terça-feira, abril 01, 2008

Não

Turvo.

Pesado.

Arrastado.

Pendurado pelos suspensórios no ponteiro das horas.

Ainda se fosse no dos segundos!

Nem alucinante viagem nem pausada alegria.

Avanço, por sentir alvescer o pêlo, sei-o.

Cruel tortura. - A hora que não passa!

- Já de nada serve lamentar o avanço, sei-o.

Não servirei para estudo de historiador,

seria uma tarefa monótona, vazia.

A carcaça a ninguém servirá.

Nem abutres em repasto a quererão.

Na marquesa também não me encontrarão.

Vivo sou um peso e depois disso um peso.

Não quero sair deste ano em que completo 35

sem me erguer mais uma vez.

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