terça-feira, abril 05, 2011

Outra vez o engano dos resgates: agora é Portugal? | Esquerda

É uma pena que não possamos escolher a solução para os nossos problemas. A análise apresentada no artigo obriga a que nos questionemos sobre qual será a intenção daqueles que defendem outras soluções. Para quem trabalham? Qual é a sua agenda escondida? Serão todos eles uns suicidários? Estarão todos presos apenas numa redoma ideológica que lhes turva o pensamento? Estarão a falar de utopias ou baseiam-se nos factos resultantes da Liberalização Financeira Mundial e do alinhamento da União Europeia com esta doutrina Ideológica, suportada por Economistas de renome, académicos reputadíssimos com acento nas "melhores" Universidades? E os reguladores, o que fizeram para regular essa receita ideológica? No final até pode ser só uma luta entre ideologias. A crise financeira é resultado de que ideologia?

De endividamento público e privado se fala. Portugal está confrontado com uma dívida astronómica, debate-se contra taxas de juros galopantes e para tentar manter-se à tona, continua a fazer o jogo do Liberalismo. Vai pedindo mais dinheiro nos mercados primário e secundário para pagar as dívidas acumuladas, quer para financiar a Economia quer para pagar as obrigações resultante dos empréstimos anteriormente contraídos. A fórmula do Liberalismo, que não é mais do que a receita do F.M.I, do Banco Mundial, da O.M.C. e da União Europeia. 

A UEM impõe critérios de convergência nominal:

"O PEC impõe às finanças públicas dos Estados-membros e candidatos dois valores de referência: a relação entre o défice público anual e o produto interno bruto (PIB) não deve exceder 3% no fim do exercício orçamental anterior; a relação entre a dívida pública bruta e o PIB não deve exceder 60 % no fim do exercício orçamental anterior. Por outro lado, são igualmente exigidas taxas de inflação baixas, bem como baixas taxas de juro de longo prazo e taxa de câmbio estável."

"Estes critérios são exigidos a qualquer Estado-membro para que possa aderir e permanecer na UEM. A integração dos mercados de capital e a instituição de uma moeda única requerem o homogeneizar das condições macroeconómicas nas diferentes economias europeias, inclusivamente de políticas fiscais. Na realidade, as exigências básicas estabelecidas pelo Tratado de Maastricht e especificadas pelo PEC reflectem directamente os critérios-padrão impostos pelo FMI em todo o mundo. Esta harmonização das economias europeias não pode ser dissociada dos parâmetros macroeconómicos globais a ser observados e, se necessário, impostos pelo G7 e pelo FMI para o resto do mundo".

Estas citações fazem parte do que se aprende hoje nas Universidades. Depois de 30 anos da fórmula "neo-liberal", é tempo de fazer a sua avaliação. Esta, só pode ser feita agora e por isso mesmo, é necessário tê-la em conta. Se nos deram uma receita económica que falhou, não nos venham impôr agora a solução para resolver o problema. É uma questão de falta de credibilidade. Mesmo aqueles políticos que se apresentam como os detentores da verdade, nas campanhas eleitorais e depois delas, quer seja na hora da vitória quer seja na da derrota, não têm nada a apresentar no curriculum a não ser ter-nos levado até aqui. 
Para que chegassemos a este ponto foram necessárias decisões políticas. Decisões essas que têm uma assinatura por baixo.

O Decreto -Lei n.º 298/92 de 31 de Dezembro foi visto e aprovado em Conselho de Ministros de 5 de Novembro de 1992. Quem eram os políticos que o assinaram?




Espécies de Instituições de crédito

Por mais que alguém com mais de 20 anos no desempenho dos mais altos cargos políticos diga que não é um político, não pode apagar os factos. Lugares de Cátedra, posições de tão elevada responsabilidade, deviam fazer corar quem o diz.

O peso nas consciências deve ser difícil de suportar e por isso tanto empenho em falar de verdade. São na verdade os arquitetos da receita e farão tudo para poder voltar a dormir um sono tranquilo. O estado a que chegamos não é mais do que o resultado das decisões que tomaram. Agora querem impor-nos a solução.




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