Hoje dei uma grande volta para cá chegar.
Ao sair de casa, nem de cá voltar tinha certeza.
Hoje dei uma bonita volta, pelos bairros orientais de Lisboa.
Beato, Marvila, Xabregas, Olivais, Chelas.
Saí em busca da minha identidade perdida.
Custou-me uma fortuna. A perda. Mas voltei a encontrá-la.
Encontrada, desci à cidade para senti-la,
sentir-lhe o cheiro, o canto, o ritmo, o sentido.
Vai bem a cidade cujas praças se enchem de esplanadas cheias.
No 28, para casa, sobe-se e desce-se pelas colinas,
mas o caminho não me deixa chegar a casa.
Fica a caminho da Graça e ora que aqui fiquei.
Estando o céu encoberto por nuvens cheias, o Sol sente-se tímido.
O seu calor é levado pela brisa forte e sinto-o fraco.
Por outro lado, como a hora é já de Sol que se põe,
fica a cidade mais à vista por não sentir o seu calor nos olhos.
Estou triste por mim.
Aliviado por ter encontrado a identidade perdida.
Alegremente embriagado pela possibilidade desejada.
É a razão da minha alegria que me deixa assustado.
Temo revelar que, no fundo, a minha identidade, profunda,
permanente e nua, seja de um vazio profundamente escuro e sem sentido.
1 comentário:
Tens um erro em "dexe-se", que fica mal a um passeio lisboeta desse tipo, mesmo num dia tímido em que o sol se faz de díficil.
Como tu, que sempre dificultas tanto a vida a quem te quer ver, quem te quer, vai-te aceitar como és.
Quem te compreende, à-posteriori, como eu, perdoa-te em seguida.
Tenho pena de te ter deixado ir e de não te poder chamar de amigo, ainda me ensinaste umas coisas valiosas.
E eu não me deslumbro facilmente, que a vida não está para muito brilho e pouco ouro;)
Vem ver o concerto do Zambujo na sexta-feira, no parque mayer, 5 euros, se quiseres arranjo-te uma entrada, ele tem umas coisas novas e tá a cantar melhor que nunca.
Beijinho
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