparent that the government’s finances were in a shambles. In May 2010, French President Nicolas Sarkozy took the lead in rounding up €120bn ($180 billion) from European governments to subsidize Greece’s unprogressive tax system that had led its government into debt – which Wall Street banks had helped conceal with Enron-style accounting.

The tax system operated as a siphon collecting revenue to pay the German and French banks that were buying government bonds (at rising interest-risk premiums). The bankers are now moving to make this role formal, an official condition for rolling over Greek bonds as they come due, and extend maturities on the short-term financial string that Greece is now operating under. Existing bondholders are to reap a windfall if this plan succeeds. Moody’s lowered Greece’s credit rating to junk status on June 1 (to Caa1, down from B1, which was already pretty low), estimating a 50/50 likelihood of default. The downgrade serves to tighten the screws yet further on the Greek government. Regardless of what European officials do, Moody’s noted, “The increased likelihood that Greece’s supporters (the IMF, ECB and the EU Commission, together known as the “Troika”) will, at some point in the future, require the participation of private creditors in a debt restructuring as a precondition for funding support.”

The conditionality for the new “reformed” loan package is that Greece must initiate a class war by raising its taxes, lowering its social spending – and even private-sector pensions – and sell off public land, tourist sites, islands, ports, water and sewer facilities. This will raise the cost of living and doing business, eroding the nation’s already limited export competitiveness. The bankers sanctimoniously depict this as a “rescue” of Greek finances.

What really were rescued a year ago, in May 2010, were the French banks that held €31 billion of Greek bonds, German banks with €23 billion, and other foreign investors. The problem was how to get the Greeks to go along. Newly elected Prime Minister George Papandreou’s Socialists seemed able to deliver their constituency along similar lines to what neoliberal Social Democrat and Labor parties throughout Europe had followed –privatizing basic infrastructure and pledging future revenue to pay the bankers.

The opportunity never had been better for pulling the financial string to grab property and tighten the fiscal screws. Bankers for their part were eager to make loans to finance buyouts of public gambling, telephones, ports and transport or similar monopoly opportunities. And for Greece’s own wealthier classes, the EU loan package would enable the country to remain within the Eurozone long enough to permit them to move their money out of the country before the point arrived at which Greece would be forced to replace the euro with the drachma and devalue it. Until such a switch to a sinking currency occurred, Greece was to follow Baltic and Irish policy of “internal devaluation,” that is, wage deflation and government spending cutbacks (except for payments to the financial sector) to lower employment and hence wage levels.

What actually is devalued in austerity programs or currency depreciation is the price of labor. That is the main domestic cost, inasmuch as there is a common world price for fuels and minerals, consumer goods, food and even credit. If wages cannot be reduced by “internal devaluation” (unemployment starting with the public sector, leading to falling wages), currency depreciation will do the trick in the end. This is how the Europe’s war of creditors against debtor countries turns into a class war. But to impose such neoliberal reform, foreign pressure is necessary to bypass domestic, democratically elected Parliaments. Not every country’s voters can be expected to be as passive in acting against their own interests as those of Latvia and Ireland.

Most of the Greek population recognizes just what has been happening as this scenario has unfolded over the past year. “Papandreou himself has admitted we had no say in the economic measures thrust upon us,” said Manolis Glezos on the left. “They were decided by the EU and IMF. We are now under foreign supervision and that raises questions about our economic, military and political independence.” On the right wing of the political spectrum, conservative leader Antonis Samaras said on May 27 as negotiations with the European troika escalated: “We don’t agree with a policy that kills the economy and destroys society. … There is only one way out for Greece, the renegotiation of the [EU/IMF] bailout deal.”
But the EU creditors upped the ante: To refuse the deal, they threatened, would result in a withdrawal of funds causing a bank collapse and economic anarchy.

The Greeks refused to surrender quietly. Strikes spread from the public-sector unions to become a nationwide “I won’t pay” movement as Greeks refused to pay road tolls or other public access charges. Police and other collectors did not try to enforce collections. The emerging populist consensus prompted Luxembourg’s Prime Minister Jean-Claude Juncker to make a similar threat to that which Britain’s Gordon Brown had made to Iceland: If Greece would not knuckle under to European finance ministers, they would block IMF release of its scheduled June tranche of its loan package. This would block the government from paying foreign bankers and the vulture funds that have been buying up Greek debt at a deepening discount.

To many Greeks, this is a threat by finance ministers to shoot themselves in the foot. If there is no money to pay, foreign bondholders will suffer – as long as Greece puts its own economy first. But that is a big “if.” Socialist Prime Minister Papandreou emulated Iceland’s Social Democratic Sigurdardottir in urging a “consensus” to obey EU finance ministers. “Opposition parties reject his latest austerity package on the grounds that the belt-tightening agreed in return for a €110bn ($155bn) bail-out is choking the life out of the economy.”

At issue is whether Greece, Ireland, Spain, Portugal and the rest of Europe will roll back democratic reform and move toward financial oligarchy. The financial objective is to bypass parliament by demanding a “consensus” to put foreign creditors first, above the economy at large. Parliaments are being asked to relinquish their policy-making power. The very definition of a “free market” has now become centralized planning – in the hands of central bankers. This is the new road to serfdom that financialized “free markets” are leading to: markets free for privatizers to charge monopoly prices for basic services “free” of price regulation and anti-trust regulation, “free” of limits on credit to protect debtors, and above all free of interference from elected parliaments. Prising natural monopolies in transportation, communications, lotteries and the land itself away from the public domain is called thealternative to serfdom, not the road to debt peonage and a financialized neofeudalism that looms as the new future reality. Such is the upside-down economic philosophy of our age.

Concentration of financial power in non-democratic hands is inherent in the way that Europe’s centralized planning in financial hands was achieved in the first place. The European Central Bank has no elected government behind it that can levy taxes. The EU constitution prevents the ECB from bailing out governments. Indeed, the IMF Articles of Agreement also block it from giving domestic fiscal support for budget deficits. “A member state may obtain IMF credits only on the condition that it has ‘a need to make the purchase because of its balance of payments or its reserve position or developments in its reserves.’ Greece, Ireland, and Portugal are certainly not short of foreign exchange reserves … The IMF is lending because of budgetary problems, and that is not what it is supposed to do. The Deutsche Bundesbank made this point very clear in its monthly report of March 2010: ‘Any financial contribution by the IMF to solve problems that do not imply a need for foreign currency – such as the direct financing of budget deficits – would be incompatible with its monetary mandate.’ IMF head Dominique Strauss-Kahn and chief economist Olivier Blanchard are leading the IMF into forbidden territory, and there is no court which can stop them.” (Roland Vaubel, “Europe’s Bailout Politics,” The International Economy, Spring 2011, p. 40.)

The moral is that when it comes to bailing out bankers, rules are ignored – in order to serve the “higher justice” of saving banks and their high-finance counterparties from taking a loss. This is quite a contrast compared to IMF policy toward labor and “taxpayers.” The class war is back in business – with a vengeance, and bankers are the winners this time around.

The European Economic Community that preceded the European Union was created by a generation of leaders whose prime objective was to end the internecine warfare that tore Europe apart for a thousand years. The aim by many was to end the phenomenon of nation states themselves – on the premise that it is nations that go to war. The general expectation was that economic democracy would oppose the royalist and aristocratic mind-sets that sought glory in conquest. Domestically, economic reform was to purify European economies from the legacy of past feudal conquests of the land, of the public commons in general. The aim was to benefit the population at large. That was the reform program of classical political economy.

European integration started with trade as the path of least resistance – the Coal and Steel Community promoted by Robert Schuman in 1952, followed by the European Economic Community (EEC, the Common Market) in 1957. Customs union integration and the Common Agricultural Policy (CAP) were topped by financial integration. But without a real continental Parliament to write laws, set tax rates, protect labor’s working conditions and consumers, and control offshore banking centers, centralized planning passes by default into the hands of bankers and financial institutions. This is the effect of replacing nation states with planning by bankers. It is how democratic politics gets replaced with financial oligarchy.

Finance is a form of warfare. Like military conquest, its aim is to gain control of land, public infrastructure, and to impose tribute. This involves dictating laws to its subjects, and concentrating social as well as economic planning in centralized hands. This is what now is being done by financial means, without the cost to the aggressor of fielding an army. But the economies under attacked may be devastated as deeply by financial stringency as by military attack when it comes to demographic shrinkage, shortened life spans, emigration and capital flight.

This attack is being mounted not by nation states as such, but by a cosmopolitan financial class. Finance always has been cosmopolitan more than nationalistic – and always has sought to impose its priorities and lawmaking power over those of parliamentary democracies.

Like any monopoly or vested interest, the financial strategy seeks to block government power to regulate or tax it. From the financial vantage point, the ideal function of government is to enhance and protect finance capital and “the miracle of compound interest” that keeps fortunes multiplying exponentially, faster than the economy can grow, until they eat into the economic substance and do to the economy what predatory creditors andrentiers did to the Roman Empire.

This financial dynamic is what threatens to break up Europe today. But the financial class has gained sufficient 
power to turn the ideological tables and insist that what threatens European unity is national populations acting to resist the cosmopolitan claims of finance capital to impose austerity on labor. Debts that already have become unpayable are to be taken onto the public balance sheet – without a military struggle, needless to say. At least such bloodshed is now in the past. From the vantage point of the Irish and Greek populations (perhaps soon to be joined by those of Portugal and Spain), national parliamentary governments are to be mobilized to impose the terms of national surrender to financial planners. One almost can say that the ideal is to reduce parliaments to local puppet regimes serving the cosmopolitan financial class by using debt leverage to carve up what is left of the public domain that used to be called “the commons.” As such, we now are entering a post-medieval world of enclosures – an Enclosure Movement driven by financial law that overrides public and common law, against the common good.

Within Europe, financial power is concentrated in Germany, France and the Netherlands. It is their banks that held most of the bonds of the Greek government now being called on to impose austerity, and of the Irish banks that already have been bailed out by Irish taxpayers.

On Thursday, June 2, 2011, ECB President Jean-Claude Trichet spelled out the blueprint for how to establish financial oligarchy over all Europe. Appropriately, he announced his plan upon receiving the Charlemagne prize at Aachen, Germany – symbolically expressing how Europe was to be unified not on the grounds of economic peace as dreamed of by the architects of the Common Market in the 1950s, but on diametrically opposite oligarchic grounds.

At the outset of his speech on “Building Europe, building institutions,”  Trichet appropriately credited the European Council led by Mr. Van Rompuy for giving direction and momentum from the highest level, and the Eurogroup of finance ministers led by Mr. Juncker. Together, they formed what the popular press calls Europe’s creditor “troika.” Mr. Trichet’s speech refers to “the ‘trialogue’ between the Parliament, the Commission and the Council.”

Europe’s task, he explained, was to follow Erasmus in bringing Europe beyond its traditional “strict concept of nationhood.” The debt problem called for new “monetary policy measures – we call them ‘non standard’ decisions, strictly separated from the ‘standard’ decisions, and aimed at restoring a better transmission of our monetary policy in these abnormal market conditions.” The problem at hand is to make these conditions a new normalcy – that of paying debts, and re-defining solvency to reflect a nation’s ability to pay by selling off 
its public domain.

“Countries that have not lived up to the letter or the spirit of the rules have experienced difficulties,” Trichet noted. “Via contagion, these difficulties have affected other countries in EMU. Strengthening the rules to prevent unsound policies is therefore an urgent priority.” His use of the term “contagion” depicted democratic government and protection of debtors as a disease. Reminiscent of the Greek colonels’ speech that opened the famous 1969 film “Z”: to combat leftism as if it were an agricultural pest to be exterminated by proper ideological pesticide. Mr. Trichet adopted the colonels’ rhetoric. The task of the Greek Socialists evidently is to do what the colonels and their conservative successors could not do: deliver labor to irreversible economic reforms.

“Arrangements are currently in place, involving financial assistance under strict conditions, fully in line with the IMF policy. I am aware that some observers have concerns about where this leads. The line between regional solidarity and individual responsibility could become blurred if the conditionality is not rigorously complied with. “In my view, it could be appropriate to foresee for the medium term two stages for countries in difficulty. This would naturally demand a change of the Treaty.

“As a first stage, it is justified to provide financial assistance in the context of a strong adjustment program. It is appropriate to give countries an opportunity to put the situation right themselves and to restore stability.

“At the same time, such assistance is in the interests of the euro area as a whole, as it prevents crises spreading in a way that could cause harm to other countries.

It is of paramount importance that adjustment occurs; that countries – governments and opposition – unite behind the effort; and that contributing countries survey with great care the implementation of the programme.

But if a country is still not delivering, I think all would agree that the second stage has to be different. Would it go too far if we envisaged, at this second stage, giving euro area authorities a much deeper and authoritative say in the formation of the country’s economic policies if these go harmfully astray? A direct influence, well over and above the reinforced surveillance that is presently envisaged? … (my emphasis)

The ECB President then gave the key political premise of his reform program (if it is not a travesty to use the term “reform” for today’s counter-Enlightenment):

“We can see before our eyes that membership of the EU, and even more so of EMU, introduces a new understanding in the way sovereignty is exerted. Interdependence means that countries de facto do not have complete internal authority. They can experience crises caused entirely by the unsound economic policies of others.

“With a new concept of a second stage, we would change drastically the present governance based upon the dialectics of surveillance, recommendations and sanctions. In the present concept, all the decisions remain in the hands of the country concerned, even if the recommendations are not applied, and even if this attitude triggers major difficulties for other member countries. In the new concept, it would be not only possible, but in some cases compulsory, in a second stage for the European authorities – namely the Council on the basis of a proposal by the Commission, in liaison with the ECB – to take themselves decisions applicable in the economy concerned.

“One way this could be imagined is for European authorities to have the right to veto some national economic policy decisions. The remit could include in particular major fiscal spending items and elements essential for the country’s competitiveness. …
By “unsound economic policies,” Mr. Trichet means not paying debts – by writing them down to the ability to pay without forfeiting land and monopolies in the public domain, and refusing to replace political and economic democracy with control by bankers. Twisting the knife into the long history of European idealism, he deceptively depicted his proposed financial coup d’état as if it were in the spirit of Jean Monnet, Robert Schuman and other liberals who promoted European integration in hope of creating a more peaceful world – one that would be more prosperous and productive, not one based on financial asset stripping.

“Jean Monnet in his memoirs 35 years ago wrote: ‘Nobody can say today what will be the institutional framework of Europe tomorrow because the future changes, which will be fostered by today’s changes, are unpredictable.’

“In this Union of tomorrow, or of the day after tomorrow, would it be too bold, in the economic field, with a single market, a single currency and a single central bank, to envisage a ministry of finance of the Union? Not necessarily a ministry of finance that administers a large federal budget. But a ministry of finance that would exert direct responsibilities in at least three domains: first, the surveillance of both fiscal policies and competitiveness policies, as well as the direct responsibilities mentioned earlier as regards countries in a ‘second stage’ inside the euro area; second, all the typical responsibilities of the executive branches as regards the union’s integrated financial sector, so as to accompany the full integration of financial services; and third, the representation of the union confederation in international financial institutions.

“Husserl concluded his lecture in a visionary way: ‘Europe’s existential crisis can end in only one of two ways: in its demise (…) lapsing into a hatred of the spirit and into barbarism ; or in its rebirth from the spirit of philosophy, through a heroism of reason (…).’”

As my friend Marshall Auerback remarked in response to this speech, its message is familiar enough as a description of what is happening in the United States: “This is the Republican answer in Michigan. Take over the cities in crisis run by disfavored minorities, remove their democratically elected governments from power, and use extraordinary powers to mandate austerity.” In other words, no room for any agency like that advocated by Elizabeth Warren is to exist in the EU. That is not the kind of idealistic integration toward which Trichet and the ECB aim. He is leading toward what the closing credits of the film “Z” put on the screen: The things banned by the junta include: “peace movementsstrikeslabor unionslong hair on men,The Beatles, other modern and popular music (‘la musique populaire’),SophoclesLeo TolstoyAeschylus, writing that Socrates was homosexual,Eugène IonescoJean-Paul SartreAnton ChekhovHarold PinterEdward AlbeeMark TwainSamuel Beckett, the bar associationsociology, international encyclopediasfree press, and new math. Also banned is the letter Z, which was used as a symbolic reminder that Grigoris Lambrakis and by extension the spirit of resistance lives (zi = ‘he (Lambrakis) lives’).”

As the Wall Street Journal accurately summarized the political thrust of Mr. Trichet’s speech, “if a bailed-out country isn’t delivering on its fiscal-adjustment program, then a ‘second stage’ could be required, which could possibly involve ‘giving euro-area authorities a much deeper and authoritative say in the formation of the county's economic policies …’” Eurozone authorities – specifically, their financial institutions, not democratic institutions aimed at protecting labor and consumers, raising living standards and so forth – “could have ‘the right to veto some national economic-policy decisions’ under such a regime. In particular, a veto could apply for ‘major fiscal spending items and elements essential for the country’s competitiveness.’”

Paraphrasing Mr. Trichet’s lugubrious query, “In this union of tomorrow ... would it be too bold in the economic field ... to envisage a ministry of finance for the union?” the article noted that “Such a ministry wouldn’t necessarily have a large federal budget but would be involved in surveillance and issuing vetoes, and would represent the currency bloc at international financial institutions.”

My own memory is that socialist idealism after World War II was world-weary in seeing nation states as the instruments for military warfare. This pacifist ideology came to overshadow the original socialist ideology of the late 19th century, which sought to reform governments to take law-making power, taxing power and property itself out of the hands of the classes who had possessed it ever since the Viking invasions of Europe had established feudal privilege, absentee landownership and financial control of trading monopolies and, increasingly, the banking privilege of money creation.

But somehow, as my UMKC colleague, Prof. Bill Black commented recently in the UMKC economics blog: “One of the great paradoxes is that the periphery’s generally left-wing governments adopted so enthusiastically the ECB’s ultra-right wing economic nostrums – austerity is an appropriate response to a great recession. ... Why left-wing parties embrace the advice of the ultra-right wing economists whose anti-regulatory dogmas helped cause the crisis is one of the great mysteries of life. Their policies are self-destructive to the economy and suicidal politically.”

Greece and Ireland have become the litmus test for whether economies will be sacrificed in attempts to pay debts that cannot be paid. An interregnum is threatened during which the road to default and permanent austerity will carve out more and more land and public enterprises from the public domain, divert more and more consumer income to pay debt service and taxes for governments to pay bondholders, and more business income to pay the bankers.

If this is not war, what is?


Michael Hudson is a former Wall Street economist. A Distinguished Research Professor at University of Missouri, Kansas City (UMKC), he is the author of many books, including Super Imperialism: The Economic Strategy of American Empire (new ed., Pluto Press, 2002) and Trade, Development and Foreign Debt: A History of Theories of Polarization v. Convergence in the World Economy. He can be reached via his website, mh@michael-hudson.com

quarta-feira, novembro 24, 2010

MOFO

…A janela aberta trazia arrastado pela brisa o cheiro a mofo. De tempos a tempos ao ritmo da brisa da madrugada. Eram já as madrugadas quentes do início do verão. As limpezas no chão do quarto tinham-no deixado satisfeito e no entanto, a brisa trazia-lhe o cheiro fétido da água suja entranhada no soalho. Afinal a limpeza não tinha sido suficientemente perfeita…

sexta-feira, junho 04, 2010

50 ANOS DE DÚVIDAS

Uma mensagem de esperança.

Que a civilização europeia duvida profundamente de si mesma está bem patente nas incertezas quanto ao futuro comum da União Europeia. E, tal como responde Ortega e Gasset, apesar disso, nunca uma civilização morreu de um ataque de dúvida. Os sucessivos impasses no processo da construção europeia não impediram, no entanto, desde os tratados fundadores de Roma até ao mais recente documento produzido pelas instituições comuns, que o caminho da Europa se fosse fazendo. “Toda civilización ha nacido o ha renacido como un movimiento natatorio de salvación”.[1] A frase anterior foi proferida por Ortega e Gasset no decorrer de uma conferência proferida a 7 de Setembro de 1949, na Universidade Livre de Berlin. O contexto é o do combate íntimo do homem, face às suas dúvidas. O produto desta reacção é um precipitado. Uma nova fé, de que se veste e com a qual vai viver a nova era. Numa analogia, entendida por mim, com o trabalho do Químico que sintetiza um novo composto é perfeita. Perante um novo composto, sintetizado, purificado, analisado e no fim comunicado, alguns investigadores adoptam aquela postura característica das mães babadas, comportam-se como se de um filho se tratasse e a ele dedicam muito do seu pensamento.

Gasset foi autor de várias conferências nas Universidades alemãs; em Berlin (1949), em Munique (1953) e vinte cinco anos passados da publicação A Rebelião Das Massas, em 1955. A continuada dedicação de Gasset ao povo alemão impressiona, embora não mais que o conteúdo das reflexões proferidas e publicadas. Numa nota de rodapé, na obra citada (p.247-8), são relatados os ecos da passagem, em 1949, por Berlin, mostrando a avidez dos estudantes alemães, imagino que não só estudantes, em ouvi-lo. A desordem instalou-se, com necessidade de intervenção policial, dada a falta de lugares, nas preenchidas salas de aula onde foi possível instalar altifalantes. Em 1955, Gasset dirá que a sua obra, A Rebelião Das Massas, foi ali mais lida do que compreendida mas a humorística analogia entre o nome do livro e o sucedido não tardou, a aparecer nos jornais. Para além destes factos, aquilo que mais me prende é a função que Gasset sabe estar a desempenhar naquela altura. Foi falar de Europa no sítio em que mais necessária, por ventura, seria uma lição de humildade e de saber. Talvez tenha funcionado como o tónico que o povo alemão, derrotado na maior das guerras até a data, precisava para encarar o futuro de cara levantada e com a consciência serenada. Quis recuperar o significado de conceitos que tinham perdido o sentido. Penso que foi um bom recuperador de ideias e formas de pensar, interrompidas ou deturpadas, entretanto. Na altura, era o decano da ideia de Europa.

Um ponto comum entre Nietzsche e Ortega e Gasset, entre muitos, será a reflexão que fazem da situação de crise. A crise instalada, depois de um período de guerra, foi política e cultural. Em Nietzsche temos um elevar político, a formação do estado, e um posterior decaimento cultural. Em Gasset verificamos um declínio completo em termos políticos, no fim da 2ª Guerra Mundial. Se se verificou o erguer em termos culturais após as Guerras conducentes ao nascimento da Alemanha, será possível que depois da crise mundial tenha renascido a Europa?

Será a crise política actual fruto de um erguer cultural europeu marcado pela sua unificação? A Europa política ainda não conseguiu incorporar, no espírito, a sua nova dimensão. Estamos, então, no tempo do desenvolvimento da vertente cultural da nova Europa. É o tempo de compreender a forma viva, recriada. Explicá-la, será o próximo passo para um crescimento em termos políticos do projecto europeu de paz que, esperamos, viva e perpétua. Terá sido a compreensão de que a destruição seguinte poderia ser definitiva aquilo que nos tem impedido de uma nova catástrofe?

Gasset adverte: “…las catástrofes pertenecen a la normalidad de la historia, son una pieza necesaria en el funcionamiento del destino humano”[2], consciente, que está, do outro perigo, que é, o adormecimento criador. A superficialidade dos fenómenos de primeiro olhar - a penúria económica, a confusão política- actuais, será sinónimo de que tipo de crise-catástrofe? A que resulta da falta de vontade política ou da estranheza cultural vigente? Está pois, sugerido o caminho através do qual a Europa pode fazer-se.

A sociedade europeia.

Uma sociedade não se constitui por um acordo entre as vontades. Ao contrário, todo o acordo de vontades pressupõe a existência de uma sociedade. Ao pensar a sociedade europeia, Gasset desenvolve esta ideia, muito semelhante e indo na direcção daqueles que acusam, de tecnocrata, a construção do projecto Europeu. O direito não emana da sociedade, como um suspiro, naturalmente, mas é criado num ponto longínquo, tomando, por base, critérios que pretendem defender o bem comum mas que não são reconhecidos como naturais a ninguém. Os acordos que não favorecem nenhuma das partes, ou seja, que são igualmente maus, podem resultar num acordo positivo desde que o acordo seja suficientemente importante para o futuro imediato, pese embora poder ser uma fonte de futuros ressentimentos.

A sociedade europeia: tem costumes europeus, usos europeus, opinião pública europeia, direito europeu, poder político europeu. Estes elementos, caracterizadores sociais, desenvolvem-se naturalmente mas em diferentes estágios de evolução, conforme o avanço no caminho das idéias, efectuado pela sociedade em causa. O princípio da adopção das melhores práticas para os diversos ramos do saber, se forem só apresentadas como o melhor que se faz lá fora não terá melhor destino que toda a herança cultural europeia. Quer por simples resistência nuns casos ou por desajuste completo noutros, o ressentimento face à Europa é tanto português como de qualquer outra sociedade posta à margem ou que navegue noutra direcção.

Lisboa, Julho de 2008.




[1]Toda a civilização nasceu ou renasceu como um movimento nadatório de salvação”. Ortega Y Gasset, Obras completas, Tomo IX, Meditación de Europa, Madrid, Alianza Editorial, 1983, p. 252.

[2] “As catástrofes pertencem à normalidade da história, são uma peça necessária ao funcionamento do destino humano”. Ortega y Gasset, ob. cit., p. 252.