A morte não tem pressa. Há cidades em que se vive
a correr, sempre cheio de pressa. Quase não se
dá pela morte. E no entanto, morre-se
em cada dia que passa e de repente, sem
nos apercebermos, morremos.
Lisboa é uma dessas cidades. Raramente
nos apercebemos da morte sempre
presente.
4 comentários:
Em Agosto os blogs que visito vão de férias. Então desta vez fui percorrendo outros blogs, utilizando como meio de transporte a seta lá no cimo que diz "Blog seguinte". Gostei mesmo de encontrar este blog.
Morei até há dois meses atrás em Lisboa, ali nas Escolas Gerais, São Vicente. Aproveitei a cidade quanto pude, sem Sofia, mas com uma Joana. :) Encontrar quem goste da cidade é comum; o que nunca encontrei foi alguém que gostasse e sentisse ao mesmo tempo isto que descreve.
Um dia escrevi no meu blog o que lhe vou citar de seguida. Não sei se dizemos/sentimos o mesmo, mas julgo que há-de haver alguma sintonia.
Em Lisboa não há tranquilo. Exala do chão a inquietude, a sujidade e o cansaço. É uma cidade rude, apressada mas sem destinos. Cheia de gente mas vazia de humanidade. Lisboa apaga as estrelas. Lisboa não é fria nem calorosa; não tem temperatura. É um poço sem fundo. É um tapete rolante; tem de se correr para se conseguir parar por um bocado.
Boa noite.
Fazendo uma terceira leitura, talvez tenha viciado o que escreveu com o que eu penso. Peço desculpa por isso! Contagiei a "sua morte" com a minha doença.
Nada disso. É mesmo pelo que escreves que a cidade não dá pela morte. A impessoalidade das metrópoles faz dos seus habitantes corredores de fundo. O passo apressado dá-nos a desculpa para dizer: "não vi".
Obrigada por esta resposta e pelo comentário sobre as Acções Urgentes da Amnistia no meu blog. Agora envio as cartas com outra convicção, melhor do que a anterior.
Bom fim-de-semana!
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