quinta-feira, julho 03, 2025

As Memórias do Facebook

 As Memórias do Facebook


Por ocasião do 40º Congresso do PSD, aquele onde LM foi eleito presidente do partido, era assim a narrativa:

"Luís Montenegro elege programa de emergência social e reforma da saúde como prioridades"- dizia o título do artigo do Público. E continuava assim: "Luís Montenegro elegeu as sete causas em que vai trabalhar nos próximos tempos. À cabeça, o programa de emergência social para acudir às preocupações dos portugueses sobre o custo de vida, mas também a defesa da reorganização e reforma do Serviço Nacional de Saúde para acabar com o “caos” no sector, o alívio fiscal, UM PLANO DE ACOLHIMENTO DE IMIGRANTES e a descentralização."
...
"Luís Montenegro demarcou-se da “xenofobia” da direita mas também do extremismo da esquerda. Um dos momentos em que o novo líder levantou o 40.º Congresso, durante a sessão do encerramento, foi quando condenou o PS por se ter associado a partidos “anti-NATO, ou anti-UE, ou antieuro, ou anti-IPSS, ou antimisericórdias, ou anti-sector privado da saúde, ou mais flagrante ainda, partidos pró-russos no contexto da guerra da Ucrânia”.

O ressabiamento por 2015 é o que move a direita. Se lhes perguntarem por uma ideia nova, qual a substância da vitória da direita ou das direitas em Portugal ou na Europa ou no resto do Mundo, não sai nada. É só ressabiamento das forças conservadoras pelos avanços das sociedades na direção da liberdade, das várias liberdades que foram conquistadas politicamente nas últimas décadas. Sinceramente, se aquilo de que se podem vangloriar é uma tal de agenda Woke que, apesar deles, avançava e continua a avançar, simplesmente porque as novas gerações assim o escolheram, o regresso das forças progressistas e das agendas ambientalista e feminista não tardará.

Mas continuando com as memórias, diz o artigo mais adiante:


“Somos e seremos moderados mas não somos nem seremos socialistas. E é por sermos moderados que também não somos nem populistas nem ultraliberais. E muito menos nos associaremos algum dia a qualquer política xenófoba ou racista”, afirmou, assumindo que “jamais” abdicará dos princípios da social-democracia e da essência do programa eleitoral para governar a qualquer custo”. Nem que isso tenha o preço de liderar um governo."

Tem-se visto a arte de contorcionismo e a força das convicções de LM.

"À semelhança do que já tinha acontecido com o anúncio do programa de emergência social, também o plano de acolhimento de imigrantes foi colocado novamente entre as prioridades." -

Como foi que disse? Então a criminalidade e a segurança em 2022 não estavam na moda?

"E Face ao “inverno demográfico” e à falta de mão-de-obra “estrutural”, é proposto um programa nacional de “recrutamento e integração” virado para a “sustentabilidade económica e social do país”, inspirado em países como a Austrália ou o Canadá."

-Tamanho descaramento!

O artigo pode ser consultado através do link que partilho abaixo.

O que aconteceu entretanto foi simplesmente uma onda de demagogia populista alavancada pelas forças reacionárias da extrema direita, um pouco por todo o lado. Depois dos anos de inflação de 2022 e 2023, da entrada em vigor dos milhares de milhões de investimento extraordinário criados pela bazuca ou os planos de investimento de Biden, com sucesso reconhecido na economia americana antes ainda das eleições de 24. Depois do ano de todas as eleições, em 2024 quase metade do planeta foi às urnas, num recorde mundial, os populistas começaram a usar os imigrantes como arma de arremesso contra as esquerdas ou forças moderadas de centro. Criaram o Outro ideal, e sempre necessário para que o populismo e a demagogia possam vencer.

Há dias, dizia Francisco Assis numa entrevista na Antena 1, o que já os gregos tinham escrito, -"se os democratas cederem aos demagogos as democracias morrem, porque a seguir aos demagogos virão os tiranos.". Segundo ele, os democratas estarão a ceder aos demagogo. Eu temo que já estejamos na fase em que são os demagogos, no poder, que estão a ceder aos tiranos. Em vários aspetos das nossas sociedades a tirania já está instalada. Deportações em massa, proibições de manifestação (Clima, Palestina, Pride,...), atos consecutivos de violência política tolerada pelas autoridades, são tudo sinais de que a tirania já está aqui, aí, um pouco por todo o lado. Deixa ver quanto tempo sobrevive este post!

As memórias rezavam assim:

Reescrever a história. Derivado do ressabiamento de 2015.
Demagogia. À la carte, mesmo depois de afirmar que eles não. Incêndios como exemplo, já amanhã no terreno.
1 - Inflação: programa de emergência social (nada de novo e puro mimetismo das medidas já em vigor)
2 - Caos na Saúde: sector social (nada de novo e uma fezada quando o que falta são mesmo médicos e enfermeiros e não camas)
3 - Impostos: desfazer o brutal aumento de impostos, não, alívio da carga fiscal, i.e. taxa social à la Passos, sim.
4 - Jovens a 15% de IRS: (inconstitucional) e creches do sector social (mais mimetismo do programa do PS).
5 - Programa de acolhimento e integração de imigrantes a copiar a Alemanha como forma de encontrar mão de obra, embora paga pelo salário mínimo. Baixos rendimentos, mas agora só para imigrantes como forma de crescimento económico.
6 - Transição ambiental, energética e tecnológica: pôr a mão no PRR (nem nada de novo nem algo apenas)
7 - Descentralização e não a um referendo à regionalização em 2024. Com a crise como desculpa.
Isto é o PSD?


quarta-feira, julho 02, 2025

Análise Interativa do Tabagismo na UE

A Ilusão da Média Simples

A estatística oficial do Eurostat indica que 18.4% da população da UE fumava diariamente em 2019. No entanto, este número trata todos os países de forma igual, independentemente da sua população. Ao ponderar pela população de cada país, obtemos um valor mais preciso de 18.8%. Esta aplicação explora o porquê desta diferença e o que ela revela sobre o tabagismo na Europa.

Média Simples da UE

18.4%

Trata cada país com o mesmo peso.

Média Ponderada pela População

18.8%

Reflete o número real de fumadores.

Comparativo entre Estados-Membros

Explore a prevalência do tabagismo em cada país da UE. O gráfico abaixo compara as taxas nacionais com a média simples (azul claro) e a média ponderada mais precisa (azul escuro). Use os botões para ordenar os dados e ver como cada país se posiciona.

O Fator Populacional

Porque é que a média ponderada é mais alta? Porque países muito populosos, como a Alemanha, têm taxas de tabagismo acima da média. Este gráfico revela a relação entre a prevalência (eixo horizontal), o número absoluto de fumadores (eixo vertical) e a população total (tamanho da bolha).

Dimensões Adicionais

O tabagismo não é uniforme. Existem diferenças significativas entre géneros e na intensidade do consumo. Selecione uma vista para explorar estas duas dimensões cruciais, focando-se em países que ilustram os contrastes mais marcantes na UE.

Implicações Estratégicas

Uma análise mais precisa leva a políticas mais eficazes. A perspetiva ponderada pela população sugere uma reorientação estratégica para o combate ao tabagismo na UE.

🎯 Intervenções Direcionadas

Os recursos devem focar-se nos países e grupos demográficos que representam a maior parte dos mais de 84 milhões de fumadores da UE. O impacto de uma pequena redução na prevalência em países populosos é desproporcionalmente grande.

📚 Partilha de Boas Práticas

O sucesso dos países nórdicos não é um acidente. A UE deve facilitar a transferência de conhecimento sobre políticas eficazes (impostos, proibições, apoio à cessação) dos países com melhor desempenho para os que enfrentam maiores desafios.

📊 Monitorização com Métricas Corretas

Para medir o progresso real, a UE deve adotar a média ponderada como o principal indicador. Utilizar métricas mais precisas é fundamental para uma política de saúde pública mais inteligente e eficaz para todos os cidadãos.

Análise baseada em dados do Eurostat (2019). Esta é uma aplicação interativa para fins de visualização de dados.