sexta-feira, setembro 11, 2009

Na Praça

Inspirado por Calvino, nas locuções proferidas em contextos de que só ele saberá a glosa completa, venho à Praça, ao Mercado do Livramento, em busca de tesouros que, só aqui, sei poder encontrar.

Ora são os vegetais, frescos, policromados, que observo cá do alto, ora os produtos habituais, para mim, na Praça. O queijo, o pão, o peixe, talvez, fruta, e hoje coentros de certeza, para a massa de peixe de que desfrutarei por certo em casa.

Para mim, casa é em Lisboa. Um quarto, sem sala, com cozinha e pouco mais.

Que importa ao pombo o poleiro da janela, se o que lhe interessa é mesmo a pomba, ou seja, o prazer. O Desejo é o sentimento que o faz correr por entre folhas de alface, cenouras ou uvas doces.

O chá não vem, não sei que faça. Quase durmo, é preguiça. Dormir posso sempre mais tarde.

Quero um queijo, um pão, uvas, figos, coentros e salsa, cebolas se forem boas, que não façam chorar muito, também levo.

Vou procurar a menina mais bonita, que me vende estes tesouros pelos quais anseio, seja doce e bonita, nova ou velha, eu levo um conto.

Talvez amanha leve o peixe que, de certeza, me agrade.

1 comentário:

A. disse...

Também tenho ido ao mercado. Gosto do mercado de Benfica, apesar dos berros. Gosto das cores e da vida que encerra.