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sábado, março 15, 2014

O Manifesto dos 70

Preparar a Reestruturação da Dívida

Para Crescer Sustentadamente



Nenhuma estratégia de combate à crise poderá ter êxito se não conciliar a resposta à questão da dívida com a efectivação de um robusto processo de crescimento económico e de emprego num quadro de coesão e efectiva solidariedade nacional. Todos estes aspectos têm de estar presentes e actuantes em estreita sinergia. A reestruturação da dívida é condição sine qua non para o alcance desses objectivos.

O que reúne aqui e agora os signatários, que têm posições diversas sobre as estratégias que devem ser seguidas para responder à crise económica e social mas que partilham a mesma preocupação quanto ao peso da dívida e à gravidade dos constrangimentos impostos à economia portuguesa, é tão somente uma tomada de posição sobre uma questão prévia, a da identificação das condições a que deve obedecer um processo eficaz de reestruturação.

O que a seguir se propõe tem sempre em atenção a necessidade de prosseguir as melhores práticas de rigorosa gestão orçamental no respeito das normas constitucionais bem como a discussão de formas de reestruturação honrada e responsável da dívida no âmbito de funcionamento da União Económica e Monetária, nos termos adiante desenvolvidos.



A Actual Dívida é Insustentável na Ausência de Robusto e Sustentado Crescimento

A crise internacional iniciada em 2008 levou, entre outros factores, ao crescimento sem precedentes da dívida pública. No biénio anterior, o peso da dívida em relação ao PIB subiu 0.7 pontos percentuais, mas elevou-se em 15 pontos percentuais no primeiro biénio da crise. No final de 2013 a dívida pública líquida era de cerca de 120% do PIB O endividamento externo público e privado ascendeu a 225% do PIB e o endividamento consolidado do sector empresarial a mais de 155% do PIB. A resolução da questão da dívida pública não só se impõe pelas suas finalidades directas como pela ajuda que pode dar à criação de condições favoráveis à resolução dos problema específicos, igualmente graves, do endividamento externo e do sector empresarial.

A dívida pública tornar-se-á insustentável na ausência de crescimento duradouro significativo: seriam necessários saldos orçamentais primários verdadeiramente excepcionais, insusceptíveis de imposição prolongada.

A nossa competitividade tem uma base qualitativa demasiado frágil para enfrentar no futuro a intensificação da concorrência global. É preciso uma profunda viragem, rumo a especializações competitivas geradas pela qualidade, pela inovação, pela alta produtividade dos factores de produção envolvidos e pela sagaz capacidade de penetração comercial em cadeias internacionais ou nichos de mercado garantes de elevado valor acrescentado.

Trata-se certamente de um caminho difícil e de resultados diferidos no tempo. A sua materialização exige continuidade de acção, coerência de estratégias públicas e privadas, mobilização sem descontinuidades de elevado volume de recursos, bem como de cooperação nos mais diversos campos de actividade económica, social e política. Será tanto mais possível assegurar a sustentabilidade da dívida, quanto mais vigoroso for o nosso empenho colectivo no aproveitamento das oportunidades abertas pela reestruturação no sentido de promover esse novo padrão de crescimento.



É Imprescindível Reestruturar a Dívida para Crescer, Mantendo o Respeito pelas Normas Constitucionais

Deixemo-nos de inconsequentes optimismos: sem a reestruturação da dívida pública não será possível libertar e canalizar recursos minimamente suficientes a favor do crescimento, nem sequer fazê-lo beneficiar da concertação de propósitos imprescindível para o seu êxito. Esta questão é vital tanto para o sector público como para o privado, se se quiser que um e outro cumpram a sua missão na esfera em que cada um deles é insubstituível.

Sem reestruturação da dívida, o Estado continuará enredado e tolhido na vã tentativa de resolver os problemas do défice orçamental e da dívida pública pela única via da austeridade. Deste modo, em vez de os ver resolvidos, assistiremos muito provavelmente ao seu agravamento em paralelo com a acentuada degradação dos serviços e prestações provisionados pelo sector público. Subsistirá o desemprego a níveis inaceitáveis, agravar-se-á a precariedade do trabalho, desvitalizar-se-á o país em consequência da emigração de jovens qualificados, crescerão os elevados custos humanos da crise, multiplicar-se-ão as desigualdades, de tudo resultando considerável reforço dos riscos de instabilidade política e de conflitualidade social , com os inerentes custos para todos os portugueses.

Por outro lado, a economia sofrerá simultaneamente constrangimentos acrescidos, impeditivos em múltiplas dimensões do desejável crescimento do investimento, da capacidade produtiva e da produtividade, nomeadamente pela queda da procura e desestruturação do mercado, diminuição da capacidade de autofinanciamento, degradação das condições de acesso, senão mesmo rarefacção do crédito da banca nacional e internacional, crescente liquidação de possibilidades competitivas por défice de investimento e inovação. Por maioria de razões, o ganho sustentado de posições de referência na exportação ficará em risco e inúmeras empresas ver-se-ão compelidas a reduzir efectivos.
Há que encontrar outros caminhos que nos permitam progredir. Esses caminhos passam pela desejável reestruturação responsável da dívida através de processos inseridos no quadro institucional europeu de conjugação entre solidariedade e responsabilidade.

Há alternativa.



A Reestruturação Deve Ocorrer no Espaço Institucional Europeu

No futuro próximo, os processos de reestruturação das dívidas de Portugal e de outros países – Portugal não é caso único – deverão ocorrer no espaço institucional europeu, embora provavelmente a contragosto, designadamente, dos responsáveis alemães. Mas reacções a contragosto dos responsáveis alemães não se traduzem necessariamente em posições de veto irreversível. Veja-se o que vem sucedendo com a Grécia, caso irrepetível, de natureza muito diferente e muito mais grave, mas que ajuda a compreender a lógica comportamental dos líderes europeus. Para o que apontam é para intervenções que pecam por serem demasiado tardias e excessivamente curtas ou desequilibradas. Se este tipo de intervenções se mantiver, a União Europeia correrá sérios riscos.

Portugal, por mais que cumpra as boas práticas de rigor orçamental de acordo com as normas constitucionais – e deve fazê-lo sem hesitação, sublinhe-se bem – não conseguirá superar por si só a falta dos instrumentos que lhe estão interditos por força da perda de soberania monetária e cambial. Um país aderente ao euro não pode ganhar competitividade através da política cambial, não lhe é possível beneficiar directamente da inflação para reduzir o peso real da sua dívida, não pode recorrer à política monetária para contrariar a contracção induzida pelo ajustamento, não tem Banco Central próprio que possa agir como emprestador de último recurso. Mas se o euro, por um lado, cerceia a possibilidade de uma solução no âmbito nacional, por outro convoca poderosamente a cooperação entre todos os Estados-membros aderentes. A razão é simples e incontornável: o eventual incumprimento por parte de um país do euro, em última instância, acarretaria custos dificeis de calcular mas provavelmente elevados, incidindo sobre outros países e sobre o próprio euro. Prevenir as consequências nefastas desta eventualidade é, de facto, um objectivo de interesse comum que não pode ser ignorado.

Após a entrada em funções da nova Comissão Europeia, deverá estar na agenda europeia o início de negociações de um acordo de amortização da dívida pública excessiva, no âmbito do funcionamento das instituições europeias Na realidade, esse processo já foi lançado e em breve iniciará o seu caminho no contexto do diálogo inter-institucional europeu, entre Comissão, Conselho e Parlamento.É essencial que desse diálogo resultem condições fundamentais para defender sem falhas a democracia nos Estados-membros afectados, como valor fundacional da própria União.



Três Condições a que a Reestruturação Deve Obedecer

A Comissão Europeia mandatou um Grupo de Peritos para apresentar, designadamente, propostas de criação de um fundo europeu de amortização da dívida. O seu relatório será publicado antes das eleições para o novo Parlamento Europeu. Essas propostas juntar-se-ão a várias outras formuladas nos últimos quatro anos. Recorde-se que a presente tomada de posição visa apenas a questão prévia da identificação das condições a que deve obedecer um processo eficaz de reestruturação Serve-nos de guia o exposto sobre a dívida portuguesa, mas pensamos que as condições abaixo sugeridas defendem também os melhores interesses comuns dos países do euro.

Tendo presente que a capacidade para trazer a dívida ao valor de referencia de 60% do PIB depende fundamentalmente de três variáveis (saldo orçamental primário, taxa de juro implícita do stock de dívida e taxa nominal de crescimento da economia), identificamos três condições a que deve obedecer a reestruturação da dívida.

1) Abaixamento da taxa média de juro

A primeira condição é o abaixamento significativo da taxa média de juro do stock de dívida, de modo a aliviar a pesada punção dos recursos financeiros nacionais exercida pelos encargos com a dívida, bem como ultrapassar o risco de baixas taxas de crescimento, difíceis de evitar nos próximos anos face aos resultados diferidos das mudanças estruturais necessárias. O actual pano de fundo é elucidativo: os juros da dívida pública directa absorvem 4.5%. do PIB. Atente-se ainda no facto de mais de metade da subida da dívida pública nos últimos anos ter sido devida ao efeito dos juros.

2) Alongamento dos prazos da dívida

A segunda condição é o alongamento da dívida para 40 ou mais anos. A nossa dívida tem picos violentos. De agora até 2017 o reembolso da dívida de médio e longo prazo atingirá 53.5 mil milhões de euros. Alongamentos da mesma ordem de grandeza relativa têm respeitáveis antecedentes históricos, um dos quais ocorreu em benefício da própria Alemanha. Pelo Acordo de Londres sobre a Dívida Externa Alemã, de 27 de Fevereiro de 1953, a dívida externa alemã anterior à II Guerra Mundial foi perdoada em 46% e a posterior à II Guerra em 51,2%. Do remanescente, 17% ficaram a juro zero e 38% a juro de 2.5% Os juros devidos desde 1934 foram igualmente perdoados. Foi tambem acordado um período de carência de 5 anos e limitadas as responsabilidades anuais futuras ao máximo de 5% das exportações no mesmo ano. O último pagamento só foi feito depois da reunificação alemã, cerca de 5 décadas depois do Acordo. O princípio expresso do Acordo de Londres era assegurar a prosperidade futura do povo alemão, em nome do interesse comum. Reputados historiadores económicos alemães são claros em considerar que este excepcional arranjo é a verdadeira origem do milagre económico da Alemanha. O Reino Unido, que alongou por décadas e décadas o pagamento de dívidas suas, oferece outro exemplo. Mesmo na zona euro, já se estudam prazos de 50 anos para a Grécia. Portugal não espera os perdões de dívida e a extraordinária cornucópia de benesses concedida à Alemanha mas os actuais líderes europeus devem ter presente a sua razão de ser:o interesse comum. No actual contexto, Portugal pode e deve, por interesse próprio, responsabilizar-se pela sua dívida, nos termos propostos, visando sempre assegurar o crescimento económico e a defesa do bem-estar vital da sua população, em condições que são também do interesse comum a todos os membros do euro.

3) Reestruturar, pelo menos, a dívida acima de 60% do PIB

Há que estabelecer qual a parte da dívida abrangida pelo processo especial de reestruturação no âmbito institucional europeu. O critério de Maastricht fixa o limite da dívida em 60% do PIB. É diversa a composição e volume das dívidas nacionais. Como é natural, as soluções a acordar devem reflectir essa diversidade. A reestruturação deve ter na base a dívida ao sector oficial, se necessário, complementada por outras responsabilidades de tal modo que a reestruturação incida, em regra, sobre dívida acima de 60% do PIB. Nestes termos, mesmo a própria Alemanha poderia beneficiar deste novo mecanismo institucional, tal como vários outros países da Europa do Norte.

Os mecanismos da reestruturação devem instituir processos necessários à recuperação das economias afectadas pela austeridade e a recessão, tendo em atenção a sua capacidade de pagamento em harmonia com o favorecimento do crescimento económico e do emprego num contexto de coesão nacional. Se forem observadas as três condições acima enunciadas, então será possível uma solução no quadro da União e da zona euro com um aproveitamento máximo do quadro jurídico e institucional existente.

A celeridade da aprovação e entrada em funcionamento do regime de reestruturação é vital. A única maneira de acelerar essa negociação é colocá-la desde o início no terreno firme do aproveitamento máximo da cooperação entre Estados-membros de modo a acolher o alongamento do prazo de reestruturação, a necessária redução de juros e a gestão financeira da reestruturação, tendo em atenção as finalidades visadas pelos mecanismos de reestruturação. Cada país integraria em conta exclusivamente sua a dívida a transferir e pagaria as suas responsabilidades, por exemplo, mediante a transferência de anuidades de montantes e condições pré-determinadas adequadas à capacidade de pagamento do devedor. As condições do acordo a estabelecer garantiriam a sua estabilidade, tendo em conta as responsabilidades assumidas por cada Estado-membro. Deste modo, a uma sã e rigorosa gestão orçamental no respeito das normas constitucionais acresceria o contributo da cooperação europeia assim orientada. As condições relativas a taxas de juro, prazos e montantes abrangidos devem ser moduladas conjugadamente a fim de obter a redução significativa do impacto dos encargos com a dívida no défice da balança de rendimentos do país e a sustentabilidade da dívida pública, bem como a criação de condições decisivas favoráveis à resolução dos constrangimentos impostos pelo endividamento do sector empresarial público e privado e pelo pesado endividamento externo.

O processo de reestruturação das dívidas públicas já foi lançado pela Comissão Europeia.Fomos claros quanto a condições a que deve obedecer esse processo. A sua defesa desdeo o ínicio é essencial. O nosso alheamento pode vir a ser fatal para o interesse nacional.

A reestruturação adequada da dívida abrirá uma oportunidade ímpar, geradora de responsabilidade colectiva, respeitadora da dignidade dos portugueses e mobilizadora dos seus melhores esforços a favor da recuperação da economia e do emprego e do desenvolvimento com democracia e responsabilidade social.

Por quanto ficou dito, os signatários reiteram a sua convicção de que a estratégia de saída sustentada da crise exige a estreita harmonização das nossas responsabilidades em dívida com um crescimento duradouro no quadro de reforçada coesão e solidariedade nacional e europeia.

Estes são os termos em que os signatários apelam ao debate e à preparação, em prazo útil, das melhores soluções para a reestruturação da dívida.

Obrigado!

Minhas Senhoras e meus Senhores:

Adalberto Campos Fernandes, Adriano Moreira, Adriano PimpãoAlberto RamalheiraAlberto Regueira, Alexandre Quintanilha, Alfredo Bruto da Costa, André Machado, António Bagão Félix, António Capucho, António Carlos Santos, António Sampaio da Nóvoa, António Saraiva, Armando Sevinate Pinto, Artur Castro Neves, Boaventura Sousa Santos, Carlos César, Constantino Sakellarides, Diogo Freitas do Amaral, Eduardo Cabrita, Eduardo Ferro Rodrigues, Eduardo Paz Ferreira, Emanuel Santos, Esmeralda Dourado, Eugénio Fonseca, Fausto Quadros, Fernanda Rolo, Fernando Gomes da Silva, Fernando Rosas, Francisco Louçã, Henrique Neto, João Cravinho, João Galamba, João Vieira Lopes, Joaquim Canotilho, Jorge Malheiros, José Maria Brandão de Brito, José Maria Castro Caldas, José Reis, José Silva Lopes, José Vera Jardim, José Tribolet, Júlio Mota, Luís Braga da Cruz, Luíz Nazaré, Manuela Arcanjo, Manuela Ferreira Leite, Manuela Morgado, Manuela Silva, Manuel de Lemos, Manuel Macaísta Malheiros, Manuel Porto, Manuel Carvalho da Silva, Miguel Anacoreta Correia, Paulo Trigo Pereira, Pedro Adão e Silva, Pedro Bacelar de Vasconcelos, Pedro Delgado Alves, Pedro Lains, Pedro Marques Lopes, Ricardo Bayão Horta, Ricardo Cabral, Ricardo Paes Mamede, Rui Marques, Teresa Pizarrro Beleza, Viriato Soromenho-Marques, Vitor Martins e Vitor Ramalho;

- o meu obrigado pelo exemplo e pelo serviço público. Pela sua natureza é capaz de aduzir prejuízos mas, também tem potencial para abrir a outra porta. É tudo uma questão de saber quem a abre e quem entra.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/veja-a-lista-das-personalidades-que-assinaram-o-manifesto-dos-70=f860343#ixzz2w1sPc5Yb

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Maiden live

Maiden live

Dedicado a um adorador de Gaspar

disortografia | s. f.

di·sor·to·gra·fi·a 
(dis- + ortografia)

substantivo feminino

1. [Medicina Dificuldade na aprendizagem da ortografia.

2. [Medicina O mesmo que disgrafia.

"disortografia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/disortografia [consultado em 21-02-2014].



p.s.: confirma-se o carácter patológico da dificuldade em aprender línguas.



terça-feira, setembro 17, 2013

Extremistas - Os homens de Chicago



Fonte: MacLoulé


A verdade é que temos a Troika à mesa. As virtudes do que lhe seja apresentado podem ultrapassar o âmbito do umbigo nacional. As vias por onde continuaremos serão também as vias a seguir pela Grécia. Tal como já beneficiámos do poder negocial Irlandês. Inovar no caso nacional só pode beneficiar o caso europeu. Faltam os inovadores à mesa. Só com extremistas de Chicago não vamos lá.





quinta-feira, julho 25, 2013

Vandalismo de Estado - Policiais Infiltrados Começam Violência nos Prote...

Quando é que este tipo de ação por parte das polícias para? Quem é que pergunta a um político, na cara, depois das imagens mostradas, como é que é admissível o terror do estado contra os cidadãos?




Corruptela

corruptela | s. f.

cor·rup·te·la |é| 

(latim corruptela, -ae, o que estraga, corrompe, depravação)

substantivo feminino

1. Palavra que por abuso se escreve ou se pronuncia de forma considerada errada ou menos prestigiada.
2. Corrupção.
3. [Brasil: Goiás]  Reunião temporária de garimpeiros.

"Corruptela", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/Corruptela [consultado em 31-01-2014].


Uma corruptela que não me estava a deixar dormir. Chega a ter graça e não deve estar a ser nada engraçado. Será a prova superada?



Ontem e hoje, ao longo do dia, a Federação Nacional de Políticos (Fenpol) e a Federação Nacional de Política (FNP) criticaram igualmente o novo exame — que está previsto desde 2007, já foi regulamentado, mas nunca avançou. E a Associação Nacional de Políticos Contratados lembrou que não só os Políticos sem vínculo (os que terão que fazer a prova) têm, por vezes, “mais anos de serviço do que os do quadro”, como o seu desempenho já é avaliado anualmente.

quarta-feira, julho 24, 2013

A Miséria


16.01-2012

Dentro de algumas semanas terei o prazer de
receber a minha cara amiga e
a querida Xana em minha casa.
Serão com certeza cinco dias alegres.

19.Nov.2011

Por Berlin aos altos e baixos

Quando dizia estar a atravessar o ponto mais baixo no que a casa diz respeito, tinha isso a ver com o facto de não poder com certeza escolher e dizer onde iria dormir na noite seguinte, por vezes, mesmo no próprio dia em que me poria a questão.
Com os meus parcos pertences num lugar, sem acesso ao meu computador, ainda que dispusesse de liberdade para outro usar, o abalo de não dispor de um lugar a que pudesse chamar casa durou uma dezena de dias.
Ao ponto mínimo sucedeu-lhe o ponto máximo. Encontro-me agora no melhor sítio, sem dúvida, de todos em Berlin, desde que cheguei.

31.Oct.2011

Na mesma altura em que atingi o meu ponto
mais baixo em termos de casa, passo de
cozinheiro explorado a cozinheiro pessoal.

Bom mesmo seria ter a coragem de
avançar com a ideia de cozinhar
para os outros por um preço justo.

A Europa das Regiões e o Federalismo

Cheguei a pensar que a Europa das Regiões era um caminho sem mácula. Quão errado eu estava. Estava-o por não ter analisado ainda os aspectos negativos inerentes a esse processo. Também neste aspecto, a falta de uma Europa Federal mostra como o processo de Regionalização, apesar de uma boa ideia levada à prática, teve consequências nefastas para algumas regiões.

Na União Europeia existe uma agenda, um programa, institucionalizados pelos tratados, referente à Política Regional. A esta Política está associada uma estratégia de investimentos, co-financiados p'la União e p'los estados membros, como suporte da Política de Coesão. As assimetrias estruturais próprias de cada região postas a nú quando expostas a um espaço aberto às trocas comerciais, o mercado único, fazem parte do problema. Reconhece-se assim, que o mercado único é gerador de problemas. Sendo um espaço aberto à competição, regulado pela uniformização das regras ainda que não pela das práticas, reconhece-se que uns sairão perdedores para que outros possam sair como vencedores. Não é esse o espírito da competição?
De um orçamento precisa-se.

15. Oct. 2011

Posso estar a passar ao lado de um acontecimento capaz de ficar na história.
A minha não presença é importante apenas para mim.
A leitura que poderei no entanto fazer e que terá importância
é a forma como a souber passar para o futuro.

Na verdade, não espero  nada de mais.
Pessoas detidas, aqui e ali, pessoas com sonhos
a acordar para os tempos difíceis em que vivem,
outras, desiludidas, passarão ao lado do acontecimento.

A quem importa este dia então?
Quem são os indignados?
Quem pede uma democracia verdadeira já?
Serão apenas jovens?

Os mais jovens, em todas as revoluções
são os que têm maior dose de sonho no seu coração.
O nível de incerteza é o mesmo, no que diz respeito ao futuro, ao amanhã.

A dificuldade em pensar a longo termo poderá ser uma razão fundamental
para afirmar que não há diferença intergeracional no que diz respeito
ao nível de incerteza com que encaram o futuro.

O nível de esclarecimento acerca da realidade em que vivemos, da realidade que cada um constrói,
o sistema, o poder, a verdade da pseudo-informação são o mais importante.

quinta-feira, julho 11, 2013

A NÁUSEA


Gezi Park, Istanbul 2013




Através dos social media recebi este relato de um académico a viver em Istambul. O relato foi escrito e lançado ao mundo da Internet nos primeiros dias do levantamento de Istambul. Penso estar certo se disser que foi lançado no primeiro fim de semana após o levantamento.

"In Ankara, tweets and two very brave television channels reported the police have been using rubber bullets. The injuries are said to be severe. We kept on communicating (mainly through the social media) to know what was happening.
In Istanbul, crowds took over Taksim Square on Saturday afternoon after a day of being sprayed. The police retreated, but there was a tense lull since protesters were still being sprayed in other neighborhoods throughout Istanbul, mainly Beşiktas.
The prime minister declared that he would not back down on his plans for the transformation of everything under the sun into malls and upper-class residences."

Fui tirando notas e armazenando fotografias provindas das mesmas redes sociais, lembrando-me dos acontecimentos do Egipto, em 2011. A benigna inundação de informação foi uma das principais novidades desse fenómeno revolucionário. Os acontecimentos foram gravados, fotografados, escritos e depois divulgados pelas redes sociais.

A par das redes sociais, a Internet permitia também ter acesso aos meios de comunicação social disponíveis então. Dos tradicionais, os jornais de referência a nível mundial, as televisões que assim se difundem e as agências noticiosas faziam e fazem ainda parte do meu leque de canais informativos.

Em 2011, as filmagens e emissão em direto pela Aljazeera dos acontecimentos foram uma das principais fontes. Por si esse fenómeno foi de certa forma um marco histórico. A Revolução Egípcia foi, a seu modo, a primeira a ser vista pela televisão através da Internet. Em direto e em emissão quase contínua. Outras, dos anos 80 principalmente, tinham sido já emitidas em pequenos diretos, com repórteres na rua, mas ainda com poucos diretos. Eram essencialmente imagens gravadas e depois enviadas para as redações. Ainda que emitidas no mesmo dia, eram sempre emitidas em diferido, nos serviços noticiosos das programações.

Agora, as edições especiais, em televisão, acontecem a qualquer hora, acompanhando os acontecimentos e sublinhando-os com comentários. Para lá dos irritantes e distratores rodapés com publicidade ou informação extra sobre o que acontece no mundo das artes, do desporto, da economia, entretanto. Aqueles comentários são difundidos por um grupo de fazedores de opinião. São um grupo muito restrito e constituido por académicos, por jornalistas e por ex-responsáveis políticos, na maior parte a exercer funções privadas em empresas que antes tutelaram. São dadas três leituras por três formas distintas de olhar para o mundo.

Sendo um comentário, é sempre um ponto de vista baseado na informação que detêm antes e durante os acontecimentos. Os académicos são conhecedores de estatísticas, da história, da cultura, da língua e da sua evolução. Dão-nos o seu olhar diacrónico e distanciado, tanto quanto a paixão que os move na acumulação desse conhecimento lhes permite. Os jornalistas dão-nos o seu olhar mais ou menos sincrónico de acordo com a sua idade. Dão-nos ainda o seu olhar ideológico do mundo. Já os políticos, dão-nos o seu conhecimento pessoal e próximo dos atores políticos, funcionando muitas vezes como correias de transmissão do que públicamente esses atores não nos dizem privadamente. Já para não falar dos interesses dos accionistas das empresas em que desempenham funções.

Os comentadores são sempre aqueles que o canal informativo convida. Ou porque tem acesso, o seu contacto, ou porque faz parte do leque de influências privadas no canal de comunicação. Raramente os canais tradicionais alargam o leque de peritos , de influências e de favores, ou alteram esse mesmo leque.

É por isso de suspeitar que os interesses que suportam e coincidem com a posição dos detentores do canal sejam os mesmos em 2011 e agora. Não consta que a Aljazeera tenha mudado de dono. Muito menos que a ideologia de quem a suporta se tenha alterado ou mudado de intérprete. Concluo-o por tanto que a Aljazeera que nos mostrou o Egipto era a mesma que nos deu Taksim, Istambul, Ankara, a Turquia em 2013.

No bloco "Opinião", ao dia 12 de Junho desse ano, um artigo da autoria de Ali Murat Yel e Alparslan Nas tem por título: Taksim Square is not Tahrir Square; e como subtítulo: The main actors in Turkey's ongoing protests are motivated by reactionary ideology, not environmental concerns. Antes disso temos que ir até ao dia 5 do mesmo mês, uma semana antes, para encontrar a opinião de que Taksim não é Tahrir Square. Existem similaridades mas não é ainda uma revolução: ...but they are not yet a revolution.


Lembrando-me eu também de Tahrir Square, lá fui ver as emissões da cadeia Árabe. Foi um choque o contraste entre aquilo que as redes sociais mostravam em Livestream, por fotografia e por escrito em comparação com o que era mostrado, comentado e relatado acerca dos acontecimentos desse início de mês na Turquia. O choque provocou-me alguma náusia própria do marujo que enjoa em alto mar.


Os relatos em direto eram telefónicos, com as imagens em fundo a desmentir em tempo real aquilo que os jornalistas nos relatavam, num completo desacerto com a realidade. O momento mais nauseante foi quando a jornalista começou a falar em feridos e acabou a perder a ligação com o direto no estúdio. Estava a dar um relato que saía fora do enquadramento que a estação nos quiz mostrar. Os restantes relatos foram todos dentro desse enquadramento e por isso não foram prejudicados pela precariedade das ligações.

De Londres, um comentador mostrava-se agastado com os protestos de rua, não próprios de uma democracia. Sugeria que os manifestantes se contentassem com um pedido de desculpas. Colocava-se no papel de defesa da atuação policial, não sendo ela a respnsável pelo queimar de carros.

No momento, comecei a escrever este post e ainda só via o acontecido segundo o ponto de vista da censura:

Depois destas perguntas, a Aljazeera continua com a ronda de entrevistados, de Londres, de Istambul, e de um terceiro lugar. No momento em que o último entrevistado vai dizendo que a Imprensa não está a ser livre de reportar o que vai acontecendo a pivot interrompe o entrevistado devido a falta de tempo. A falta de tempo em televisão pode por vezes funcionar como o lápis azul da censura.
Nesta altura a Aljazeera reporta um alerta do ministro do interior acerca de ataques a edifícios públicos. A corse of revoltion but no violence.
…Próxima história,

E assim mudei a minha fotografia de perfil, mostrando o motivo da minha profunda náusea.

segunda-feira, junho 03, 2013

quarta-feira, maio 08, 2013

Keynes, Keynesians, the Long Run, and Fiscal Policy


Keynes, Keynesians, the Long Run, and Fiscal Policy

One dead giveaway that someone pretending to be an authority on economics is in fact faking it is misuse of the famous Keynes line about the long run. Here’s the actual quote:
But this long run is a misleading guide to current affairs. In the long run we are all dead. Economists set themselves too easy, too useless a task if in tempestuous seasons they can only tell us that when the storm is long past the ocean is flat again.
As I’ve written before, Keynes’s point here is that economic models are incomplete, suspect, and not much use if they can’t explain what happens year to year, but can only tell you where things will supposedly end up after a lot of time has passed. It’s an appeal for better analysis, not for ignoring the future; and anyone who tries to make it into some kind of moral indictment of Keynesian thought has forfeited any right to be taken seriously.
And there’s an important corollary: how you should go about getting to some desired long-run outcome may depend a lot on how you think the economy works in the short run.
I don’t like the framing of this Blanchard-Leigh piece , which simply takes it as a given that we should be engaged in fiscal consolidation even in the short run, and the only question is how much. The truth is that the economics suggests strongly that we should be engaged in fiscal expansion right now. Still, framing aside, Blanchard and Leigh do get at the right issue: because the short-run effects of fiscal policy may differ greatly depending on the state of the economy, appropriate policy depends hugely on where we are right now.
And look, this isn’t hard. The overwhelming fact about our current situation is that conventional monetary policy is played out, with short-run interest rates at zero. This means that there is no easy way to offset the contractionary effects of fiscal austerity (maybe there are exotic ways to do something, but they’re tricky and unproved). And this in turn means that austerity right now is a terrible idea: any fiscal savings come at the expense of reduced output and higher unemployment. Indeed, even the fiscal savings are likely to be small and maybe even nonexistent: lower output and employment reduces revenues, and may inflict long-run economic damage that actually worsens the long-run fiscal position.
The other things B-L mention,like credit constraints, just reinforce this basic point. (By the way: Gillian Tett notes today that consumer spending is now fluctuating dramatically with the timing of paychecks, suggesting a lot of people living hand to mouth. What she doesn’t point out is that this is a world in which Ricardian equivalence, in which expectations of future taxes drive current spending, is even wronger than usual — and fiscal multipliers will be large).
The point, then, is not to ignore the long run; it is to recognize that the boom, not the slump, is the time for austerity, and spending cuts right now are disastrous policy. In the long run we are all dead; the point is to avoid killing our economy before its time.

terça-feira, maio 07, 2013

A Presidência Tripartida


A Presidência tripartida.






Actualmente o Conselho da União muda de figuras a cada seis meses. Numa presidência tripartida, cada estado estaria por um ano e meio no centro das decisões. Por se fazer a presidência de forma tripartida, ganhava-se rotina de trabalhar em conjunto em busca de uma mesma estratégia. A cada cinco anos um estado fazia parte da Presidência pelo menos uma vez, por um período de ano e meio. Isso mudaria muita coisa. As políticas ganhavam uma cara, senão três. A rotatividade faria-nos aumentar se não ainda criar laços de conhecimento. Isto numa atmosfera de bastante entusiasmo. Todos os resultados teriam um horizonte histórico ao qual reportar. A prestação de contas seria assim constante. Nem que fosse por uma questão de dignidade ética aquando da passagem da presidência.

quinta-feira, maio 02, 2013

...que sem pernas viva.


No site do Governo lê-se, numa pequena caixa assinalada com o título "sabia que",

"...cerca de 75% dos trabalhadores do Estado trabalham nas áreas da Educação, Saúde e Segurança?

(Fonte: DGAEP/OBSEP – SIOE; Caracterização do emprego público por ministério; Dados referentes a 30/06/2011

Falta uma onde se possa ler que apenas 31% do Orçamento de Estado é destinado a essas áreas. Quanto daí vai para salários de funcionários é-me por agora desconhecido. A minha pergunta é o porquê de se destacar estas três funções nobres em qualquer sociedade.

Se o Governo não for parado agora, virá a discussão sobre as funções do estado e a ladainha dos cortes permanentes. Dizia um funesto achador-mor com tiques de comentador económico que já não chega ir às gorduras nem mesmo à carne. É já necessário ir ao osso e mesmo até ao tutano. Coisa estranha de se dizer e de pensar. É de um sadismo mor mas enfim. Esse tutano, coisa tenrinha e suculenta quando comida do osso da vaca pode cheirar a pitéu para alguns. Parece-me no entanto que não se pára para pensar que esse tutano é de pessoas e que a isso se chama canibalismo.

Para protecção social disponibiliza o Governo 35% do dinheiro do Estado. Daqui, encaminha 6o% para uma categoria que designam por Velhice.

Para assuntos designados por económicos destina 10%.

Por cada euro que o Governo destina a assuntos económicos, dois vão para velhinhos e três vão para polícias e afins, professores e afins, médicos e afins.

É sempre bom dar um nome, ainda que o social, a alguns que vão sentir umas dentadas valentes.

Aos velhos já poucos lhes valem nem por vezes a própria família. Os polícias e afins, coitados, já se suicidam por desespero. Quanto aos nossos médicos e professores, desejo-lhes tudo de bom e que sejam sempre os melhores profissionais possível. Cortar em qualquer uma destas categorias sociais é cortar-nos as pernas a todos, por muitos e bons anos. Nunca ouvi falar de um povo que sem pernas...
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