Berlin, 8 October 2011
Por mais que eu tente resolver conflitos, só consigo
acrescentar confusão. Em nome de alguns
princípios que me parecem importantes
confronto as pessoas e acabo por acrescentar
problemas ao problema. As pessoas são
muito complicadas. Não me excluo desta
apreciação. Poderia tentar fechar os olhos e
ficar calado mas, já seriam dois sentidos
perdidos. Ter o coração muito perto da boca
tem as suas consequências. É assim.
Ondas se levantam nas tempestuosas furnaças
onde se aquecem no tempo de gelo as almas
por cada onda de frio que se levanta uma
outra de calor se destapa. morninho fico
no embaraçado lugar em que escrevo.
Fecha a porta, pára o frio, aquece a alma.
Que péssimo começo. O constrangimento da
situação em que escrevia, igual à que agora
prossegue, fez com que as pausas na escrita
me deixassem desconfortável.
Escrever no Metro é coisa rara em Berlim.
As palavras, as pausas, devem-se à falta de uma ideia
concreta sobre a qual escrever. Escrevo
para preencher a primeira página do
tão aguardado, novo Moleskine.
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