por Sandro Cândido Marques a Sexta-feira, 1 de Abril de 2011 às 13:12
Os partidos da Drieita vão a eleições sem outdoors. Como já ganharam as eleições o melhor é nem haver campanha. Melhor mesmo é não haver eleições. E na verdade, eleições para quê? Mas alguém vai votar nos partidos actuais? Para mim a refundação da República passa pela constituição de novos partidos onde a carreira partidária não seja premiada com os cargos a exercer. Eu conheço pelo menos cinco pessoas fora dos partidos, de elevado mérito pessoal e com um curriculum à altura das circunstâncias. À altura de Portugal. Suficientes para liderar cinco alternativas democráticas.
Temos tempo suficiente para refundar os partidos e com isso refundar a República. Não concebo política sem partidos nem Democracia sem eleições. Os que actualmente existem não merecem mais a confiança de Portugal. O que está neste momento em causa é sério demais.
Se queremos soluções diferentes das apresentadas, temos que fazer reset no sistema partidário e abrir espaço para outros atores. Usando uma analogia com o futebol, há pessoas que atingiram o limite de cartões amarelos e por isso devem ficar de fora no próximo jogo, leia-se eleições. Por uma simples razão: Mostraram à exaustão não estar à altura das circunstâncias. Sem dramatismos. São apenas pessoas.
As regras para a participação política, em cargos públicos de administração da Res Pública não podem mais permitir a promiscuidade entre política e negócios. Não dá mais. O escrutínio das acções governativas quer a nível local quer a nível nacional não pode continuar a passar pela disputa partidária em que a única prova de avaliação são os resultados ao fim de um ano, se tanto, medidas por indicadores que dizem o que o critério escolhido permite. A incerteza acerca do futuro não pode servir para desculpar as más escolhas feitas a cada momento. Discute-se até ao limite, o que nos leva a discutir a própria etimologia da palavra em discussão.
Num trabalho recente mostrado na RTP, sobre as derrapagens nas contas finais das obras públicas, dizem alguns dos implicados que o problema é não se projetar o suficiente pois a pressão dos responsáveis políticos não o permite. Por uma questão de ética é então de elementar bom senso que não se assine o projeto. O último galardoado com o "Nobel" da Arquitetura dizia, em entrevista ao El País, ter várias obras paradas em Portugal devido a problemas de financiamento. Certificou-se por acaso da sustentabilidade financeira do projeto que apresentou aos responsáveis políticos? Um outro sentido de Ética obrigava a tal, mas isso nunca acontece. Todos nós já sofremos pressões, em contexto laboral, para executar tarefas com as quais não concordamos por motivos éticos. É um imperativo para cada um de nós não assinar algo com o qual não concordamos por razões de Ética.
Porque não é tempo para ingenuidades, sei bem que há quem vá votar nos partidos actuais. Essencialmente os interessados em que o sistema não mude. Aqueles que dizem não haver uma alternativa. Dentro das suas realidades não existe.
A revolução Egípcia foi para já, esmagada pelo Dictat dos partidos que estavam dentro do sistema. As vozes daqueles que pediam uma alternativa política foram caladas.
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