quarta-feira, maio 29, 2013

Expletiva

expletiva | s. f.
fem. sing. de expletivo

Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um duplo clique.Experimente em:
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expletiva |eisplè|

s. f.

Palavra ou expressão redundante ou desnecessária, mas que dá ênfase, força, graça, etc.


expletivo |eisplè|

adj.

1. Redundante; desnecessário.

2. Epentético.
3. [Gramática]  Que é usado sem qualquer necessidade semântica ou sintática, mas apenas por questões de estilo ou de ênfase.

terça-feira, maio 28, 2013

“Sr. Euro” debaixo de fogo


Lido no Presseurope.eu
JEROEN DIJSSELBLOEM: “Sr. Euro” debaixo de fogo

NRC HANDELSBLAD AMESTERDÃO

28 maio 2013



Hajo / Caglecartoons

O presidente do Eurogrupo está a receber cada vez mais críticas. Depois de algumas gafes políticas, é agora acusado de ser excessivamente influenciado pela sua equipa de arrogantes funcionários do Ministério das Finanças holandês.
Às oito da noite de 13 de maio ficou a saber-se que os 17 ministros das Finanças da zona euro tinham acabado a sua reunião. “Finalmente, o Eurogrupo tem um gestor eficiente”, foi o comentário de um diplomata de um dos países do euro. Que gosta de manter as rédeas curtas quando lidera reuniões é um dos poucos elogios que o ministro holandês Jeroen Dijsselbloem recebeu desde que assumiu a presidência do Eurogrupo, em janeiro.
Basta fazer algumas perguntas a altos funcionários europeus e de governos nacionais e a outras partes envolvidas para obter uma longa ladainha de queixas. Um dos aspetos que irrita muita gente é o facto de os funcionários holandeses do Ministério das Finanças estarem paulatinamente a assumir a coordenação do Eurogrupo. Como resultado, os pontos de vista coletivos têm um pendor holandês muito maior do que era costume até então.

Nomeação orquestrada pelos alemães

Ao contrário do seu antecessor, Jean-Claude Juncker, Dijsselbloem contratou um grande número de funcionários do Governo holandês para o Eurogrupo, o que parece confirmar a antiga fama de que os holandeses “falam muito e gostam de dizer aos outros como devem fazer”.
A nomeação de Dijsselbloem foi orquestrada pelos alemães. Quando, no ano passado, Juncker anunciou que deixava o cargo, o ministro alemão das Finanças Wolfgang Schäuble quis ser o seu sucessor. No entanto, quase toda a gente discordou dessa ideia porque uma Alemanha já dominante passaria a ser dona e senhora da zona euro. Quando, em novembro, Dijsselbloem sucedeu a [Jan Kees] de Jager e a Holanda pareceu adotar uma postura mais moderada, Schäuble passou a olhá-lo como uma alternativa leal. Não faltou quem manifestasse as suas dúvidas. Outros perguntaram: “Esta é uma missão que um ministro pode desempenhar ‘a meio tempo’?”, “especialmente alguém novo no cargo”, acrescentavam outros. Mas Schäuble, no entanto, não queria um presidente permanente e a tempo inteiro, temendo vir a deparar-se com mais uma instituição europeia. Schäuble queria que a presidência continuasse nas mãos de uma “capital europeia” porque, pelo menos ali, sabe-se o que se passa no mundo.
Mas, aparentemente, Schäuble mudou de opinião. Segundo algumas fontes bem informadas, a chanceler alemã Angela Merkel começa a estar convencida de que a Europa deve ter uma presidência e, isto, por várias razões.

Nostalgia de Juncker em Bruxelas

Para começar, em fevereiro, Dijsselbloem recusou excluir a possibilidade dos titulares de contas terem de ajudar a pagar as perdas dos bancos de Chipre. E isso acabou por provocar uma fuga de capitais. Depois, em março, aconteceu a tristemente célebre longa noite de negociações sobre Chipre. Foram tantos os participantes a ameaçarem opor o seu veto que contornar todos esses vetos se tornou um objetivo em si mesmo. E isso acabou numa decisão lamentável: os aforradores que tinham menos de €100 mil no banco, cobertos pelo Sistema Europeu de Garantia de Depósitos, perderam parte do seu dinheiro. Muitos observadores se perguntaram se Juncker teria permitido tal coisa. “Mas Jeroen Dijsselbloem, que ouve sobretudo os seus colaboradores em Haia, não fez nada”, diz um alto funcionário europeu.
Outro dos problemas que Dijsselbloem enfrenta é um certo vento de nostalgia a favor de Jean-Claude Juncker que sopra em Bruxelas. Juncker, o único outro presidente que o Eurogrupo alguma vez teve (desde 2005), é um federalista de uma espécie rara: tem autoridade. O seu espírito confuso e o seu problema de álcool parecem esquecidos.

Berlim irritada

A seguir, no final de março, Berlim não gostou das declarações de Jeroen Dijsselbloem ao Financial Times. O presidente do Eurogrupo defendeu que os titulares de contas bancárias deveriam, a partir de agora, dar uma contribuição financeira mais frequente em caso de resgate dos bancos. Os países europeus ainda estão a negociar este assunto. Nem todos os países são favoráveis a esta solução. Entre os seus partidários, o calendário suscita desacordo, bem como a questão de saber quem devem ser os primeiros sacrificados: os acionistas, os detentores de obrigações ou os titulares de contas?
Depois destas declarações de Dijsselbloem, as ações dos bancos europeus caíram. Isso não lhe custará a cabeça, diz um funcionário europeu. “Mas basta que a notação de um único banco europeu desça para que a cabeça dele role.”

Uma pessoa a tempo inteiro para o cargo

Pode perguntar-se se a escolha de um outro ministro como presidente do Eurogrupo não levantará os mesmos problemas. Assim, em vez de encararem a possibilidade de o substituírem, alguns defendem, para aquele cargo, uma pessoa a tempo inteiro, que não esteja à frente de um ministério nacional e que possa servir o interesse coletivo. “A melhor solução para o Eurogrupo”, diz Peter Ludlow, reconhecido historiador do Conselho Europeu, “seria a nomeação de um presidente permanente e com experiência. Uma pessoa a meio tempo e com dois cargos, não funciona”.
Toda a gente concorda que não é fácil liderar o Eurogrupo. Para além de 17 ministros é também composto por três membros da troika: o BCE, a Comissão Europeia e o FMI. Por vezes, as reuniões são tão tensas que há pequenos grupos que se isolam para tentarem primeiro entender-se entre si e, depois, convencerem os outros. Umas vezes, são os países dotados de um “triplo A” que preparam as decisões, nos bastidores. Outras, é o “clube de Frankfurt”: alguns dos maiores países da zona euro, o BCE e o FMI. Tudo se passa fora das estruturas, de maneira que os grandes, por vezes, espezinham os mais pequenos.

“O Eurogrupo é do século passado”

“O Eurogrupo é do século passado. Simboliza todos os falhanços da arquitetura da Europa”, diz Guntram Wolff, do grupo de reflexão Bruegel. No entanto, para retirar o direito de veto aos países do Eurogrupo e funcionar com votações por maioria, se os governos assim quiserem, será preciso alterar o tratado europeu.
Uma tal alteração do tratado pode demorar anos a ser feita. Uma alternativa poderia ser a celebração de um tratado diferente para a zona euro, que dissesse unicamente respeito aos países da zona euro. Mas essa iniciativa também não pode ser posta em prática de um dia para o outro. Enquanto espera, o Eurogrupo tem de fazer aquilo que pode. É por isso que tudo depende do peso e do tato do presidente. Talvez seja pedir demais a um ministro.

A Maria

À porta de casa,

Maria
bateu com a boca
no vidro
da janela
fechada
do carro.

Álvaro,
sentado,
no lado de dentro,
ao volante,
tinha esticado o braço,
levando a mão à frente,
para com o dedo abrir a porta.

O seu gesto
foi,
por Maria,
entendido
como
o pedido de lambidela
carinhoso.

O terceiro milagre da política

Quanto a méritos pessoais já falámos e quase tudo deve estar melhor escrito e mais bem dito. Miguel Poiares Maduro passará o teste a que se apresentou se decidir de acordo com a sua melhor consciência e o seu melhor conhecimento. Não conheço outra forma de um humano decidir.

Um dos lados positivos da experiência em curso a que damos o nome de União Europeia era, até há algum tempo atrás, a decisão em grupo, em equipa, no Conselho e agora apenas no Conselho Europeu nas matérias que lhe está reservado esse privilégio.
Necessariamente, as decisões suportadas por uma base alargada terão maior tempo de vida, se se revelarem acertadas. Diz-nos a História que as tomadas por consenso, mas erradas, podem conduzir e acabar através de uma Guerra.

Miguel Poiares Maduro é responsável pela sua equipa. Não acredito que lhe tenham sido impostos os nomes: de António Leitão Amaro como Secretário de Estado da Administração Local, de Joaquim Pedro Cardoso da Costa como Secretário de Estado para a Modernização Administrativa, de Manuel Castro Almeida como Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional e por fim de Pedro Lomba como Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional.

Ficamos assim a saber que temos um doutorando em Direito nomeado adjunto do Ministro Adjunto, um belo estágio, em pleno Governo; um doutorando em Direito Público, ex Secretário-Geral da JSD, promovido de Deputado a Secretário de Estado da Administração Local; temos como Secretário de Estado para a Modernização Administrativa um fundador e vice-presidente do partido político Movimento Esperança Portugal, que anda nos gabinetes do poder desde 1988, teria à data uns 23 anos; por fim, como Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida, homem que subiu a escada do poder e a escada social, sempre com a bengala partidária, começando como Deputado na Assembleia da República, com menos de 35 anos, apesar dos seus já longos 19 anos de vida profissional.


A responsabilidade por estas escolhas é de quem? Tratam-se de imposições partidárias, presidenciais, de ambas ou de sua livre, ponderada, conhecedora e esclarecida vontade? Ficam as perguntas.
Há sempre o terceiro lado da política, normalmente o mais baixo. Aquele que nos tempos de hoje está completamente dominado pelos aparelhos dos partidos. Todo e qualquer outro grupo de pressão não passa de pedra no sapato. A menos que diga ámen, discuta futebol e de Cultura apenas conheça fado. Em suma, a alma da raça lusitana.
É um caso, multiplicado por quatro, em que claramente o elevado desemprego pressionou para baixo as decisões políticas. A escolha de uma equipa é já um ato político de decisão, que se quer esclarecida.





segunda-feira, maio 27, 2013

O Político

Miguel Poiares Maduro chegou apenas recentemente à Política. À chegada, foi, devido às suas capacidades e ao nível de conhecimento, já sobejamente provados, agraciado por outros de igual valia

Como académico tem e dá provas de Macau a Chicago, passando, entre outras, por Londres, Florença, Madrid e Lisboa.

Como político, digamos que a sua capacidade estava como que adormecida. Em termos apenas de intervenção porque, o processo indispensável de aquisição de conhecimento necessário à tomada de decisão leva o seu tempo. Antes de emergir está como que adormecido, em estado latente.

Apenas alguns se dão ao trabalho de formiga que é armazenar conhecimento e apenas esses poderão estar na posição de decisores políticos.

Estas duas fases e formas de se ser político são as que mais falta fazem à Política.

A Política vem sempre antes e só depois o Político.

Em construção...

Busco, Pedro, Miguel Poiares Maduro. Fico a saber que nomeou, entre os secretários de estado, Pedro Lomba. Pesquiso Pedro Lomba e chego ao artigo por si assinado, como jurista, e publicado num blog de jornal. Isto de escrever e gravar o texto num blog tem o que se lhe diga. Associada à ideia de blog está a perenidade que a Internet pode oferecer. Por vezes dá-se o fenómeno da multiplicação e os nossos escritos podem fugir do nosso controlo. Por mais que se elimine um endereço, coisa possível, há sempre um registo atrás de qualquer esquina. A Internet também tem esquinas, muitas.

Que lamentável! De nada.






Quinta-feira, 17 de Março de 2011; Lamentável é a ingratidão; Público, 2011-03-17; Pedro Lomba.


"A guerra colonial começou há 50 anos. Não é do meu tempo.
Só não tem o significado da guerra do Peloponeso,
porque,
digamos,
foi uma guerra que envolveu Portugal,
e Portugal sempre é o país onde nascemos.

É difícil falar dela sem ceder às brigadas do politicamente correcto.
Não foi o caso do Presidente da República,
que,
numa cerimónia
de homenagem
aos antigos combatentes,
invocou o exemplo 
da "coragem"
e do "desprendimento
com que os jovens de há 50 anos
assumiram a sua participação
na guerra do Ultramar".


Isto, que em qualquer democracia digna não mereceria mais do que uma nota de pé de página, no nosso
Portugalinho ainda não se pode dizer.
O policiamento a que somos invariavelmente sujeitos deprime.
A terreiro tinha logo de vir o Danton do burgo, Francisco Louçã, criticar 
Cavaco por "reescrever a História"
e "distinguir a intervenção militar".
E acrescentou a seguir o líder do Bloco de Esquerda:
"Cavaco Silva está em guerra com o passado. Só assim se compreende
comparar as "Forças Armadas de hoje com as da ditadura e do colonialismo."

Nunca me ocorreu fazer o mais leve reparo
sobre aqueles que, tendo sido forçados pelo regime
a combater
uma guerra
de que discordavam frontalmente,
resolveram desertar,
fugir
ou exilar-se.

(Recordo que essa infâmia
foi arremessada contra Manuel Alegre
nas últimas presidenciais.)

Não é só por falta de legitimidade histórica ou política.
Por uma questão básica de respeito:
eles tinham convicções
e se há exercício que testa
genuinamente
a consciência liberal de uma pessoa
é esse.

Nenhum Estado,
nem mesmo numa democracia
quanto mais numa ditadura,
pode dispor
em absoluto
das convicções de consciência
de uma pessoa.

E não preciso dizer que muitos são credores do nosso agradecimento:
lutaram por uma democracia que,
apesar de ter chegado a este estado doentio,
será
sempre
superior
às alternativas.

Pelas mesmas razões,
tenhamos a coragem de "vestir a pele"
dos muitos portugueses nascidos na década de 30-40
que tomaram a decisão precisamente contrária.


Melhor,
que não tomaram qualquer decisão,
porque encararam a participação
na guerra
como
um facto inevitável.


Foram muitos.
Entenderam que o seu dever era estar ali.
Fizeram-no pagando um preço pessoal elevado.

Para a maioria, presumo, não era Salazar nem Caetano.


Eram eles próprios,
era o sentido do dever,
da dignidade
e da sobrevivência.

Muitos eram milicianos,
não eram bem-nascidos nas burguesias
de Lisboa como o próprio Louçã e outros,
não tinham tempo para pensar em política.

E o que tem Louçã para dizer a esses portugueses:
que estavam enganados,
que todo aquele empenho,
coragem
e honra
não merecem nenhum respeito,
reverência
ou admiração.

Que eles não são,
nem podem
ser
exemplo
para
ninguém.


É isto que a cabeça totalitária de Francisco Louçã tem para lhes dizer.

Pois, como outros dizem,
não apaguem a memória.

Os antigos combatente são mesmo um exemplo.
E isto, repito, não é reescrever a História.
A História está escrita.
Tem sido escrita.
Não pode é ser a História contada pelos que dela se apropriaram.


Se Louçã percebesse,
já não digo valorizasse,
um mínimo da ética militar,
um mínimo da continuidade
de valores
que deve animar um país,
não diria que existiam
umas Forças Armadas
da "ditadura e do colonialismo"
e outras da democracia.


Existia um regime da ditadura,
tal como existe outro regime da democracia.
Sim,
não são iguais.

Mas
o dever militar,
que, entre outras coisas,
requer obediência e prontidão,
esse tem de ser o mesmo.

A culpa e a responsabilidade
pertencem aos políticos.

Os portugueses impreparados
que irresponsavelmente
partiram para a Flandres
em 1918
sabiam disso.

Louçã e companhia,
na sua falta de gratidão
e respeito pelo passado,
gostariam de esconder
os antigos combatentes,
fechá-los num armário
para que eles não apareçam,
porque
são a memória de um tempo iníquo.
E dizem-se eles democratas e liberais."


Não vejo onde, Jurista!



quinta-feira, maio 23, 2013

Um desaguisado

A propósito de uma suposta Ratoeira Alemã, vem, num artigo de opinião, André Macedo alertar para um suposto desaguisado entre a Comissão Europeia e a Alemanha. Tudo se passa em volta do encontrar de alvo a quem apontar por responsável no falhanço social - o mais sofridamente  experienciado, ainda que não resignadamente - e político em que nos vemos mergulhados desde o verão de 2010.
Como refere no artigo acima mencionado:
"...depois de termos engolido tudo, depois de termos sido acusados de todas as patifarias e desperdícios, agora que estamos de joelhos, com a dívida pública nas nuvens, agora que falta um ano para o fim do resgate... os pretensos salvadores zangam-se e reconhecem: este modelo não funciona e está carregado de erros".
O plural empregue no sujeito, o nós, que tem a barriga cheia e sente dores de acusação injusta, representa hoje 199 658 281 cidadãos. Salvo algum erro meu no uso da ferramenta excel, trata-se da população da Islândia, do Reino Unido, da Grécia, da Irlanda, de Portugal, de Itália, de Espanha, do Chipre e com a da Eslovénia já incluída. Esta é apenas uma das dimensões do falhanço, pois outros tantos podem juntar-se nem que seja por adesão empática. Em qual destas regiões da Europa se podem sentir os seus cidadãos a salvo da onda de insanas - pela excessividade e continuidade - decisões políticas?

Os programas de assistência estão na base da discórdia entre a Comissão Europeia e a Alemanha, ao que parece. Por mim, manifesto o conflito que me leva a discordar do suposto desaguisado. Um barulho surge através dos meios de comunicação social como um lavar de mãos seguido de um elogio. Nada mais errado para o meu ouvido. Se a poderosa região alemã é a quem se aponta, então é porque se reconhece implicitamente que é de lá que vem a liderança europeia. Não é César que lava as mãos mas sim Pilatos. Não passa o apontar, no entanto, de um erro de percurso. Também não é à Comissão Europeia que cabe o papel de administrador provincial. Para quem sentiu vocação para Administrador, o lavar de mãos ainda está por fazer. Mais tarde virá o dia, quem sabe.

O papel da Comissão Europeia na sinfonia de Bruxelas, no que de forma direta se relaciona com o desaguisado, resume-se a administrar a competência exclusiva da União no que concerne ao "Estabelecimento das regras de concorrência necessárias ao funcionamento do mercado interno"; e à "Política monetária para os Estados-Membros cuja moeda seja o euro1"; de acordo com o Tratado que em Lisboa foi assinado, depois de escrito em primeira mão na língua alemã. A primeira competência abrange os quase duzentos milhões de europeus em cima contabilizados. A segunda quase exclui cerca de 63 000 000 de europeus, mas apenas quase.

As assimetrias no mercado interno sempre existirão e, ao seu funcionamento, de pouco lhe valem as regras, estabelecidas ou não pela União. Os excedentes comerciais apenas deixarão de ser vistos com maus olhos, ou até como excedentes, quando vivermos de fato em União. Já alguém ouviu um texano a queixar-se da balança comercial comercial californiana? Ou vice versa? Um lisboeta de um berlinense ou parisiense? No tempo de Trajano, a Capadócia tinha ainda administrador romano mas, por certo, um que falava a língua dos cultivadores de trigo e dos chicoteadores de cavalos.

Se os erros apontados são de diagnóstico ou de má prescrição pouco ou nada interessa aos mais de 500 000 000 de europeus e seus associados. Parece sim que voltámos ao tempo das províncias imperiais e dos estados-clientes. No entanto, nem o Império Romano sofria ainda do complexo de Ingenuity Gap nem a televisão é hoje o único fornecedor de critical actors.

"In this new world we are entering, producers of content for electronic media, especially television, are critical actors: In a time of increasing fragmentation of audiences and message, they must work to build that broader moral community - and the global human identity - that will allow us to bridge the widening gulfs of wealth and power, and to begin the common search for solutions to the enormous problems we face"2.

Temos por hábito o apontar de dedo que não é mais do que aquela posição de chofer que comenta o texto no Correio da Manhã. Mas teremos ainda dinheiro para nos sentarmos no banco de trás?


1- Tratado de Lisboa que altera o Tratado da União Europeia e o Tratado que institui a Comunidade Europeia, assinado em Lisboa em 13 de Dezembro de 2007; in Jornal Oficial da União Europeia, de 17 de Dezembro de 2007; 2007/C 306/01

2 - The Ingenuity Gap in a Fragmented World, Thomas Homer-Dixon, address to Banff TV Festival, June 11, 2001

quarta-feira, maio 08, 2013

Keynes, Keynesians, the Long Run, and Fiscal Policy


Keynes, Keynesians, the Long Run, and Fiscal Policy

One dead giveaway that someone pretending to be an authority on economics is in fact faking it is misuse of the famous Keynes line about the long run. Here’s the actual quote:
But this long run is a misleading guide to current affairs. In the long run we are all dead. Economists set themselves too easy, too useless a task if in tempestuous seasons they can only tell us that when the storm is long past the ocean is flat again.
As I’ve written before, Keynes’s point here is that economic models are incomplete, suspect, and not much use if they can’t explain what happens year to year, but can only tell you where things will supposedly end up after a lot of time has passed. It’s an appeal for better analysis, not for ignoring the future; and anyone who tries to make it into some kind of moral indictment of Keynesian thought has forfeited any right to be taken seriously.
And there’s an important corollary: how you should go about getting to some desired long-run outcome may depend a lot on how you think the economy works in the short run.
I don’t like the framing of this Blanchard-Leigh piece , which simply takes it as a given that we should be engaged in fiscal consolidation even in the short run, and the only question is how much. The truth is that the economics suggests strongly that we should be engaged in fiscal expansion right now. Still, framing aside, Blanchard and Leigh do get at the right issue: because the short-run effects of fiscal policy may differ greatly depending on the state of the economy, appropriate policy depends hugely on where we are right now.
And look, this isn’t hard. The overwhelming fact about our current situation is that conventional monetary policy is played out, with short-run interest rates at zero. This means that there is no easy way to offset the contractionary effects of fiscal austerity (maybe there are exotic ways to do something, but they’re tricky and unproved). And this in turn means that austerity right now is a terrible idea: any fiscal savings come at the expense of reduced output and higher unemployment. Indeed, even the fiscal savings are likely to be small and maybe even nonexistent: lower output and employment reduces revenues, and may inflict long-run economic damage that actually worsens the long-run fiscal position.
The other things B-L mention,like credit constraints, just reinforce this basic point. (By the way: Gillian Tett notes today that consumer spending is now fluctuating dramatically with the timing of paychecks, suggesting a lot of people living hand to mouth. What she doesn’t point out is that this is a world in which Ricardian equivalence, in which expectations of future taxes drive current spending, is even wronger than usual — and fiscal multipliers will be large).
The point, then, is not to ignore the long run; it is to recognize that the boom, not the slump, is the time for austerity, and spending cuts right now are disastrous policy. In the long run we are all dead; the point is to avoid killing our economy before its time.

terça-feira, maio 07, 2013

A Presidência Tripartida


A Presidência tripartida.






Actualmente o Conselho da União muda de figuras a cada seis meses. Numa presidência tripartida, cada estado estaria por um ano e meio no centro das decisões. Por se fazer a presidência de forma tripartida, ganhava-se rotina de trabalhar em conjunto em busca de uma mesma estratégia. A cada cinco anos um estado fazia parte da Presidência pelo menos uma vez, por um período de ano e meio. Isso mudaria muita coisa. As políticas ganhavam uma cara, senão três. A rotatividade faria-nos aumentar se não ainda criar laços de conhecimento. Isto numa atmosfera de bastante entusiasmo. Todos os resultados teriam um horizonte histórico ao qual reportar. A prestação de contas seria assim constante. Nem que fosse por uma questão de dignidade ética aquando da passagem da presidência.

quinta-feira, maio 02, 2013

...que sem pernas viva.


No site do Governo lê-se, numa pequena caixa assinalada com o título "sabia que",

"...cerca de 75% dos trabalhadores do Estado trabalham nas áreas da Educação, Saúde e Segurança?

(Fonte: DGAEP/OBSEP – SIOE; Caracterização do emprego público por ministério; Dados referentes a 30/06/2011

Falta uma onde se possa ler que apenas 31% do Orçamento de Estado é destinado a essas áreas. Quanto daí vai para salários de funcionários é-me por agora desconhecido. A minha pergunta é o porquê de se destacar estas três funções nobres em qualquer sociedade.

Se o Governo não for parado agora, virá a discussão sobre as funções do estado e a ladainha dos cortes permanentes. Dizia um funesto achador-mor com tiques de comentador económico que já não chega ir às gorduras nem mesmo à carne. É já necessário ir ao osso e mesmo até ao tutano. Coisa estranha de se dizer e de pensar. É de um sadismo mor mas enfim. Esse tutano, coisa tenrinha e suculenta quando comida do osso da vaca pode cheirar a pitéu para alguns. Parece-me no entanto que não se pára para pensar que esse tutano é de pessoas e que a isso se chama canibalismo.

Para protecção social disponibiliza o Governo 35% do dinheiro do Estado. Daqui, encaminha 6o% para uma categoria que designam por Velhice.

Para assuntos designados por económicos destina 10%.

Por cada euro que o Governo destina a assuntos económicos, dois vão para velhinhos e três vão para polícias e afins, professores e afins, médicos e afins.

É sempre bom dar um nome, ainda que o social, a alguns que vão sentir umas dentadas valentes.

Aos velhos já poucos lhes valem nem por vezes a própria família. Os polícias e afins, coitados, já se suicidam por desespero. Quanto aos nossos médicos e professores, desejo-lhes tudo de bom e que sejam sempre os melhores profissionais possível. Cortar em qualquer uma destas categorias sociais é cortar-nos as pernas a todos, por muitos e bons anos. Nunca ouvi falar de um povo que sem pernas...
Gosto ·  · Promover · 

quinta-feira, abril 11, 2013

A European Solution To The Eurozone’s Problem


A European Solution To The Eurozone’s Problem

george sorosMy objective in coming here today is to discuss the euro crisis. I think you will all agree that the crisis is far from resolved. It has already caused tremendous damage both financially and politically and taken an extensive human toll as well. It has transformed the European Union into something radically different from what was originally intended. The European Union was meant to be a voluntary association of equal states but the crisis has turned it into a creditor/debtor relationship from which there is no easy escape. The creditors stand to lose large sums of money should a member state exit the union, yet debtors are subjected to policies that deepen their depression, aggravate their debt burden and perpetuate their subordinate status.
This has created political tensions as demonstrated by the stalemate in Italy. A majority is now opposed to the euro and the trend is growing. There is a real danger that the euro will destroy the European Union. A disorderly disintegration would leave Europe worse off than it was when the bold experiment of creating a European Union was begun. That would be a tragedy of historic proportions. It can be prevented but it can be prevented only with Germany’s leadership. Germany didn’t seek to occupy a dominant position and has been reluctant to accept the responsibilities and liabilities that go with it. That’s one of the reasons for the crisis. But willingly or not, Germany is in the driver’s seat and that is what brings me here.
What caused the crisis? And how can Europe escape from it? These are the two questions I want to answer. The first question is extremely complicated. The euro crisis has both a political and a financial dimension. And the financial dimension has at least three components: a sovereign debt crisis and a banking crisis, as well as divergences in competitiveness. The various aspects are interconnected, making the situation so complicated that it boggles the mind. In my view it cannot be properly understood without realizing the crucial role that mistakes and misconceptions have played in creating it. The crisis is almost entirely self-inflicted. It has the quality of a nightmare.
By contrast, the answer to the second question is extremely simple. Once we have gained a proper understanding of the problems the solution practically suggests itself.
I shall attribute a large share of the responsibility to Germany. But I want to make it clear in advance that I am not blaming Germany. Whoever was in charge would have made similar mistakes. I can say from personal experience that nobody could have understood the problems in all their complexity at the time they arose.
I realize that I risk antagonizing you by putting the responsibility on Germany. But only Germany can put things right. I am a great believer in the European Union and I don’t want to see it destroyed. I also care about the immense and unnecessary human suffering that the crisis is causing and I want to do whatever I can to mitigate it. My perspective is very different from the views prevailing in Germany. I hope that by offering you a different interpretation I may get you to reconsider your policies before they do more damage. That is my goal in coming here.
The European Union was a bold project that fired many people’s imagination, including mine. I regarded the European Union as the embodiment of an open society – a voluntary association of equal states who surrendered part of their sovereignty for the common good. The European Union had five large and a number of small member states and they all subscribed to the principles of democracy, individual freedom, human rights and the rule of law. No nation or nationality occupied a dominant position.
The process of integration was spearheaded by a small group of far sighted statesmen who recognized that perfection was unattainable and practiced what Karl Popper called piecemeal social engineering. They set themselves limited objectives and firm timelines and then mobilized the political will for a small step forward, knowing full well that when they achieved it, it will prove inadequate and require a further step. The process fed on its own success, very much like a boom-bust sequence in financial markets. That is how the Coal and Steel Community was gradually transformed into the European Union, step by step.
France and Germany used to be in the forefront of the effort. When the Soviet empire started to disintegrate, Germany’s leaders realized that reunification was possible only in the context of a more united Europe and they were prepared to make considerable sacrifices to achieve it. When it came to bargaining, they were willing to contribute a little more and take a little less than the others, thereby facilitating agreement. At that time, German statesmen used to proclaim that Germany has no
independent foreign policy, only a European one. This led to a dramatic acceleration of the process. It culminated with the reunification of Germany in 1990 and the signing of the Maastricht Treaty in 1992. That was followed by a period of consolidation which lasted until the financial crisis of 2007-8.
Unfortunately, the Maastricht Treaty was fundamentally flawed. The architects of the euro recognized that it was an incomplete construct: a currency union without a political union. They had reason to believe, however, that when the need arose, the political will could be mobilized to take the next step forward. After all, that was how the process of integration had worked until then.
But the euro had many other defects, which went unrecognized. For instance, the Maastricht Treaty took it for granted that only the public sector could produce chronic deficits because the private sector would always correct its own excesses. The financial crisis of 2007-8 proved that wrong. The fatal defect was that by creating an independent central bank, member countries became indebted in a currency they did not control. This exposed them to the risk of default.
Developed countries outside a currency union have no reason to default; they can always print money. Their currency may depreciate in value, but the risk of default doesn’t arise. By contrast, third world countries that have to borrow in a foreign currency like the dollar run the risk of default. To make matters worse, such countries are exposed to bear raids. In short, the euro relegated what is now called the periphery to the status of third world countries.
Prior to the financial crisis of 2007-8 both the authorities and the financial markets ignored this feature of the euro. When the euro was introduced, government bonds were treated as riskless. The regulators didn’t require commercial banks to set aside any equity capital, and the European Central Bank discounted all government bonds on equal terms. This created a perverse incentive for commercial banks to accumulate the bonds of the weaker member countries in order to earn a few extra basis points. As a result interest rate differentials practically disappeared.
The convergence of interest rates caused a divergence in economic performance. The so-called periphery countries, Spain and Ireland foremost among them, enjoyed real estate, investment and consumption booms that made them less competitive, while Germany, weighed down by the cost of reunification, engaged in far-reaching labor market and other structural reforms that made it more competitive.
In the week following the bankruptcy of Lehman Brothers, the global financial markets literally collapsed and had to be put on artificial life support. This required substituting sovereign credit, backed by taxpayers’ money, for the credit of the financial institutions whose standing was impaired.
That would have been the moment to take the next step forward towards fiscal and political union but the political will was lacking. Germany, weighed down by the costs of reunification, was no longer in the forefront of integration. Chancellor Merkel read public opinion correctly when she declared that each country should look after its own financial institutions individually instead of the European Union doing it collectively. In retrospect that was the first step in a process of disintegration.
It took financial markets more than a year to realize the implications of Chancellor Merkel’s declaration, demonstrating that they too operate with far-from-perfect knowledge. Only at the end of 2009, when the extent of the Greek deficit was revealed, did the markets realize that a Eurozone country could actually default. But then they raised risk premiums on all the weaker countries with a vengeance. This rendered commercial banks, whose balance sheets were loaded with those bonds, potentially insolvent and that created both a sovereign debt and a banking crisis – the two are linked together like Siamese twins.
There is a close parallel between the euro crisis and the international banking crisis of 1982. Then the IMF and the international banking authorities saved the international banking system by lending just enough money to the heavily indebted countries to enable them to avoid default but at the cost of pushing them into a lasting depression. Latin America suffered a lost decade.
Today Germany is playing the same role as the IMF did then. The setting differs, but the effect is the same. The creditors are in effect shifting the whole burden of adjustment on to the debtor countries. Please note how the terms “center” and “periphery” have crept into usage almost unnoticed, although in political terms it is obviously inappropriate to describe Italy and Spain as the periphery of the European Union. In effect, however, the euro has turned them into third world countries over-indebted in a foreign currency.
Just as in the 1980’s, all the blame and burden is falling on the “periphery” and the responsibility of the “center” remains unacknowledged. The periphery countries are criticized for their lack of fiscal discipline and work ethic, but there is more to it than that. Admittedly the periphery countries need to make structural reforms, just as Germany did after reunification. But to deny that the euro itself has some structural problems that need to be corrected is to ignore the root cause of the euro crisis. Yet that is what is happening.
In this context the German word “Schuld” plays a key role. As you know it means both debt and guilt. This has made it natural or “selbstverständlich” for German public opinion to blame the heavily indebted countries for their misfortune. The fact that Greece blatantly broke the rules has helped to support this attitude. But other countries like Spain and Ireland had played by the rules; indeed Spain used to be held up as a paragon of virtue. Clearly, the faults are systemic and the misfortunes of the heavily indebted countries are largely caused by the rules that govern the euro. That is the point I should like to drive home today.
In my opinion, the “Schuld” of the “center” is even greater today than it was in the banking crisis of 1982. It may have been politically acceptable in 1982 to inflict austerity on less developed countries in order to save the international financial system; but doing the same within the Eurozone cannot be reconciled with the European Union as a voluntary association of equal states. There is an unresolved conflict between what is dictated by financial necessity and what is politically acceptable. That is the point the recent Italian elections should have driven home.
The burden of responsibility for the Maastricht Treaty falls mainly on France and Germany; for the course of events since the outbreak of the crisis on Germany alone, because the crisis put Germany into the driver’s seat. This has created two problems. One is political, the other financial. It is the combination of the two that has rendered the situation so intractable.
The political problem is that Germany did not seek the dominant position into which it has been thrust and it is unwilling to accept the obligations and liabilities that go with it. Germany understandably doesn’t want to be the “deep pocket” for the euro. So it extends just enough support to avoid default but nothing more, and as soon as the pressure from the financial markets abates it seeks to tighten the conditions on which the support is given.
The financial problem is that Germany is imposing the wrong policies on the Eurozone. Austerity doesn’t work. You cannot shrink the debt burden by shrinking the budget deficit. The debt burden is a ratio between the accumulated debt and the GDP, both expressed in nominal terms. And in conditions of inadequate demand, budget cuts cause a more than proportionate reduction in the GDP – in technical terms the so-called fiscal multiplier is greater than one.
The German public finds this difficult to understand. The fiscal and structural reforms undertaken by the Schroeder government worked in 2006; why shouldn’t they work for the Eurozone a few years later? The answer is that austerity in a single country works by increasing its exports and reducing imports. When everybody is doing the same thing it simply doesn’t work: it is clearly impossible for all members of the Eurozone to improve their balance of trade with one another.
The euro crisis reached a climax last summer. Financial markets started to anticipate a possible breakup and risk premiums reached unsustainable levels. As a last resort, Chancellor Merkel endorsed the President of the European Central Bank, Mario Draghi, against her own nominee, Jens Weidmann. And Draghi rose to the occasion. He declared that the ECB would do “whatever it takes” to protect the euro and backed it up by introducing first the LTRO and then the OMT. Financial markets were reassured and embarked on a powerful relief rally. But the jubilation was premature. As soon as the pressure from the financial markets abated, Germany started to whittle down the promises it had made at the height of the crisis.
In the bailout of Cyprus, Germany went too far. In order to minimize the cost of the bailout it insisted on bailing in bank depositors. This was premature. If it had happened after a banking union had been established and the banks recapitalized, it might have been a healthy reform. But it came at a time when the banking system was breaking up into national silos and remained very vulnerable. What happened in Cyprus undermined the business model of European banks, which relies heavily on deposits. Until then the authorities had gone out of their way to protect depositors. Cyprus has changed that. Attention is focused on the devastating impact of the rescue on Cyprus but the impact on the banking system is far more important. Banks will have to pay risk premiums that will fall more heavily on weaker banks and the banks of weaker countries. The insidious link between the cost of sovereign debt and bank debt will be reinforced and a banking union that would reestablish a more level playing field will become even more difficult to attain. Without access to credit on equal terms the periphery countries cannot possibly escape from the trap in which they are caught.
Chancellor Merkel would have liked to put the euro crisis on ice at least until after the elections, but it is back in force with a vengeance. The German public may be unaware of this because Cyprus was a tremendous political victory for Chancellor Merkel. No country will dare to challenge her will. Moreover, Germany itself remains relatively unaffected by the deepening depression that is enveloping the Eurozone. I expect, however, that by the time of the elections Germany will also be in recession. That is because the monetary policy pursued by the Eurozone is out of sync with the other major
currencies. The others are engaged in quantitative easing. The Bank of Japan was the last holdout but it changed sides recently. A weaker Yen coupled with the weakness in Europe is bound to affect Germany’s exports.
If my analysis is correct, a solution practically suggests itself. It can be summed up in one word: Eurobonds. If countries that abide by the Fiscal Compact were allowed but not required to convert their entire existing stock of government debt into Eurobonds, the positive impact would be little short of the miraculous. The danger of default would disappear and so would the risk premiums. The balance sheets of banks would receive an immediate boost and so would the budgets of the heavily indebted countries because it would cost them less to service their existing stock of government debt. Italy, for instance, would save up to four percent of its GDP. Its budget would move into surplus and instead of austerity, there would be room for some fiscal stimulus. The economy would grow and the debt ratio would fall. Most of the seemingly intractable problems would vanish into thin air. Only the divergences in competitiveness would remain unresolved. Individual countries would still need structural reforms, but the main structural defect of the euro would be cured. It would be truly like waking from a nightmare.
Germany is opposed to Eurobonds on the grounds that once they are introduced there can be no assurance that the so-called periphery countries would not break the rules once again. I believe these fears are misplaced. In accordance with the Fiscal Compact member countries would be allowed to issue new Eurobonds only to replace maturing ones; after five years the debts outstanding would be gradually reduced to 60% of GDP. If a member country ran up additional debts it would have to borrow in its own name. Having to pay stiff risk premiums would be a powerful inducement to stay in compliance. Admittedly the Fiscal Compact needs some modifications to ensure that the penalties for non-compliance are automatic, prompt and not too severe to be credible; but a tighter Fiscal Compact would practically eliminate the risk of default.
Eurobonds would compare favorably with the bonds of US, UK and Japan in the financial markets. Admittedly, Germany would have to pay more on its own debt than it does today but the exceptionally low yields on Bunds is a symptom of the disease that plagues the periphery. The indirect benefit Germany would derive from the recovery of the periphery would far outweigh the additional cost incurred on its own national debt.
There are also widespread fears that Eurobonds would ruin Germany’s credit rating. Eurobonds are often compared with the Marshall Plan. The argument goes that the Marshall Plan cost only a few percentage points of America’s GDP while Eurobonds would cost a multiple of Germany’s GDP. That argument is comparing apples with oranges. The Marshall Plan was an actual expenditure while Eurobonds would involve a guarantee that will never be called upon.
Guarantees have a peculiar character: the more convincing they are, the less they are likely to be invoked. The US never had to pay off the debt it incurred when it converted the debt of individual states into Federal obligations. Germany has been willing to do only the minimum; that is why it had to keep escalating its commitments and is incurring actual losses.
To be sure, Eurobonds are not a panacea. The boost derived from Eurobonds may not be sufficient to ensure recovery. Additional fiscal and/or monetary stimulus may be needed – but having such a problem would be a luxury. More troubling is that Eurobonds do not eliminate divergences in competitiveness. Individual countries would still need to undertake structural reforms. Those that fail to do so would turn into permanent pockets of poverty and dependency similar to the ones that persist in many rich countries. They would survive on limited support from European Structural Funds and remittances. The European Union would also need a banking union to make credit available on equal terms in every country. The Cyprus rescue made these needs more acute by making the playing field more uneven. But Germany accepting Eurobonds would totally change the political atmosphere and facilitate the needed reforms.
Unfortunately, Germany is adamantly opposed to Eurobonds. Since Chancellor Merkel vetoed Eurobonds, the arguments I have put forward here have not even been considered. People don’t realize that agreeing to Eurobonds would be much less costly than doing only the minimum to preserve the euro.
It is up to Germany to decide whether it is willing to authorize Eurobonds or not. But it has no right to prevent the heavily indebted countries from escaping their misery by banding together and issuing Eurobonds. In other words, if Germany is opposed to Eurobonds it should consider leaving the euro and letting the others introduce them.
This exercise would yield a surprising result: Eurobonds issued by a Eurozone that excludes Germany would still compare favorably with those of the U.S., UK and Japan. The net debt of these three countries as a proportion of their GDP is actually higher than that of the Eurozone excluding Germany.
Let me explain why. Since all the accumulated debt is denominated in euros, it makes all the difference which country remains in charge of the euro. If Germany left, the euro would depreciate. The debtor countries would regain their competitiveness. Their debt would diminish in real terms and, if they issued Eurobonds, the threat of default would disappear. Their debt would suddenly become sustainable. Most of the burden of adjustment would fall on the countries that left the euro. Their exports would become less competitive and they would encounter stiff competition from the euro area in their home markets. They would also incur losses on their claims and investments denominated in euro. That would include the Target2 balances, unless the losses were shared as part of an amicable parting of ways.
The extent of their losses would depend on the extent of the depreciation; therefore they would have an interest in keeping the depreciation within bounds. After initial dislocations, the eventual outcome would fulfill John Maynard Keynes’ dream of an international currency system in which both creditors and debtors share responsibility for maintaining stability. And Europe would escape the looming depression.
By contrast, if Italy left, its euro-denominated debt burden would become unsustainable and it would have to be restructured. This would plunge the rest of Europe and the rest of the world into an uncontrollable financial meltdown. The collapse of the Euro would likely lead to the disorderly disintegration of the European Union and Europe would be left worse off than it had been when it embarked on the noble experiment of creating a European Union. So, if anyone must leave it should be Germany, not Italy.
There is a strong case for Germany to make a definitive choice whether to accept Eurobonds or to leave the euro. That is the case I came here to argue. The trouble is that Germany has not been put to the choice, and it has another alternative at its disposal: it can continue along the current course, always doing the minimum to preserve the euro, but nothing more. If my analysis is correct that is not the best alternative even for Germany, except perhaps in the very near term. Nevertheless, that is Chancellor Merkel’s preferred choice, at least until after the elections.
I reflected long and hard whether I should present my case now or wait until after the elections. In the end I decided to go ahead, based on two considerations. One is that events have their own dynamics and the crisis is likely to become more acute even before the elections. The Cyprus rescue proved me right. The other is that my interpretation of events is so radically different from the one that prevails in Germany that it will take time for it to sink in and the sooner I start the better.
Let me sum up my argument. I contend that Europe would be better off if Germany decided between accepting Eurobonds and leaving the euro than if it continued on its current course of doing the minimum to hold the euro together. That holds true whether Germany chose Eurobonds or exit; and it holds true not only for Europe but also for Germany, except perhaps in the very near term.
Which of the two alternatives is better for Germany is less clear-cut. Only the German electorate is qualified to decide. If a referendum were called today the euro skeptics would win hands down. But more intensive consideration could change people’s mind. They would discover that authorizing Eurobonds would actually benefit Germany and the cost of leaving the euro has been greatly understated.
To state my own views, my first preference is for Eurobonds; my second for Germany leaving the euro. Either choice is infinitely better than not making a choice and perpetuating the crisis. Worst of all would be for a debtor country, like Italy, to leave the euro because it would lead to the disorderly dissolution of the European Union.
I have made some surprising assertions; notably how well Eurobonds could work even without Germany. My pro-European friends simply cannot believe it. They can’t imagine a euro without Germany. I think they are conflating the euro with the European Union. The two are not identical. The European Union is the goal and the euro is a means to an end. Therefore the euro ought not to be allowed to destroy the European Union.
But I may be too rational in my analysis. The European Union is conflated with the euro not only in popular narratives but also in law. Consequently the European Union may not survive Germany leaving the euro. In that case we must all do what we can to persuade the German public to abandon some of its most ingrained prejudices and misconceptions and accept Eurobonds.
I should like to end by emphasizing how important the European Union is not only for Europe, but for the world. The EU was meant to be the embodiment of the principles of open society. That means that perfect knowledge is unattainable. Nobody is free of prejudices and misconceptions; nobody should be blamed for having made mistakes. The blame or Schuld begins only when a mistake or misconception is identified but not corrected. That is when the principles on which the European Union was built are violated. It is in that spirit that Germany should agree to Eurobonds and save the European Union.