São janelas. Tantas, fechadas, abertas, cobertas.
São elas que marcam o ritmo.
Umas seguidas por outras, acima, abaixo, ao lado.
Transformam muros em casas. Dão luz ao interior do sossego.
São a espinha dorsal de uma vida que se esconde, vista de fora.
Abertas, transformam em gruta a morada tão vetusta.
A graça é a minha janela sobre a cidade.
Daqui, vejo o mundo reflectido nas janelas da História,
símbolos erguidos no passado, construídos com suor.
A cada monumento associamos gente, um homem que o sonhou.
Mandado erguer, fez-se.
Nos vossos parapeitos, fincaram cotovelos as testemunhas do passado.
Depois de vós, outros fincaram e nelas se debruçaram.
Namoraram. Esperaram. Choraram. De vós saltaram. Acordaram.
Janelas negras. As do Carmo. Finas as da Estrela e do Castelo. Janelas.
Largas as de seda. Verdes as da Rua. Pequenas nas águas furtadas.
No cimo das casas belas noites passadas.
Cliché de Lisboa. Escrever numa esplanada.
São eles que estão de passagem.
Levarão a memória de um pôr de Sol na Graça.
segunda-feira, novembro 24, 2008
quarta-feira, novembro 05, 2008
Como escrever: biliões ou milhares de milhões?
Como escrever: biliões ou milhares de milhões?
A escrita dos grandes números obedece às regras aprovadas na 9ª Conferência Geral dos Pesos e Medidas (CGPM), em 1948. Estas regras foram adoptadas oficialmente em Portugal, pelas Portarias nºs 14 608 e 17 052, respectivamente de 11 de Novembro de 1953 e 4 de Março de 1959.
Assim, definiu-se que os milhões, biliões, etc. são formados de acordo com a regra “N”1:
Deste modo, tem-se:
1Nos EUA segue-se a regra “n-1”, originando sempre confusão na comunicação social, falado ou escrita, quando se refere “biliões” que na Europa são “milhares de milhões”
Sem o alto patrocínio do IPQ
segunda-feira, novembro 03, 2008
Silêncio
Acabou mais uma vez.
No final apenas um um longo silêncio.
Esta Rocha dura e fria em que me transformei apenas grita o mudo adeus.
Por sabê-la tão perto, temo falar demasiado.
A proximidade amordaçante não permite que diga em voz alta que acabou.
Está tudo redito.
Da caneta não pingam palavras como era costume.
O meu silêncio secou a pena de escriba.
Será uma simples recusa solidária ou falta de tinta?
Se de falta se trata, maior será o meu problema.
Onde vou agora encontrar, à venda, a tinta do amor?
Procuro pacificar a alma escrevendo. Não consigo.
-Silêncio!
-??!
-A vossa vida atribulada perturba o meu silêncio.
No final apenas um um longo silêncio.
Esta Rocha dura e fria em que me transformei apenas grita o mudo adeus.
Por sabê-la tão perto, temo falar demasiado.
A proximidade amordaçante não permite que diga em voz alta que acabou.
Está tudo redito.
Da caneta não pingam palavras como era costume.
O meu silêncio secou a pena de escriba.
Será uma simples recusa solidária ou falta de tinta?
Se de falta se trata, maior será o meu problema.
Onde vou agora encontrar, à venda, a tinta do amor?
Procuro pacificar a alma escrevendo. Não consigo.
-Silêncio!
-??!
-A vossa vida atribulada perturba o meu silêncio.
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