sábado, março 15, 2014

O Manifesto dos 70

Preparar a Reestruturação da Dívida

Para Crescer Sustentadamente



Nenhuma estratégia de combate à crise poderá ter êxito se não conciliar a resposta à questão da dívida com a efectivação de um robusto processo de crescimento económico e de emprego num quadro de coesão e efectiva solidariedade nacional. Todos estes aspectos têm de estar presentes e actuantes em estreita sinergia. A reestruturação da dívida é condição sine qua non para o alcance desses objectivos.

O que reúne aqui e agora os signatários, que têm posições diversas sobre as estratégias que devem ser seguidas para responder à crise económica e social mas que partilham a mesma preocupação quanto ao peso da dívida e à gravidade dos constrangimentos impostos à economia portuguesa, é tão somente uma tomada de posição sobre uma questão prévia, a da identificação das condições a que deve obedecer um processo eficaz de reestruturação.

O que a seguir se propõe tem sempre em atenção a necessidade de prosseguir as melhores práticas de rigorosa gestão orçamental no respeito das normas constitucionais bem como a discussão de formas de reestruturação honrada e responsável da dívida no âmbito de funcionamento da União Económica e Monetária, nos termos adiante desenvolvidos.



A Actual Dívida é Insustentável na Ausência de Robusto e Sustentado Crescimento

A crise internacional iniciada em 2008 levou, entre outros factores, ao crescimento sem precedentes da dívida pública. No biénio anterior, o peso da dívida em relação ao PIB subiu 0.7 pontos percentuais, mas elevou-se em 15 pontos percentuais no primeiro biénio da crise. No final de 2013 a dívida pública líquida era de cerca de 120% do PIB O endividamento externo público e privado ascendeu a 225% do PIB e o endividamento consolidado do sector empresarial a mais de 155% do PIB. A resolução da questão da dívida pública não só se impõe pelas suas finalidades directas como pela ajuda que pode dar à criação de condições favoráveis à resolução dos problema específicos, igualmente graves, do endividamento externo e do sector empresarial.

A dívida pública tornar-se-á insustentável na ausência de crescimento duradouro significativo: seriam necessários saldos orçamentais primários verdadeiramente excepcionais, insusceptíveis de imposição prolongada.

A nossa competitividade tem uma base qualitativa demasiado frágil para enfrentar no futuro a intensificação da concorrência global. É preciso uma profunda viragem, rumo a especializações competitivas geradas pela qualidade, pela inovação, pela alta produtividade dos factores de produção envolvidos e pela sagaz capacidade de penetração comercial em cadeias internacionais ou nichos de mercado garantes de elevado valor acrescentado.

Trata-se certamente de um caminho difícil e de resultados diferidos no tempo. A sua materialização exige continuidade de acção, coerência de estratégias públicas e privadas, mobilização sem descontinuidades de elevado volume de recursos, bem como de cooperação nos mais diversos campos de actividade económica, social e política. Será tanto mais possível assegurar a sustentabilidade da dívida, quanto mais vigoroso for o nosso empenho colectivo no aproveitamento das oportunidades abertas pela reestruturação no sentido de promover esse novo padrão de crescimento.



É Imprescindível Reestruturar a Dívida para Crescer, Mantendo o Respeito pelas Normas Constitucionais

Deixemo-nos de inconsequentes optimismos: sem a reestruturação da dívida pública não será possível libertar e canalizar recursos minimamente suficientes a favor do crescimento, nem sequer fazê-lo beneficiar da concertação de propósitos imprescindível para o seu êxito. Esta questão é vital tanto para o sector público como para o privado, se se quiser que um e outro cumpram a sua missão na esfera em que cada um deles é insubstituível.

Sem reestruturação da dívida, o Estado continuará enredado e tolhido na vã tentativa de resolver os problemas do défice orçamental e da dívida pública pela única via da austeridade. Deste modo, em vez de os ver resolvidos, assistiremos muito provavelmente ao seu agravamento em paralelo com a acentuada degradação dos serviços e prestações provisionados pelo sector público. Subsistirá o desemprego a níveis inaceitáveis, agravar-se-á a precariedade do trabalho, desvitalizar-se-á o país em consequência da emigração de jovens qualificados, crescerão os elevados custos humanos da crise, multiplicar-se-ão as desigualdades, de tudo resultando considerável reforço dos riscos de instabilidade política e de conflitualidade social , com os inerentes custos para todos os portugueses.

Por outro lado, a economia sofrerá simultaneamente constrangimentos acrescidos, impeditivos em múltiplas dimensões do desejável crescimento do investimento, da capacidade produtiva e da produtividade, nomeadamente pela queda da procura e desestruturação do mercado, diminuição da capacidade de autofinanciamento, degradação das condições de acesso, senão mesmo rarefacção do crédito da banca nacional e internacional, crescente liquidação de possibilidades competitivas por défice de investimento e inovação. Por maioria de razões, o ganho sustentado de posições de referência na exportação ficará em risco e inúmeras empresas ver-se-ão compelidas a reduzir efectivos.
Há que encontrar outros caminhos que nos permitam progredir. Esses caminhos passam pela desejável reestruturação responsável da dívida através de processos inseridos no quadro institucional europeu de conjugação entre solidariedade e responsabilidade.

Há alternativa.



A Reestruturação Deve Ocorrer no Espaço Institucional Europeu

No futuro próximo, os processos de reestruturação das dívidas de Portugal e de outros países – Portugal não é caso único – deverão ocorrer no espaço institucional europeu, embora provavelmente a contragosto, designadamente, dos responsáveis alemães. Mas reacções a contragosto dos responsáveis alemães não se traduzem necessariamente em posições de veto irreversível. Veja-se o que vem sucedendo com a Grécia, caso irrepetível, de natureza muito diferente e muito mais grave, mas que ajuda a compreender a lógica comportamental dos líderes europeus. Para o que apontam é para intervenções que pecam por serem demasiado tardias e excessivamente curtas ou desequilibradas. Se este tipo de intervenções se mantiver, a União Europeia correrá sérios riscos.

Portugal, por mais que cumpra as boas práticas de rigor orçamental de acordo com as normas constitucionais – e deve fazê-lo sem hesitação, sublinhe-se bem – não conseguirá superar por si só a falta dos instrumentos que lhe estão interditos por força da perda de soberania monetária e cambial. Um país aderente ao euro não pode ganhar competitividade através da política cambial, não lhe é possível beneficiar directamente da inflação para reduzir o peso real da sua dívida, não pode recorrer à política monetária para contrariar a contracção induzida pelo ajustamento, não tem Banco Central próprio que possa agir como emprestador de último recurso. Mas se o euro, por um lado, cerceia a possibilidade de uma solução no âmbito nacional, por outro convoca poderosamente a cooperação entre todos os Estados-membros aderentes. A razão é simples e incontornável: o eventual incumprimento por parte de um país do euro, em última instância, acarretaria custos dificeis de calcular mas provavelmente elevados, incidindo sobre outros países e sobre o próprio euro. Prevenir as consequências nefastas desta eventualidade é, de facto, um objectivo de interesse comum que não pode ser ignorado.

Após a entrada em funções da nova Comissão Europeia, deverá estar na agenda europeia o início de negociações de um acordo de amortização da dívida pública excessiva, no âmbito do funcionamento das instituições europeias Na realidade, esse processo já foi lançado e em breve iniciará o seu caminho no contexto do diálogo inter-institucional europeu, entre Comissão, Conselho e Parlamento.É essencial que desse diálogo resultem condições fundamentais para defender sem falhas a democracia nos Estados-membros afectados, como valor fundacional da própria União.



Três Condições a que a Reestruturação Deve Obedecer

A Comissão Europeia mandatou um Grupo de Peritos para apresentar, designadamente, propostas de criação de um fundo europeu de amortização da dívida. O seu relatório será publicado antes das eleições para o novo Parlamento Europeu. Essas propostas juntar-se-ão a várias outras formuladas nos últimos quatro anos. Recorde-se que a presente tomada de posição visa apenas a questão prévia da identificação das condições a que deve obedecer um processo eficaz de reestruturação Serve-nos de guia o exposto sobre a dívida portuguesa, mas pensamos que as condições abaixo sugeridas defendem também os melhores interesses comuns dos países do euro.

Tendo presente que a capacidade para trazer a dívida ao valor de referencia de 60% do PIB depende fundamentalmente de três variáveis (saldo orçamental primário, taxa de juro implícita do stock de dívida e taxa nominal de crescimento da economia), identificamos três condições a que deve obedecer a reestruturação da dívida.

1) Abaixamento da taxa média de juro

A primeira condição é o abaixamento significativo da taxa média de juro do stock de dívida, de modo a aliviar a pesada punção dos recursos financeiros nacionais exercida pelos encargos com a dívida, bem como ultrapassar o risco de baixas taxas de crescimento, difíceis de evitar nos próximos anos face aos resultados diferidos das mudanças estruturais necessárias. O actual pano de fundo é elucidativo: os juros da dívida pública directa absorvem 4.5%. do PIB. Atente-se ainda no facto de mais de metade da subida da dívida pública nos últimos anos ter sido devida ao efeito dos juros.

2) Alongamento dos prazos da dívida

A segunda condição é o alongamento da dívida para 40 ou mais anos. A nossa dívida tem picos violentos. De agora até 2017 o reembolso da dívida de médio e longo prazo atingirá 53.5 mil milhões de euros. Alongamentos da mesma ordem de grandeza relativa têm respeitáveis antecedentes históricos, um dos quais ocorreu em benefício da própria Alemanha. Pelo Acordo de Londres sobre a Dívida Externa Alemã, de 27 de Fevereiro de 1953, a dívida externa alemã anterior à II Guerra Mundial foi perdoada em 46% e a posterior à II Guerra em 51,2%. Do remanescente, 17% ficaram a juro zero e 38% a juro de 2.5% Os juros devidos desde 1934 foram igualmente perdoados. Foi tambem acordado um período de carência de 5 anos e limitadas as responsabilidades anuais futuras ao máximo de 5% das exportações no mesmo ano. O último pagamento só foi feito depois da reunificação alemã, cerca de 5 décadas depois do Acordo. O princípio expresso do Acordo de Londres era assegurar a prosperidade futura do povo alemão, em nome do interesse comum. Reputados historiadores económicos alemães são claros em considerar que este excepcional arranjo é a verdadeira origem do milagre económico da Alemanha. O Reino Unido, que alongou por décadas e décadas o pagamento de dívidas suas, oferece outro exemplo. Mesmo na zona euro, já se estudam prazos de 50 anos para a Grécia. Portugal não espera os perdões de dívida e a extraordinária cornucópia de benesses concedida à Alemanha mas os actuais líderes europeus devem ter presente a sua razão de ser:o interesse comum. No actual contexto, Portugal pode e deve, por interesse próprio, responsabilizar-se pela sua dívida, nos termos propostos, visando sempre assegurar o crescimento económico e a defesa do bem-estar vital da sua população, em condições que são também do interesse comum a todos os membros do euro.

3) Reestruturar, pelo menos, a dívida acima de 60% do PIB

Há que estabelecer qual a parte da dívida abrangida pelo processo especial de reestruturação no âmbito institucional europeu. O critério de Maastricht fixa o limite da dívida em 60% do PIB. É diversa a composição e volume das dívidas nacionais. Como é natural, as soluções a acordar devem reflectir essa diversidade. A reestruturação deve ter na base a dívida ao sector oficial, se necessário, complementada por outras responsabilidades de tal modo que a reestruturação incida, em regra, sobre dívida acima de 60% do PIB. Nestes termos, mesmo a própria Alemanha poderia beneficiar deste novo mecanismo institucional, tal como vários outros países da Europa do Norte.

Os mecanismos da reestruturação devem instituir processos necessários à recuperação das economias afectadas pela austeridade e a recessão, tendo em atenção a sua capacidade de pagamento em harmonia com o favorecimento do crescimento económico e do emprego num contexto de coesão nacional. Se forem observadas as três condições acima enunciadas, então será possível uma solução no quadro da União e da zona euro com um aproveitamento máximo do quadro jurídico e institucional existente.

A celeridade da aprovação e entrada em funcionamento do regime de reestruturação é vital. A única maneira de acelerar essa negociação é colocá-la desde o início no terreno firme do aproveitamento máximo da cooperação entre Estados-membros de modo a acolher o alongamento do prazo de reestruturação, a necessária redução de juros e a gestão financeira da reestruturação, tendo em atenção as finalidades visadas pelos mecanismos de reestruturação. Cada país integraria em conta exclusivamente sua a dívida a transferir e pagaria as suas responsabilidades, por exemplo, mediante a transferência de anuidades de montantes e condições pré-determinadas adequadas à capacidade de pagamento do devedor. As condições do acordo a estabelecer garantiriam a sua estabilidade, tendo em conta as responsabilidades assumidas por cada Estado-membro. Deste modo, a uma sã e rigorosa gestão orçamental no respeito das normas constitucionais acresceria o contributo da cooperação europeia assim orientada. As condições relativas a taxas de juro, prazos e montantes abrangidos devem ser moduladas conjugadamente a fim de obter a redução significativa do impacto dos encargos com a dívida no défice da balança de rendimentos do país e a sustentabilidade da dívida pública, bem como a criação de condições decisivas favoráveis à resolução dos constrangimentos impostos pelo endividamento do sector empresarial público e privado e pelo pesado endividamento externo.

O processo de reestruturação das dívidas públicas já foi lançado pela Comissão Europeia.Fomos claros quanto a condições a que deve obedecer esse processo. A sua defesa desdeo o ínicio é essencial. O nosso alheamento pode vir a ser fatal para o interesse nacional.

A reestruturação adequada da dívida abrirá uma oportunidade ímpar, geradora de responsabilidade colectiva, respeitadora da dignidade dos portugueses e mobilizadora dos seus melhores esforços a favor da recuperação da economia e do emprego e do desenvolvimento com democracia e responsabilidade social.

Por quanto ficou dito, os signatários reiteram a sua convicção de que a estratégia de saída sustentada da crise exige a estreita harmonização das nossas responsabilidades em dívida com um crescimento duradouro no quadro de reforçada coesão e solidariedade nacional e europeia.

Estes são os termos em que os signatários apelam ao debate e à preparação, em prazo útil, das melhores soluções para a reestruturação da dívida.

Obrigado!

Minhas Senhoras e meus Senhores:

Adalberto Campos Fernandes, Adriano Moreira, Adriano PimpãoAlberto RamalheiraAlberto Regueira, Alexandre Quintanilha, Alfredo Bruto da Costa, André Machado, António Bagão Félix, António Capucho, António Carlos Santos, António Sampaio da Nóvoa, António Saraiva, Armando Sevinate Pinto, Artur Castro Neves, Boaventura Sousa Santos, Carlos César, Constantino Sakellarides, Diogo Freitas do Amaral, Eduardo Cabrita, Eduardo Ferro Rodrigues, Eduardo Paz Ferreira, Emanuel Santos, Esmeralda Dourado, Eugénio Fonseca, Fausto Quadros, Fernanda Rolo, Fernando Gomes da Silva, Fernando Rosas, Francisco Louçã, Henrique Neto, João Cravinho, João Galamba, João Vieira Lopes, Joaquim Canotilho, Jorge Malheiros, José Maria Brandão de Brito, José Maria Castro Caldas, José Reis, José Silva Lopes, José Vera Jardim, José Tribolet, Júlio Mota, Luís Braga da Cruz, Luíz Nazaré, Manuela Arcanjo, Manuela Ferreira Leite, Manuela Morgado, Manuela Silva, Manuel de Lemos, Manuel Macaísta Malheiros, Manuel Porto, Manuel Carvalho da Silva, Miguel Anacoreta Correia, Paulo Trigo Pereira, Pedro Adão e Silva, Pedro Bacelar de Vasconcelos, Pedro Delgado Alves, Pedro Lains, Pedro Marques Lopes, Ricardo Bayão Horta, Ricardo Cabral, Ricardo Paes Mamede, Rui Marques, Teresa Pizarrro Beleza, Viriato Soromenho-Marques, Vitor Martins e Vitor Ramalho;

- o meu obrigado pelo exemplo e pelo serviço público. Pela sua natureza é capaz de aduzir prejuízos mas, também tem potencial para abrir a outra porta. É tudo uma questão de saber quem a abre e quem entra.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/veja-a-lista-das-personalidades-que-assinaram-o-manifesto-dos-70=f860343#ixzz2w1sPc5Yb

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Maiden live

Maiden live

Dedicado a um adorador de Gaspar

disortografia | s. f.

di·sor·to·gra·fi·a 
(dis- + ortografia)

substantivo feminino

1. [Medicina Dificuldade na aprendizagem da ortografia.

2. [Medicina O mesmo que disgrafia.

"disortografia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/disortografia [consultado em 21-02-2014].



p.s.: confirma-se o carácter patológico da dificuldade em aprender línguas.



sábado, novembro 30, 2013

Adeus - sinal de que alguém fica

Les Cousins Fous and Negra Neblina feature:

Adeus (Farewell) - a sign that someone stays .

Poetry reading by Sandro Marques.
From Homer to Brecht, Bocage to Ary dos Santos.
In Portuguese and German.

If there was a time when the song was a weapon,  were the words their bullets;
Because, the poet's words are always directed to the hearts.




Les Cousins Fous e Negra Neblina apresentam:

Adeus – sinal de que alguém fica.

Leitura de poesia por Sandro Marques.
De Homero a Brecht, de Bocage a Ary dos Santos.
Em português e alemão.

Se houve um tempo em que a canção era uma arma, eram as palavras as suas balas;
Porque as palavras dos poetas dirigem-se sempre aos corações.



Freitag, 13. Dezember 2013 um 21.00 Uhr

Friday, December 13, 2013 at 21:00

Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2013 às21:00

Winsstraße 9, 10405 Berlim

terça-feira, setembro 17, 2013

Extremistas - Os homens de Chicago



Fonte: MacLoulé


A verdade é que temos a Troika à mesa. As virtudes do que lhe seja apresentado podem ultrapassar o âmbito do umbigo nacional. As vias por onde continuaremos serão também as vias a seguir pela Grécia. Tal como já beneficiámos do poder negocial Irlandês. Inovar no caso nacional só pode beneficiar o caso europeu. Faltam os inovadores à mesa. Só com extremistas de Chicago não vamos lá.





sexta-feira, setembro 13, 2013

Protesto

protesto | s. m.
1ª pess. sing. pres. ind. de protestar

protesto |é| 
(derivação regressiva de protestar)
s. m.
1. Declaração enérgica e solene de que se reputa ilegal alguma coisa.
2. Promessa, demonstração de um sentimento.
3. Resolução, decisão inabalável.
4. [Comércio]  Ato ou efeito de protestar uma letra de câmbio.


protestar - Conjugar
(latim protestor, -ari, declarar alto, afirmar, testemunhar)
v. tr.
1. Prometer terminantemente, publicamente.
2. Fazer o protesto de (uma letra comercial).
3. Afirmar solenemente.
4. Jurar.
5. Prestar (homenagem, culto, etc.).
v. intr.
6. Declarar formalmente que se tem uma coisa por ilegal.



Eu                      Protesto
Tu                      Prometes
Ele/Ela/Você        Jura

Nós                    Afirmamos
Vós                    Declarais
Eles/Elas/Vocês   .............?





quinta-feira, setembro 05, 2013

quinta-feira, julho 25, 2013

Vandalismo de Estado - Policiais Infiltrados Começam Violência nos Prote...

Quando é que este tipo de ação por parte das polícias para? Quem é que pergunta a um político, na cara, depois das imagens mostradas, como é que é admissível o terror do estado contra os cidadãos?




Corruptela

corruptela | s. f.

cor·rup·te·la |é| 

(latim corruptela, -ae, o que estraga, corrompe, depravação)

substantivo feminino

1. Palavra que por abuso se escreve ou se pronuncia de forma considerada errada ou menos prestigiada.
2. Corrupção.
3. [Brasil: Goiás]  Reunião temporária de garimpeiros.

"Corruptela", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/Corruptela [consultado em 31-01-2014].


Uma corruptela que não me estava a deixar dormir. Chega a ter graça e não deve estar a ser nada engraçado. Será a prova superada?



Ontem e hoje, ao longo do dia, a Federação Nacional de Políticos (Fenpol) e a Federação Nacional de Política (FNP) criticaram igualmente o novo exame — que está previsto desde 2007, já foi regulamentado, mas nunca avançou. E a Associação Nacional de Políticos Contratados lembrou que não só os Políticos sem vínculo (os que terão que fazer a prova) têm, por vezes, “mais anos de serviço do que os do quadro”, como o seu desempenho já é avaliado anualmente.

quarta-feira, julho 24, 2013

A Miséria


16.01-2012

Dentro de algumas semanas terei o prazer de
receber a minha cara amiga e
a querida Xana em minha casa.
Serão com certeza cinco dias alegres.

19.Nov.2011

Por Berlin aos altos e baixos

Quando dizia estar a atravessar o ponto mais baixo no que a casa diz respeito, tinha isso a ver com o facto de não poder com certeza escolher e dizer onde iria dormir na noite seguinte, por vezes, mesmo no próprio dia em que me poria a questão.
Com os meus parcos pertences num lugar, sem acesso ao meu computador, ainda que dispusesse de liberdade para outro usar, o abalo de não dispor de um lugar a que pudesse chamar casa durou uma dezena de dias.
Ao ponto mínimo sucedeu-lhe o ponto máximo. Encontro-me agora no melhor sítio, sem dúvida, de todos em Berlin, desde que cheguei.

31.Oct.2011

Na mesma altura em que atingi o meu ponto
mais baixo em termos de casa, passo de
cozinheiro explorado a cozinheiro pessoal.

Bom mesmo seria ter a coragem de
avançar com a ideia de cozinhar
para os outros por um preço justo.

A Europa das Regiões e o Federalismo

Cheguei a pensar que a Europa das Regiões era um caminho sem mácula. Quão errado eu estava. Estava-o por não ter analisado ainda os aspectos negativos inerentes a esse processo. Também neste aspecto, a falta de uma Europa Federal mostra como o processo de Regionalização, apesar de uma boa ideia levada à prática, teve consequências nefastas para algumas regiões.

Na União Europeia existe uma agenda, um programa, institucionalizados pelos tratados, referente à Política Regional. A esta Política está associada uma estratégia de investimentos, co-financiados p'la União e p'los estados membros, como suporte da Política de Coesão. As assimetrias estruturais próprias de cada região postas a nú quando expostas a um espaço aberto às trocas comerciais, o mercado único, fazem parte do problema. Reconhece-se assim, que o mercado único é gerador de problemas. Sendo um espaço aberto à competição, regulado pela uniformização das regras ainda que não pela das práticas, reconhece-se que uns sairão perdedores para que outros possam sair como vencedores. Não é esse o espírito da competição?
De um orçamento precisa-se.

15. Oct. 2011

Posso estar a passar ao lado de um acontecimento capaz de ficar na história.
A minha não presença é importante apenas para mim.
A leitura que poderei no entanto fazer e que terá importância
é a forma como a souber passar para o futuro.

Na verdade, não espero  nada de mais.
Pessoas detidas, aqui e ali, pessoas com sonhos
a acordar para os tempos difíceis em que vivem,
outras, desiludidas, passarão ao lado do acontecimento.

A quem importa este dia então?
Quem são os indignados?
Quem pede uma democracia verdadeira já?
Serão apenas jovens?

Os mais jovens, em todas as revoluções
são os que têm maior dose de sonho no seu coração.
O nível de incerteza é o mesmo, no que diz respeito ao futuro, ao amanhã.

A dificuldade em pensar a longo termo poderá ser uma razão fundamental
para afirmar que não há diferença intergeracional no que diz respeito
ao nível de incerteza com que encaram o futuro.

O nível de esclarecimento acerca da realidade em que vivemos, da realidade que cada um constrói,
o sistema, o poder, a verdade da pseudo-informação são o mais importante.

terça-feira, julho 23, 2013

Ideias para a nova Esquerda



Pontos de partida: sentido crítico; pessimismo; utopia.

Zizek descreve o quadro filosófico-político actual como um lugar sem lugar para a esquerda. Apresenta como essencial o surgimento de uma esquerda radical. Quer isto significar que a esquerda desapareceu. Perdeu o seu lugar no debate e na forma de fazer agenda. Ao invés, é a direita radical e populista que marca lugar ao lado de um bloco extremamente alargado que vai do centro esquerda ao centro direita. Os tradicionais partidos de governo europeus, dos sociais democratas aos conservadores de base social mais ou menos marcada pala doutrina social cristã.

Como o debate se faz entre estes dois blocos ideológicos, é natural que a agenda não inclua nunca no debate as propostas de uma esquerda que saiu de cena.

Exige-se portanto um sentido crítico que obviamente emana da esquerda, o único lugar de onde pode provir. Uma outra possibilidade a considerar ainda é o papel dos partidos ecologistas. Eu ainda consigo ver o aparecimento, desde os últimos sete, oito anos, de novos movimentos que, embora de pequena dimensão e com expressão eleitoral diminuta, podem prefigurar os futuros partidos a nível europeu.

Berlin, 8 October 2011

Berlin, 8 October 2011

Por mais que eu tente resolver conflitos, só consigo
acrescentar confusão. Em nome de alguns
princípios que me parecem importantes
confronto as pessoas e acabo por acrescentar
problemas ao problema. As pessoas são
muito complicadas. Não me excluo desta
apreciação. Poderia tentar fechar os olhos e
ficar calado mas, já seriam dois sentidos
perdidos. Ter o coração muito perto da boca
tem as suas consequências. É assim.

Ondas se levantam nas tempestuosas furnaças
onde se aquecem no tempo de gelo as almas
por cada onda de frio que se levanta uma
outra de calor se destapa. morninho fico
no embaraçado lugar em que escrevo.

Fecha a porta, pára o frio, aquece a alma.

Que péssimo começo. O constrangimento da
situação em que escrevia, igual à que agora
prossegue, fez com que as pausas na escrita
me deixassem desconfortável.
Escrever no Metro é coisa rara em Berlim.

As palavras, as pausas, devem-se à falta de uma ideia
concreta sobre a qual escrever. Escrevo
para preencher a primeira página do
tão aguardado, novo Moleskine.

sábado, julho 20, 2013

Von Berlin

Von Berlin





A Universidade de Lisboa



a pensar a "salvação nacional1"



e a continuação de Portugal.




Depois da estratégia de Lisboa


e do Tratado de Lisboa


algo haveria de sair



mesmo de Lisboa.





Não de Bruxelas



ou de Berlim.





Berlim, 20 de Julho de 2013.






Nota: 1- na escolha de sentido dada nos tempos que correm pelas praias ocidentais da antiga província romana. A salvação de Portugal pode não ser a continuação nacional. Numa Europa das cidades, Lisboa é um ator maior.