Mostrar mensagens com a etiqueta Casas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Casas. Mostrar todas as mensagens

domingo, março 27, 2022

Brutal

 Um sinal de que as línguas vivas estão em constante mudança pode, nos dias de hoje, ser facilmente verificado pela alta incidência do uso do termo  Brutal , sendo quase só usado com o seu significado na forma informal. Será a informalidade o que domina o progresso? Sem dúvida! Então, há que aceitar que a progressão é coisa boa e deixar de lutar contra os necessários acordos ortográficos, onde esse progresso fica normalizado. Ou será que a normalização é só contrária ao progresso que faz avançar a Língua, colocando-lhe barreiras?

Auxiliares de tradução

Traduzir "brutal" para: Espanhol | Francês | Inglês

Esta palavra em blogues

Ver mais

apresentar detalhadamente o comércio "legalde seres humanos e a forma brutal e selvagem com que os senhores tratavam os negros a fim de obterem mais...

 Em Geopedrados

...não foi competente da criançaum inimigo Nos lados da Atouguia o pai dementebrutal

 Em a peida é um regalo ... do nariz a gente trata

A União de Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro está muito preocupada com a escalada de preços dos factores de produçãoCarlos Alvespresidente da União de Agricultores e baldios do distrito de Aveiro (UABDA), explica que "a carência alimentar é tema a tomar assento no ocidentecom os preços a subirem e a eventual

 Em Not

...não separarecorda-nos que o racismo do século XXI é bem diferente do racismo brutal do século XIX e XX..

 Em Deriva das Palavras

...e interesses particularesque condena pessoas indefesas a sofrer todas as formas de violência brutal ”..

 Em Blog da Sagrada Família
Blogues do SAPO

"brutal", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/brutal [consultado em 27-03-2022].

sábado, novembro 07, 2020

Geringonças



By Krd - Own work, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=74929363



Em Berlim, tal como aconteceu em 2015 em Portugal, o Governo estadual é apoiado por uma coligação R2G (Rot-rot-Grün ), traduzido para vermelho-vermelho-verde, ou seja, Socialistas, Bloquistas/Comunistas, Verdes. Em Portugal chama-se Geringonça ao que aqui se designa por R2G. Num país longamente habituado a coligações de governo, quer a nível estadual quer a nível federal, é de salientar a diversidade nas soluções encontradas. Há no entanto um leque de coligações que ainda nunca se verificou: toda e qualquer uma que conte ou precise do apoio do partido de extrema direita, o AFD.

Ainda não se verificou mas já esteve quase. No estado federado da Turíngia, Thomas Kemmerich, líder local dos liberais do FDP, chegou a ser eleito com 45 votos contra 44, apoiado pelas bancada do partido de Merkel, CDU e pela bancada do AFD, liderado por Björn Höcke, ou seja, a extrema direita. Traduzindo, uma coligação entre Liberais, Democratas Cristãos e Nacionalistas/Populistas de extrema direita aliou-se contra a esquerda para apoiar a formação de um governo regional. A esquerda não se conseguiu entender com os verdes e o centro direita fechou os olhos ao que aí vinha.

Kemmerich chegou a ser empossado no parlamento regional como Primeiro Ministro e daí resultou a famosa foto do aperto de mão a Höcke, prontamente comparada a uma outra foto do passado. Durou três dias no cargo, acabando por se demitir, o que levou à marcação de novas eleições.

As razões para a sua demissão são fáceis de compreender. Em primeiro lugar a Alemanha entrou em convulsão após a quebra do cordão sanitário que tornava impossível alguém sequer pensar em formar coligações com a extrema direita que, saliente-se, é não só a terceira força política no Bundestag, parlamento federal, como ainda a primeira força da oposição, o que em termos de folclore democrático tem a sua importância.

Segundo, e sem estar a ordenar as razões por qualquer ordem de valor ou importância, a até então líder eleita da CDU, Annegret Kramp-Karrenbauer, escolha quase pessoal e direta de Merkel para a suceder no partido e com elevada probabilidade de vir a ser a próxima Chanceler federal, demitiu-se da liderança do seu partido. Desempenha actualmente as funções de Ministra da Defesa no Governo de Merkel. Angela Merkel tinha já decidido não se recandidatar e pôr fim à sua carreira política a nível interno. Traçou um plano para a sua sucessão no partido e pensou levá-lo a eleições.

Neste momento, e continuando a viagem na tormenta, a CDU continua com um processo não planeado de escolha do seu futuro líder que conta com pelo menos três candidatos, todos homens. No seu último episódio, o congresso marcado para Dezembro teve de ser adiado devido à Pandemia. As eleições federais para a escolha da sucessão e Merkel serão também em 2021.

Numa nota mais pessoal, e por forma a dar algum do tom com que se viveram esses dias por terras germânicas, a possibilidade de haver um governo regional eleito e apoiado pela extrema direita fez soar as campainhas do "vamos embora para outro país que isto está a aquecer", ao que eu, deitando alguma água na fervura, respondi: "calma, que nós vivemos em Berlim e aqui os ventos são outros".

É verdade que no estado federado de Berlim, que corresponde à própria cidade com os seus 4,3 milhões de habitantes, ainda se respira a liberdade. No entanto, Berlim é também a capital e na capital as coisas são sempre diferentes.

Annegret Kramp-Karrenbauer bem o pode dizer. Mostrou a muitos que há portas que não se podem abrir quando antecipadamente sabemos quem está do outro lado. A sua enorme demonstração de grandeza política é merecedora de uma estátua no meu panteão pessoal imaginário. Tinha tudo para vir a ser uma das mulher mais poderosas do mundo mas, por razões para muitos difíceis de entender quase que se pode dizer que abdicou do poder. Tiro-lhe o meu chapéu.


segunda-feira, maio 04, 2020

Em busca da Sociedade Esclarecida


Dragagens no rio Sado

Em busca da Sociedade Esclarecida





A causa do fim do projeto de melhoria das acessibilidades ao Porto de Setúbal é uma causa colectiva na medida em que afecta positivamente ou negativamente toda a comunidade. Os seus efeitos, positivos ou negativos, podem fazer-se sentir em toda a região que tem o estuário do Sado no seu ventre. Afecta as comunidades dos concelhos de Setúbal, Grândola e Alcácer do Sal em diversos graus e sentidos. Não pode ser restrita (a causa) a Setúbal e aos seus habitantes. Poderemos ainda adicionar os efeitos positivos e negativos nos concelhos adjacentes tais como Palmela, Sesimbra, Montijo, Moita, Seixal, Almada ou Barreiro na margem a norte do rio Sado integrantes da realidade geográfica que é a Península de Setúbal. As conexões respeitantes aos concelhos limítrofes de Grândola e Alcácer do Sal serão talvez já mais dissipadas nos efeitos aí produzidos. O processo de licenciamento das obras obriga por isso ao envolvimento dos vários municípios. As regras a que estão obrigadas as autoridades administrativas imanentes do poder político local, os órgãos municipais democraticamente eleitos, de divulgação do projecto eram inerentes aos três municípios, sendo que a inacção responsabiliza aos três. Poderá haver uma violação do direito a ser informado, detido pelos munícipes, bem como uma violação da obrigação de informar que cabe aos responsáveis pela gestão da coisa pública. Sem Informação não há sociedade esclarecida e sem esclarecimento não é dada à população a possibilidade de discutir seriamente o assunto.

As regras de publicitação dos estudos de impacte ambiental parecem onerar o município de Setúbal à publicação em edital do período de consulta pública do projeto, o que foi feito, embora a meu ver, de forma, pouco aceitável por não favorecer o referido esclarecimento público de modo eficaz e seguro. Não basta, não pode bastar, a publicação de um edital para dar a conhecer à população os efeitos de uma obra que se desenrola no coração da cidade, o rio Sado.

O caso pode ser encarado como uma falha geral no sistema político, isto é, na gestão da coisa pública que entregamos nas mãos dos nossos representantes políticos. Claro que esta gestão implica ter em conta não só os interesses públicos, os da população em geral quer seja a do presente como a do futuro, como os interesses privados, os de empresas e restante aparelho produtivo e administrativo. A montante de cada novo projecto existem direitos concedidos a entidades particulares que tem de ser balanceado com o bem maior que é o do interesse humano e ambiental. A defesa de um não elimina a existência do outro e num estado de direito poderá por vezes dar-se o caso de direitos adquiridos previamente terem de ser recompensados por uma perda futura espectável.

Os portos e a sua gestão são um bom exemplo de conflito entre diversos interesses. A administração dos portos está entregue a entidades de direito privado. Aos portos está associada por norma uma área circundante por questões estratégicas ( e outras como de segurança pública, integridade territorial, ou ainda ecológica). No entanto essa área está em primeiro lugar inserida num determinado município. A gestão e planificação dos diversos interesses está registado nos planos directores municipais, PDM. Estes obedecem a regras de discussão e aprovação bem claras ainda que muito pouco conhecidas pela generalidade dos cidadãos. Fica claro que os cidadãos devem desde cedo tomar parte nessa discussão.

As riquezas naturais que enquadram a cidade de Setúbal e que os Setubalenses têm o privilégio de viver como seu ambiente natural são de valor incalculável. As áreas protegidas, na Serra da Arrábida, no estuário do Sado, incluindo ainda a Costa Alentejana e Vicentina criaram uma relação homem-meio-ambiente que se desenvolve desde sempre de forma cooperativa. Da natureza aprenderam os habitantes da região a extrair o melhor que lhes foi oferecido. Peixe, Sal, vinho, arroz, marisco...
Desde tempos que recuam ao Paleolítico e que continuaram com Fenícios, Romanos, Árabes ou Cristãos, que as riquezas naturais atraíram à região gente vinda de longe, por vezes mesmo de muito longe.

Em Alcácer do Sal é possível constatar o decorrer do tempo plasmado no acervo da cripta arqueológica do Castelo. Num pequeno quadro exibe-se uma riquíssima colecção de moedas encontradas nas diversas escavações efectuadas na cidade e arredores e nele é possível ver uma pequena moeda com a gravura de um golfinho.

As notas de euro por exemplo saem ainda das rotativas sem imagens de Reis, presidentes heróis ou monumentos históricos. Quem tem memória do escudo lembra-se por certo de uma torre de Belém, ou de um Gago Coutinho, Bocage, Camões, entre outras figuras. Será que, à data da cunhagem daquela pequena moeda, alguém achou que um golfinho era o melhor símbolo para identificar a região? Que honra para os Golfinhos!

Os Setubalenses e amantes da região sentem e com razão uma forte ligação afectiva ao meio ambiente que os rodeia ou que lá os atrai. Para além do peixe assado que desde há décadas atrai Lisboetas aos restaurantes da cidade, existe também, para alguns privilegiados, a Arrábida, e mais concretamente o Portinho da Arrábida. As barracas de praia dos pescadores foram facilmente arrasadas nos tempos de Carlos Pimenta, por entre segundas habitações de férias. Para alguns ficaram as casas quase secretas no meio da mata, algumas detidas por gente de fora. No entanto, a Serra é respeitada. Há uma zona que devido à sua riqueza vegetativa está completamente vedada á intrusão pelo homem. Trata-se de uma reserva integral constituída por mata e vegetação original mediterrânica. O seu valor é reconhecido por todos e a sua integralidade respeitada.

No coração da Arrábida instalou-se, faz décadas, uma fábrica de cimento e por lá irá continuar por várias décadas ainda. A sua licença para extracção de calcário, ou seja, para esventrar a serra foi recentemente prolongada por mais 50 anos. Devido à presença da Secil na Serra da Arrábida e por o processo de produção implicar o recurso a fornos de altíssimas temperaturas foi decidido ali instalar a co-incineração de matérias perigosas. Não aconteceu sem uma forte oposição da população local, a de Setúbal e a da Arrábida, mas e apesar disso, a decisão foi mais uma vez avante.

Qual é o impacto na saúde pública dos setubalenses? Existem estudos sobre a incidência de doenças do foro respiratório ou outras que assegurem a continuação de tal prática sem risco para quem ali vive e que permitam avaliar ainda que à posterior a decisão política tomada à época? Foram os seus resultados dados a conhecer publicamente?

Foi de resto por causa da existência da co-incineração na Arrábida que o porto de Setúbal se tornou no destino para resíduos provenientes de outros países europeus dada a existência de um mercado interno de resíduos..

Os estaleiros navais da Setenave, agora Lisnave, são um dos maiores a nível mundial na capacidade de reparação de navios. A história dos estaleiros e das restantes empresas ali instaladas nas décadas de 60 e 70 do século passado revelaram-se decisivas, dada a fonte de contaminantes químicos lançados para o estuário, para o desaparecimento dos Golfinhos do estuário. Durante anos, a comunidade de golfinhos foi-se simplesmente embora do estuário que usa e sempre usou para sua residência, maternidade e porto de abrigo. Os contaminantes presentes no fundo do rio são, tristemente, parte do património industrial de Setúbal e bem poderiam ter lugar a evocação no museu do trabalho.  

A relação que se estabeleceu já num passado longínquo entre homem e meio ambiente e talvez em primeiro lugar entre golfinhos e o estuário deverá ter tido por base uma natureza de índole mais cooperativa do que competitiva. É esta relação de forças que sempre se estabelece entre dois modos de habitar um ecossistema tão variado e rico que determina não só o presente como também o futuro. O legado que quisermos deixar para quem vier depois de nós será sempre um reflexo das decisões políticas tomadas hoje, em nosso nome, tendo em mente os interesses da comunidade. Dependerá sempre do grau de esclarecimento da população local a aceitação ou reprovação de projectos que, tal como o da melhoria das acessibilidades ao porto de Setúbal, lhes são impostos.


sábado, dezembro 29, 2018

Há uma nova República


Quase sem que mais se tenha dito nasceu uma nova república. A República da Catalunha. Foi proclamada no dia 10 de Outubro de 2017  depois de os 72 deputados independentistas terem aprovado numa declaração intitulada Declaração dos Representantes da Catalunha o texto de uma moção proclamatória. Como tal não tem valor legal mas não deixa de ser uma declaração de proclamação de uma República. Já o líder do Governo regional, Puigdemont, anunciou a criação da República da Catalunha como estado independente e a seguir anunciou que estava suspensa a sua efectividade por forma a permitir o diálogo.  Nasceu quase muda. Foi como que sussurrada aos nossos ouvidos. O estado espanhol incorpora um Reino e dentro desse reino há uma república.

É como se o rei fosse rei de uma monarquia mas também de uma república.

Se seguirem com a criação da Federação do Reino de Espanha e da República da Catalunha podem bem vir a ter como chefe de estado o rei de Espanha que assim será Rei e Presidente da República bem como da Federação. Será uma República sem presidente eleito e por isso uma singularidade. Mas também, para que presisam os catalães de um Presidente? A menos que criem a figura do Presidente da Federação que representará como chefe de estado tanto a Catalunha como o resto da Espanha. Não parece fácil. Mas se ambicionarmos por uma federação na Europa, não será isso que irá acontecer? Não iremos todos eleger um presidente para uma federação?

E se ficarem pela proclamação da República da Catalunha, com governo e parlamento autónomos e sem chefe de estado ou depondo nas mãos do Rei de Espanha o direito de representação? Completa autonomia dos sistemas judiciários e de segurança interna e externa podendo delegar e para isso pagar a quem o assuma; França é uma hipótese assim como Espanha não o deixa de ser.

E sim, a função de chefe de estado é uma função paga. Nisto, as monarquias não são diferentes das repúblicas e vice versa.

domingo, maio 27, 2018

Art

I could not imagine a work of art that would prompt a person to do something bad. There can be no talk of art in relation to films like 'The Exterminator'. 

My purpose as far as possible is to make films that will help people to live, even if they sometimes cause unhappiness— and I don't mean the sort of tears that 'Kramer vs. Kramer' produces.

Perhaps you have noticed that the more pointless people's tears during a film, the more profound the reason for those tears.

I am not talking about sentimentality, but about how art can reach to the depths of the human soul and leave man defenseless against good.

 —Andrei Tarkovsky.

segunda-feira, maio 21, 2018

Squalor


squalor

[skwol-er, skwaw-ler]

noun

  1. the condition of being squalid; filth and misery.


Origin of squalor

1615–25; < Latin squālor dirtiness, equivalent to squāl(ēre) to be dirty, encrusted + -or -or1

Synonyms

wretchedness


Antonyms

splendor.

The problem of Rent:
Rent has three characteristics differentiating it from other forms of expenditure:
(i) Rent varies markedly from one part of the country to another,
(ii) Rent varies markedly as between different families of the same size in the same part of the country,
(iii) Expenditure on rent cannot be reduced during a temporary interruption of earning as that on clothing, fuel or light can.

Sir William Beveridge, Social Insurance 
and Allied Services Report



Excerto de The New Poverty, de Stephen Armstrong. Verso
Chapter 6: Squalor, pp. 127-132

"That afternoon I visited the city’s wet centre: a day hostel that allows homeless people to walk in drunk or on drugs. As I arrived, staff were struggling to help a man suffering from the violent hallucinations and sweeping emotional changes brought on by the synthetic cannabinoid Black Mamba. He was howling, his body shaking and his eyes blank. ‘It’s cheap and it’s strong,’ Hiley explains. ‘It’s sweeping through prisons and the homeless and the effects are brutal. People are using it to find oblivion.’ Back in the main building – a walk-in and advice centre in a spruced up old school – I met Jas Singh, one of Inclusion’s regulars and a local lad. He’s fresh-faced and handsome – he looks a little like Stone Roses singer Ian Brown, right down to his jagged mop-top hair – but he totters into the room on crutches with his foot strapped up in a large webbing-and-plastic sandal. Singh studied art at St Martins and graduated in 2012, moving to Kingston upon Thames where a friend secured him a protection-by-occupation residency in a large empty house. He was on the verge of the next stage in his life – interning with an art dealer on Pimlico Road. ‘It was unpaid but I’d get fed and into all the art exhibitions for free, and some champagne parties,’ he grins. ‘I started to meet a few people – like Terry O’Neill, the photographer, and I was starting to put my own work together … mainly sound installations.’ And then, running up the stairs at the art dealer’s house in 2014, Jas slipped and whacked his leg on the corner of a stair and damaged his peroneal nerve, which provides feeling to the front and side of the legs and the top of the feet. A damaged peroneal nerve causes a condition known as foot drop, where the muscles that hold the foot in place stop working and the patient’s foot effectively dangles uselessly at the end of their leg. He couldn’t walk without crutches and couldn’t keep working with the art dealer. When the house he was legally squatting finally got sold, he was out – just as his dad phoned to tell him his mum was ill, asking him to come back to Leicester to help out. ‘So I came back for a while,’ he explains. ‘I was here for about six months when, ironically, I was giving a homeless person a few bits of change and got mugged, whacked on the back of my head – I was knocked out, unconscious for a while. I’m still not clear on everything that happened after that. Apparently I discharged myself and went back to my family with my head still bleeding. We had a huge row – I can’t remember what about … I was drinking at that time though I’m sober now. But the atmosphere was tense.’ Mood swings, anger and tears are textbook behaviours after a head injury – although Singh blames long-running family tension for the rows that simmered at home. After two weeks, he slipped on the stairs again and fractured the same foot. An ambulance took him to hospital and his last words to his dad were – ‘I’ll call you as soon as I’m done.’ After his foot was treated, he stood outside Leicester General Hospital waiting for his dad when he got a tap on his shoulder. ‘It’s two police and it’s like – are you Mr Singh?’ he recalls, shaking his head. ‘I’m thinking – why are the police asking if I’m Mr Singh?’ He pauses for a moment and looks away, then back. ‘And I get arrested by the police – they say they’ve a restraining order because of my aggression at my dad’s house … and I’m kind of baffled because I just had a conversation with my dad and I thought he was coming to pick me up … but it turns out suddenly I’m homeless.’ After a night at Euston Police Station, a squad car dropped him off at the Dawn Centre, Leicester’s last remaining homeless hostel – the council has closed three other hostels in the past few years, offering supported accommodation instead but effectively reducing the number of beds available to rough sleepers. Still a little dazed – and with a few belongings in a plastic bag – he was hoping to get to a bed early to rest and recover a little. But the Dawn Centre was full and the hotels he could walk to only had rooms for £70 a night, so he went to an off-licence, bought a few cans of Kronenberg and slipped into a hotel car park where he lay down behind a parked van – ‘and drank and drank and tried to sleep,’ he shivers. ‘It was February and I was freezing so I thought I’d knock myself out with alcohol. But when you try and sleep outside, you think you’ve slept and then you look at your phone and it’s been three minutes.’He was so exhausted and dirty he thought he couldn’t do another night like that so he booked in to the hotel using his bank card to guarantee the room. He had a shower and got his head down for a couple of hours. When he woke, his phone battery was running low, he had no money and everything he owned was at his parents’ house. He walked on his crutches over to Leicester City Council housing office, where they said he wasn’t eligible for help as his parents’ house, his last address, stands just outside the city limits in Leicestershire. He managed to get an appointment with Oadby and Wigston Borough Council on the same day, got to the bus stop and realised he just had a few coppers and a little bit of change. He showed the bus driver all he had, and told him where he was going. The driver just took a few of the coppers and let him on, which still brings tears to his eyes when he tells the story. At Oadby and Wigston, a housing officer called Heidi hunted out a bed at the Action Homeless hostel, run by a local charityin the city centre. She lent him £3 to get the bus, he made it to Victoria Park and was given a bed on the first floor of a brick townhouse. He made friends sharing tobacco and Rizla – ‘it was like school or a prison’, he says. ‘I hadn’t got my own cup so they wouldn’t give me tea. People were kicking off over dinner and I almost wished I was outside again, instead of having to climb the stairs to get to my room with the noise of someone kicking off every half an hour.’They moved him around a couple of times. First into shared accommodation and finally into a single room in a quieter house. The bureaucracy of the homeless system proved endlessly baffling. One advisor told him he wasn’t entitled to housing in Leicester because his family lived outside, but if he filled out a form saying he was estranged from his family that would see him clear. So he did that and got a letter back saying he wasn’t eligible because he had no local connections. He’d have to wait in limbo for two years before he became a resident of Leicester.‘It’s crazy,’ he explains. ‘There’s housing I can get for £385 per month, and the council is paying my hostel over £780 for a single room with a shared kitchen. On top of that, I pay the hostel £104 a month, so they’re clearing £900 per month. Every now and then, someone says they may force me back to London, because I have connections there. But how am I going to get on a waiting list in Kingston upon Thames of all places?’He was sleeping badly, and hugely sensitive to noise and light, which eventually drove him to Inclusion looking for something to help. There he met a Dr Maxwell, who talked to him for half an hour and was shocked that he’d not been treated for his head injury. She helped sort out some medication, got the in-house physiotherapist to look at his leg and wrote a few letters to Action Homeless explaining his illness and asking that he be moved to a less noisy building. She also connected him with Headway, a charity dealing with people with head injuries, who secured him an assessment for the Employment and Support Allowance – the benefit paid to disabled people. Initially the interview was scheduled in Nottingham. ‘I told them I had problems with my leg and I suffer from anxiety,’ he shrugs. ‘Does it make sense to send me to Nottingham? And because I’m band four – as in, I’m not drinking or doing drugs – I’m a long way down the list for any better accommodation. So if I get myself an "addiction I’d get housed. I’d be better off if I started taking drugs.’The days pass slowly, he says – he’s got a scrapbook and tries doodling and sketching in it. He’s got a few ideas but they don’t quite come out right. And he’s started to help out at a homeless charity Open Hands.‘They’re all charities aren’t they? It’s funny that. The thing is – it can happen to anyone. I see people buying all these lottery tickets and it’s like – you’ve got more chance of being homeless than winning the lottery you know? I was working towards an okay life before – interning and organising exhibitions in Pimlico and Chelsea. Now everything’s stripped away. Some people do help out – but most people think I don’t look homeless enough.’





domingo, março 25, 2018

No Taxation Without representation


  • Cada vez mais me convenço de que há pessoas que não sabem interpretar o significado de "Fiscal" dito em Inglês. Confunde-se Orçamento com imposto. "Fiscal Austerity", significa controlo Orçamental e não tem nada a ver com Fisco, Impostos ou taxas. Claro que uma coisa está relacionada com a outra mas, em Inglês existe também o termo "Taxation", quando se pretende falar de impostos. Há aquela famosa frase: "no taxation without representation" que levou a uma revolução. Depois temos que recordar um senhor deputado que três legislaturas atrás, pedia um choque fiscal como terapia para a economia. Falava em revolução nas taxas de impostos, IRS, IRC, etc. Citava estudos em que o termo utilizado era "Fiscal Shock", significando alterações na composição do Orçamento, ou seja, uma modificação estrutural na forma de administrar o país. A sua cegueira ideológica, lembre-se que corriam os anos da cavalgada dos neo-liberais, pela Europa e EUA, que levou entre outras coisas à intervenção no Iraque, dias após a fotografia dos Açores que tanto nos deve envergonhar, como Povo. Era a época da desregulamentação da economia que levou ao Caos financeiro e económico começado em 2008. Parece que hoje, passados quase oito anos, alguém devia ensinar um pouco mais de Inglês, já para não dizer de Política, a alguns deputados que pretendem jogar na arena dos tubarões. É que quando se sai, por Badajoz, Vilar Formoso, Portela ou Sá Carneiro, da Lusitânia, deixa-se imediatamente de falar Português e adopta-se a Língua dos Tubarões. Agora, não esquecer: Fiscal Shock means Investment and Public Policies that favor growth. Tax Policies means "get away from my money" or " Give me your money, now!

quarta-feira, março 21, 2018

o empreendedor

de jovem pastor de cabras a aspirante a golfista no belas clube de campo.

a realidade é necessariamente outra.


esquemas do empreendedor para vencer.

a moral do empreendedor.

o que cabe na realidade do empreen.

o jovem liberal defensor do privado

dois tipos de empreendedores.

há o pastor de cabras e depois há o jovem trump.
aquele que começa com o pequeno empréstimo do papá.

o alvo é a afirmação: os portugueses estão pior mas o país está muito melhor.

que maior elogio ao modelo chines.



A china é o melhor exemplo da cristalização desta ideia. O país está muito melhor mas para lá chegar foram atropelados os direitos fundamentais de muitos cidadãos. O bem comum é uma máquina de terraplanagem. Nada se pode interpor que resista a ficar tão fino como a camada de poeira.

"Vivemos sufocados pelo presente." diz Ana Cristina Leonardo, in Expresso, 12/11/2016.



Papá, quem é Dilma Roussef?

O melhor a deixar para o futuro é o que possamos escrever sobre o hoje. O presente.

Por exemplo, eu posso escrever um livro dirigido à minha filha ao tentar responder às suas perguntas.
E que perguntas vão ser essas? Não sei. Mas posso tentar preparar-me para elas. Como é que eu lhe posso responder se ela me perguntar:
- "O que é...?",
- Ou então, se a pergunta for - Papá, quem é Dilma Roussef? - Ao que eu provavelmente responderia, perguntando-me em vós alta quem era Dilma Roussef? -Quem é  Dilma Roussef, então filha, Dilma Roussef é uma senhora, que nasceu no Brasil, e que até já foi Presidente. Pior seria se a seguir ela me perguntasse, por que razão eu dizia "que até já foi". Mas poderia apenas perguntar se a senhora já era velha? Não me parece que eu lhe fosse responder, que era uma mulher, que nasceu num país chamado Brasil antiga presidente da república. Pelo menos, se a encontrasse ou se me a apresentassem, estou certo que iria dirigir-me a ela com - "Senhora Dilma! Olá senhora Dilma" - ou então -"Prazer, senhora Dilma". Portanto, parece-me bem que a minha resposta seria essa. Que é uma senhora que nasceu no Brasil, que até já foi presidente.
- "Foi", continuaria eu, - "tenho quase a certeza, a primeira mulher a ser presidente nesse país. No Brasil. Foi presidente depois de Lula da Silva. Eram ambos do PT, partido dos trabalhadores.

 nascidaDilma Vana Rousseff is a Brazilian economist and politician who was the 36th President of Brazil from 2011 until her impeachment and removal from office on 31 August 2016, becoming the first ... Wikipedia

domingo, fevereiro 18, 2018

O mais óbvio

Rui Rio estende a mão ao Partido Socialista como estratégia política. A descentralização administrativa do país é a área de Política eleita. Tem uma estratégia aparentemente bem elaborada. Identifica os grupos de pressão com potencial de serem conquistados como por exemplo os professores, os idosos ou as populações do interior do país. Estes fazem parte do eleitorado mais volátil e com maior tendência a mudar de voto em futuras eleições legislativas sendo por isso de prever uma concentração neste alargado grupo do eleitorado.

 Para isso iremos assistir a estratégias de comunicação com apoio declarado de alguns órgãos de comunicação social mais tradicionais passando ainda essa permanente campanha pelas chamadas redes sociais. Sendo todos eles grupos transversais na sociedade, em termos etários, de níveis de riqueza ou em termos territoriais são também os menos acantonados a um partido político e por isso os mais prováveis aliados na sua luta diária contra o Governo.

 Tanto na resposta ao tema do dia-a-dia, como nas discussões políticas de maior relevo e de fundo que se podem esperar no tempo que antecede o fim da legislatura terá sempre esse eleitorado em linha de conta ao nível do discurso. Ao lançar as pontes para o diálogo com o partido socialista está também a provocar a possível degradação na coligação parlamentar e política que suporta o Governo de António Costa. São duas condições necessárias e não suficientes. Se por um lado precisa de combater a manutenção da coligação das esquerdas, precisa também de ganhar votos e eles só podem vir dos descontentes ou dos menos beneficiados pelo governo.

 Os sindicatos representam grupos profissionais e de interesses, legítimos, que não se sobrepõem completamente ao conjunto por eles gerado. A luta sindical será, assim, sempre por Rui Rio aproveitada para ganhar votos. São os votos do que classicamente se apelida por classe média e esse chavão é ainda um objectivo de muitos mesmo não se sabendo muito bem o que isso hoje representa.  Os profissionais poderão esperar aquilo que o PCP conseguir obter do governo e o Partido Comunista ver-se-á no dilema de reforçar o PSD ao querer obter mais direitos para os professores. Fariam bem o Governo e o Partido Socialista em antecipar a luta dos sindicatos e em conseguir o quanto antes um acordo de longo prazo que pacifique o sector alcançado dentro da coligação das esquerdas e seguindo a fórmula utilizada até aqui no Parlamento.

 Por outro lado temos os idosos quer sejam estes  reformados ou pensionistas. Os reformados tenderão a estar mais próximos de Rui Rio sempre que este levantar as questões dos cuidados de que esperam ou mencionar o interior e a desertificação do território ou as agora apelidadas falhas do Estado. Tem na pessoa de Morais Sarmento um forte apoiante e executante semanal. Nem é este o eleitorado tradicional da esquerda, se exceptuarmos o Alentejo e o distrito de Setúbal, nem é aquele que pode esperar do Governo maiores benesses. Aqui terá aliás Rui Rio, no Presidente da República, um forte aliado por tudo o que ele sempre representou e pelo que entretanto ganhou como capital político. Marcelo Rebelo de Sousa, para além de ter sido Presidente do PSD é reconhecido como alguém próximo do interior e do povo que mais sofreu com os incêndios, sendo por isso sempre uma voz com peso naquela faixa do eleitorado.

 Em parte sobrepostos, os idosos e a população do interior, não são dois conjuntos absolutamente coincidentes. A população idosa dos grandes centros urbanos, na sua maioria reformados ou detentores de algum complemento social, são ou ex-trabalhadores dos serviços ou ex-funcionários públicos de uma época em que Rui Rio esteve activo politicamente e poderão de si guardar uma imagem de pessoa séria. A sua linguagem política é bem directa e simples. Também aqui não é de esperar uma maior representatividade da esquerda tradicional e é sabido que uma grande deslocação de eleitorado da direita para a esquerda se concentrou neste grupo etário. Pode assim recuperá-lo caso o Governo e o Partido Socialista nada tiverem para lhes oferecer. São também aquele com uma voz menos regular e activa no espaço da comunicação política e social. Estão mais excluídos informaticamente e apresentam menores níveis de escolaridade.

 Rui Rio aparecerá sempre nestes meios e estará sempre a ganhar votos enquanto que António Costa pouco tem para apresentar como resultados dado tratar-se de problemas estruturais e alguns já sem volta a dar. Pouco ou nada melhorará o nível de escolaridade dessa população e, no fim da vida, para que precisarão os idosos de redes sociais que não seja para ver os familiares que partiram nos anos de crise? O nível de rendimentos pouco mudará e pouco mais será ambicionado. Este é pois o tema mais subjectivo e com maior carga simbólica na luta pelo poder. Aquele portanto mais sujeito a elevadas cargas de demagogia.

 A descentralização administrativa do país e o debate que se desenvolverá terá facilmente o interior do país como exemplo fácil mesmo que cerca de 70 por cento da população resida em grandes centros urbanos e no chamado litoral. São sabidas as posições dos dois líderes desde o tempo em que ambos eram autarcas nas duas mais importantes cidades portuguesas, nas mais influentes e nas mais representadas politicamente, por paradoxo. Não me demovo tão depressa da ideia dos caciques que esperam a regionalização para tomar o poder em nome do povo e o exercerem principalmente em benefício partidário ou pessoal.

 Ainda decorrerá bastante tempo até que as regiões sejam culturalmente assimiladas como unidades de desenvolvimento independentes quer nas estratégias quer nos resultados ambicionados e alcançados. Só com esse algo diferenciador é que se criará a identidade regional que de todo falta em Portugal. Não que um beirão não se identifique como tal ou que um algarvio ou alentejano não considere essa a sua identidade regional mas não há uma cultura de competição entre regiões. Os dados estatísticos são apresentados agregadamente para o país, muito pouco reflectidos em termos municipais e tendo em conta as unidades estatísticas que contam em termos europeus, as NUTS II, pouco daí se pode esperar. Quando se fala de Norte, Centro ou grande Lisboa como as regiões que de facto existem e das comissões de coordenação regional, está-se a andar no caminho contrário ao da formação da identidade regional que a descentralização precisará para ter sucesso. O Norte é demasiado diverso, o centro demasiado alargado geograficamente e a grande Lisboa muito pouco atractiva como referência a todos os que não residem na capital e que até aqui muito lutaram pela diferenciação identitária.


domingo, outubro 29, 2017

O Puxão


Quando puxam para baixo, não deixa que o levem.
Depois, sofre pela sua fraqueza.
Não pelo puxão.

Quando o puxarem para baixo,
Quer resistir a ser puxado.
Deve resistir ao puxão.

Não puxando em sentido contrário,
Respondendo sim com a razão.

Coloca assim o coração em baixo
E em cima a Razão.

Difícil será modelar força de razão
maior ou igual à intensidade do puxão.

Aplica-se a qualquer troca de comentários.

luz para o passado





Cada nova ideia, novo pensamento, cada nova forma de ver é como um foco de luz que se lança para o passado, estando ele no presente e nas proximidades do futuro.

A imagem de uma pessoa rodeada de traços e raios de luz nos limites da sua sombra, em grande velocidade e a apontar na direção do futuro é aquela que me ocorre.

Para trás lança a sua luz. Para o passado.

Aprender é aprender o passado. Se aprendemos é porque já foi pensado e exposto à controvérsia e ao debate. Não interessa tanto a ideia ser nova mas sim se suscita o debate acerca de si. Apenas de si e nunca da pessoa. Fazer, produzir algo é dar volume ao futuro ou lançá-lo numa nova, adicional direção.

A validade da ideia é sempre apreciada no futuro.

O Progresso ou a sua ideia não pode deixar de ser constantemente avaliada. Não como força de atrito ou de bloqueio ao seu desenrolar, mas de uma forma crítica sobre o seu valor hoje, de hoje e de futuro.

Olhando muito de perto podemos perder a noção mais alargada do tempo em que os progressos de ontem se encontram em cacos e pisados como folhas de outono.

Pouca ou coisa nenhuma se pode dizer que veio para ficar.

Os regressos a práticas do passado com roupagens de ultra progressista podem não ser mais do que derrotas atuais de conquistas passadas.

Era comum pensar que trabalhar a um sábado tinha sido genericamente abolido.

Ou vivemos tempos de excecionalidade e o percebemos racionalmente ou teremos de assumir o progresso como uma derrota.

Direitos Humanos, direitos laborais, direitos civis podem deixar de o ser se por eles não lutarmos.

Nada é adquirido, pelo contrário tudo é, neste tempo, de uma enorme efemeridade.

sexta-feira, outubro 28, 2016

Perigos de contágio ou a amargura de Wolfgang Schäuble



A União Europeia é vendida como um projeto de paz e, de facto, tem-no sido na medida em que quase conseguiu acabar com a guerra civil com que nos entretemos de quando em vez.

Uma consequência da cordial convivência entre chefes de Estado e membros de Governo com regularidade bastante elevada é que se tratem uns aos outros já quase pelo nome próprio. Essa proximidade e o facto de em algumas ocasiões até lutarem por objectivos comuns leva a dissipar os antagonismos do passado, colocou algumas querelas na esfera da politiquice de nível europeu, o que por sua vez, ocasiona alguns perigos de contágio de uma esfera para a outra; da europeia para a nacional e vice-versa.

Temos assistido a várias ataques de foice, por parte de Wolfgang Schäuble e na forma de comentários públicos nada pertinentes, em seara lusitana. Parece já um vício do ministro mas também denota alguma preocupação quanto ao seu legado político. Schäuble antevê o seu fim como poderoso ministro federal das finanças alemão e talvez gostasse de ser recordado por algo de positivo, num futuro nada distante.

Digamos que o actual rumo político levado a cabo pela coligação parlamentar que apoia o governo de António Costa, contrário aos seus desejos, tem a capacidade de influenciar outras soluções governativas de incidência parlamentar, isto é, tem elevado poder de contágio, até em terras germânicas.

Não nos esqueçamos que uma coligação Rot-Rot-Grün (vermelho-vermelho-verde), ou seja SPD-Die Linke-Die Grünen, tem a capacidade de ser viável já amanhã, colocando, por exemplo, o actual vice-chanceler, Sigmar Gabriel na cadeira de Merkel.

Talvez ainda mais do que querer fazer vingar a T.I.N.A., Wolfgang Schäuble abomine aquela possibilidade. A maturidade democrática de parte do povo alemão era bem capaz de aceitar tal solução, que de resto está prestes a entrar em vigor no estado de Berlim.

Há quem se esqueça de que afinal todos eles são políticos que lutam pela sua sobrevivência ou manutenção no poder. São políticos, com maiores ou menores convicções ideológicas, presos sobretudo aos seus problemas internos, isto é, nacionais e respondem apenas perante o seu eleitorado.

Se não é esta uma boa razão para desejar menos intergovernamentalismo e mais federalismo então não sei que outra o seja.